Capítulo 31

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A ilha é pequena, mas se você for muito distante pode se perder facilmente.
Não pude ver por fora, pois Riley nos teletransportou bem para dentro do acampamento, que contia grandes muros de ferro impenetráveis aos olhos humanos. Por fora, o muro magicamente era invisível, como se não houvesse nada além de árvores em uma pequena ilha desabitada, mas depois que você achava a porta invisível,  se deparava com um grande acampamento de crianças poderosas correndo umas atrás das outras.

O escritório de Kora era agradável e ensolarado, assim como a dona. Tinha a foto de tosas as crianças do acampamento, TODAS.
792 crianças com cerca de 256 poderes diferentes, todos anotados e gravados na parede.

—Vocês estão seguros aqui por enquanto, a AEMN não achará vocês rapidamente nessa ilha desabitada  já que existem milhões de ilhas por aqui. —sorriu Kora. — Eu lhes prometo.

"Por enquanto".
Aquela frase ecoou na minha cabeça como um grande caverna vazia e sem sentido.

—Se me permite, — interrompi o sorriso dela. — ainda ficaram vários campistas lá na AEMN. Quarenta e cinco, pelo que me lembro. O que vai acontecer com eles?

Todos naquela sala olharam para mim. Até ele. O garoto por qual sempre gostei.

—Não podemos arriscar. — ela lamentou. — Se nos infiltrarmos corremos o risco de sermos pegos e levar um soro de Caled.

—O que é isso? — perguntou Mavrick.

—O mesmo soro que fizeram vocês dormirem na festa e que retirou seus poderes por um tempo. Se for dado em grande quantidade, pode até matar.

Franzi a sombrancelha. Até matar? Isso não era nada bom.

*
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Kora disse que não havia mais quartos, e que deveríamos dormir junto com os menores.
Eu, Tyler, Mavrick e Brenda ficamos na cabana 5 (poderes de elementos). Teríamos de dormir no chão, em sacos de dormir. Apesar de haver quatro triliches, todas estavam ocupadas. Era uma cabana de meninos, apenas meninos, nada mais que meninos.

Kora me deixou sair com Brenda para fora do acampamento, na parte externa da ilha. Ela nos deixou sair por saber o que sentimos, esse é o poder dela, sentir o que os outros sentem. Brenda e eu somos claustrofobicas e não suportamos estar em um lugar tão fechado como aquele, e estar em um lugar aberto como a Ilha Jahakuna era maravilhoso.

A ilha era feita de árvores coloridas e pássaros de todos os tipos. O céu era de um azul que nunca vira antes, sem nuvens ou fumaça.

—Nunca vi nada igual. — murmurou Brenda para ela mesma, mesmo assim ouvi.

Brenda usava uma blusa de frio preta, assim como eu, pois na ilha fazia muito frio e Kora nos dera com muito amor assim que chegamos.

—Garotas. — disse um homem ao se aproximar, surgindo da mata e me assustando um pouco. — vocês são do acampamento?

—Sim. — respondeu ela. — Brenda e Minna.

—Que susto. — suspirou ele. — por um minuto achei que haviam descobrido a ilha. Mas já que estão aqui, quero mostrar pra vocês meu santuário.

Brenda e eu ficamos confusas, mas mesmo assim seguimos ele. Afinal, se fosse outro molestador, dessa vez estávamos preparadas.
Andamos por uma pequena trilha, rapidamente chegamos em um lugar que contia uma cerca de madeira.

—Vou te mostrar o Angus. —ele falou, depois colocou as duas mãos na boca e as assoprou, levantando levemente a outra mão e soando como um assobio de pássaro.

Uma majestosa coruja pousou em uma batente de madeira atrás de nós, fazendo exatamente o mesmo barulho que o homem fez.

—Que lindo! — gritou Brenda, sorrindo. — posso segurar?

—Claro. — ele falou, tirando uma de suas luvas protetoras e a dando para a mesma. — Use isso, Angus é um bom menino mas suas garras podem machucar.

Ela assentiu e colocou a luva na mão direita.
Tirei o celular do bolso e comecei a filmar.

—Aqui Angus. — disse o homem, batendo em cima do braço com a luva de Brenda.

Angus voou até sua mão, com suas lindas penas brancas a mostra e um miraculoso bico. Era um animal sério e bonito, parecia perigoso e amigável ao mesmo tempo.

Perfeito.

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A vista era linda. Estava em cima de uma pedra rochosa que dava para o imenso mar. Apesar de estar ventando, o clima estava extremamente agradável e úmido, do jeito que eu gosto.
Em Minnesota neva quase o ano todo, não consigo aproveitar o sol direito. Esse clima úmido me lembrou os dias chuvosos na minha terra natal, eu sempre usava uma capa de chuva azul, era engraçada.

—Vou fazer um vídeo também! — gritou Brenda. —Faz alguma coisa.

—Ta! — gritei de volta.

Brenda me falou que tinha um leve medo de altura, por isso não se aproximou do "precipicio", como ela disse.

Ela pegou o celular da minha mão.
Levantei os braços d o vento passou bem na hora, fazendo o vídeo ficar muito legal.

—Vem ver. — Brenda gritou.

Fui correndo para perto dela e ela me mostrou o vídeo que gravara.

—Ficou muito bom.

Ela fechou a cara, provavelmente lembrou de algo que trazia tristeza. Senti que uma lágrima estava prestes a cair.

—Minna, você gosta do Mavrick ou do Tyler?

—Q-que... por que você quer saber? — perguntei, disfarçando.

—E-u... —ela abaixou a cabeça. — ...eu gosto de um dos dois.

—Hã? — falei confusa. Brenda é uma garota ótima, mas correr o risco de gostar do mesmo garoto que eu era ruim. — Qual?

—Acho melhor não contar por enquanto. — ela falou. — Não até você se decidir.

Eu já tinha me decidido, mas não queria que ninguém soubesse, nem mesmo Brenda, aquela que eu nunca conversei até agora.

—Até eu me decidir - repito, levantando o mindinho.

—Até você se decidir. — ela finalizou, apertando o mindinho dela contra o meu, em sinal de promessa.

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Acampamento De Magia [Livro 1] Where stories live. Discover now