Capítulo 25

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RILEY LOSMIVUCE

Este acampamento é bem maior do que eu pensara.
Nunca vi algo tão bonito em minha vida, e olha que já fui pra muitos lugares do mundo.

Diferentemente do outro acampamento, este é um acampamento para crianças, já o outro era para adolescentes.
A dona desde lugar, Kora Mulk, nos recebeu com muito carinho e amor. Eu fiquei desconfiada, não existe alguém que seja legal demais, mas logo me acalmei com todo o amor demonstrado.

Ela me colocou em um quarto com vários outros campistas. Todos ficaram felizes de estar lá, mas eu não. Eu ficava pensando no resto dos meus amigos que deixei pra trás, no meu irmão, na Emma...
Era perturbador achar que era culpa sua, tudo o que acontecer com eles vai ser culpa sua. Eu não sabia onde eles estavam, poderiam estar mortos...
Eu fiquei uma noite inteira chorando escondida debaixo do cobertor, soluçando e com a respiração ofegante.

No quarto que estava, havia um piano. Fiquei muito feliz, pois sou movida pela música. É como se a vontade de cantar surgisse em momentos inesperados, eu canto sem perceber.

Quando todos sairam para almoçar junto com os menores, eu fiquei sozinha no quarto e me filmei cantando, com um celular que me deram, uma música que gostava mas não lembrava o nome.

Cantar é uma coisa mágica. Uma forma inusitada de falar coisas que você sente, uma poesia muito diferente e incrível.
É a coisa que me faz feliz.

Eu trocaria meus poderes para poder cantar profissionalmente, sem hesitar.
Com certeza.

*
*
*

—Você lembra o nome do lugar?

Eu estava na sala de Kora. Ela me fazia perguntas sobre aquele lugar, perguntas difíceis como: "Sabe onde ficava?" "Havia espelhos ou vidros ao qual vocês não conseguia ver do outro lado?" "Quantos corredores?"
As minhas respostas foram: "Não" "Não me lembro" "Eu não sei".
Ajudei bastante.

—Tinha um guarda usando uma blusa com uma logo escrita "AEMN" — respondi, forçando a mente para me lembrar de algo.

—Agência de Estudo e Museu Nacional. —ela falou pra sí mesma. — Eles vem me procurando a anos. Eles tem várias bases...

Kora pegou um pedaço de folha que ela mesma arrancara de um caderno, começou a escrever e continuou a falar sozinha.

—Brasil... Angola... —ela forçou os olhos para tentar lembrar de outros países. — México!... Inglaterra... Alemanha e Estados Unidos.

Eu não estava entendendo nada.
Ela olhou pra mim e viu minha confusão interna, soltou um sorriso gentil.

—Eu só quero saber uma coisa. — falei. — várias, na verdade... Primeira: O que um museo tem haver com isso? Segunda: por que você falou de um monte de países? Terceira: Por que essa agência vem procurando você a anos?

Kora respirou fundo e tomou fôlego.

—O termo "Museo" é um termo inapropriado, é um disfarce do governo americano para estudar pessoas como nós. Eles nos chamam de "Nexplis", abreviação para "Inexplicável". Eles nos sequestram, abrem nossos corpos para achar algo diferente nos nossos organismos, DNA's, nosso SNC (sistema nervoso central), nosso sangue etc.., depois colocam tudo que descobriram em museus. Eles são monstros. O Dr. William Montgomery que é o responsável por essa pesquisa... e também é meu ex-namorado.

—Uau! —disse, ao receber a informação mais que necessária. — então, a AEMN estão atrás de nós, todos nós?

—Sim.

—E o que vamos fazer?

—Nos esconder.

Aquilo pareceu um pouco irracional naquela hora. Não tem como nos esconder pra sempre!

—Certo, mas como vamos resgatar meus amigos? Temos seis países para procurar!

Ela trocou sua grande trança pra o lado direito e disse:

—Jeremy.

—Quem é esse?

—Um campista daqui. Ele tem oito anos e tem a habilidade de encontrar qualquer pessoa do mundo, basta dar o nome da pessoa, idade, onde
nasceu... Certidão de Nascimento e documento com foto... essa parte foi brincadeira. — ela riu da própria piada. — E o Jeremy acha a pessoa, não importa onde ela esteja.

—Isso é incrível. Vamos pedir para ele agora?

—Bem... olha... — Kora falou um pouco hesitante. — Jeremy é um garoto complicado. Ele não é a pessoa mais generosa do mundo e é bem interesseiro... É bem difícil tentar fazer-lo se convencer a fazer algo em que não receba algo em troca.

—Deixa comigo, — falei. — eu sei bem lidar com meninos interesseiros, sou gêmea de um.

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Acampamento De Magia [Livro 1] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora