— Graças a Deus. — um sorriso enorme. — Espere aqui um segundo.

— Ok... — pisquei um par de vezes, confuso, vendo-a correr até o canto da sala. Pegou sua mochila e tirou uma pasta de lá, até vir em mim mais uma vez.

— Por favor, entregue isso ao Jimin. — curvou-se formalmente, estendendo a pasta em minha direção.

— O que é isso? — perguntei, estranhando a atitude enquanto pegava a pasta e a abria para folhear os papéis guardados.

— São as anotações da matéria que ele perdeu... Sou a representante e deveria entregar, mas... — riu. — Eu acabei minhas provas e só quero encher a cara hoje. ― ela ia encher a cara no começo da semana? ― Pode entregar para ele? — hesitei um pouco, mas no fim segurei a pasta com mais firmeza.

— Certo. — sorri.

Após agradecer algumas vezes, Minji despediu-se de mim e voltou para suas colegas bailarinas. Suspirei enquanto caminhava para fora do colégio, segurando a pasta em minha mão enquanto procurava meu celular no bolso com a outra. Vi que ainda estava cedo, de fato, fui liberado muito antes que o esperado. Saí do colégio lento e peguei o primeiro ônibus que vi. Desceria no ponto perto do mercado e de lá, seguiria para a casa do mais velho.

Era muito estranho ter de lidar com Jimin. Ele parecia um grande mistério e era daqueles que dava agonia de tão confuso que era. Não que fosse desagradável pensar nele, nem nada, ele também não era incômodo, mas... Sei lá, era difícil.

Liguei para ele no sábado de manhã e após chamar e chamar, a voz robótica informou-me que ele estava indisponível. No domingo também tentei... Mandei mensagens hoje... Na verdade, mandei mensagens todos os dias desde sexta e nada. Nenhum sinal de vida. Era frustrante pra caralho.

Desci no ponto em frente ao mercado, coçando a nuca desajeitado e sentindo meu cabelo macio demais. Jin em casa significava muitos tratamentos de beleza e nestes incluía: hidratar o cabelo, esfoliar o rosto, fazer uns negócios estranhos com o pé... Sei lá, ele só tinha muitos truques e amou ensinar todos a mim, Yein, Taehyung e Yoongi — este último não queria saber de nada, até fugiu. Ele ficava feliz falando de beleza. Acho que é porque tem boa aparência.

Ainda bem que eu não deixei ele fazer nada com o meu corpo... Taehyung aprendeu algo do tipo com ele, massagem, sei lá, e disse que foi bizarro, porque tinha que ficar pelado. Ri e fiquei enjoado só de pensar.

Quando atravessei em frente ao prédio amarelo, parei rápido ao perceber que iria passar direto por estar distraído. Estava prestes a apertar o interfone — já que sair entrando dessa vez não era uma opção — quando o portão foi aberto brutalmente. Saltei para trás em um susto, me deparando com a moça de cabelo verde que bateu no traseiro de Jimin daquela vez, saindo de óculos escuros. O que era estranho, porque estava de noite.

— Ei, o... — ela me ignorou completamente, indo na direção oposta enquanto colocava os fones de ouvido. Notei que agora o cabelo dela estava todo platinado. Será que ela trocava de cor toda semana?

— Jeongguk-ah!

Outro salto de susto, virei-me para frente e arregalei os olhos.

― Hyung...

Jimin me fitou.

― Eu estava indo até o colégio agora para te ver. ― sorriu simpático, fechando o portão atrás de si. ― Eu pedi para você vir aqui na mensagem que mandei na sexta? Droga, eu realmente não me lembro. Me desculpa se eu pedi.

― Não pediu não. ― falei, sem timidez demais para não parecer esquisito.

― Oh. O que faz aqui então? ― era estranho como ele aparecia do nada e de um jeito louco, todos os meus pensamentos pareciam ser cortados. Era esquisito porque, ao invés de me irritar, eu me sentia um pouco bem com isso. Era diferente.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora