forty eight

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A altura favorita de Harry era a tarde. Ele amava tomar duchas longas e quentes e colocar a calça de pijama que ele ia acabar por, eventualmente tirar quando finalmente se aninhasse por baixo de seus cobertores. Ele amava olhar pela janela e ver escuridão exceto a lua ou algumas luzes da rua espalhadas. E aqui estava ele, sentado numa cadeira suave e azul que Louis colocara mesmo do lado da janela com vista para as traseiras do apartamento. Havia um estacionamento e depois um alguns mercados e restaurantes. Todos tinham luzes brilhando a partir de seus sinais, fazendo o céu brilhar junto. Harry observava enquanto famílias e amigos vagueavam para dentro e para fora das portas deslizantes, as vezes dando as mãos ou dando abraços de lado. Ele conseguia ver muitas nuvens no céu escuro, sinalizando que poderia chover mais tarde naquela noite. Harry já estava se habituando ao cheiro do apartamento de Louis.
Louis estava tomando uma ducha. Harry já havia tomado a sua, e agora estava sentado com as pernas cruzadas na cadeira azul e enviando respostas a Zayn e Niall. Ele estava destinado a ir a casa de Niall mais tarde naquela noite. Obviamente, isso já não era uma opção agora que ele estava em Doncaster, bebendo a sua terceira xícara de chá e tentando encontrar um sinal de estar sonolento. Mas a cada gole que ele bebia, apenas se sentia mais acordado. Seus lábios estavam úmidos mas um pouco inchados, visto que Louis e ele haviam estado se beijando no sofá por quase uma hora.
Ele ainda conseguia sentir a pele quente de Louis na sua, e o pensamento o fez corar. Mal Harry se levantou para ir pegar outra xícara de chá, Louis dissera que precisava de uma ducha. Harry entrara na cozinha, tentando não pensar demasiado nas garrafas de cerveja que enchiam as bancadas. Em vez disso, encheu sua xícara com água quente e colocou outro saquinho de chá nela. Ele o observou flutuando, tingindo a água com uma cor marrom claro, e o vapor subiu fazendo com que gotas de água se formassem em seu nariz. O cheiro que chá de Yorkshire nunca falharia em lembrar ele de Louis.
E agora, ele estava observando o lado de fora da janela e deixando o som baixo da água correndo acalmar os seus sentidos. A cadeira azul era extremamente fofa, claro que era. Tudo que estava relacionado com Louis era suave. Até Liam era suave. Assim como o cobertor com que Louis envolvera gentilmente os ombros de Harry antes de desaparecer em direção ao seu quarto. Era um pouco relaxante. Harry nem ligou, apesar de tudo, porque quando Louis o tocava com suas mãos quentes ele sentia muito mais isso.
Honestamente, Harry estava surpreso por estar tão calmo. Havia tanto para pensar, mas tal como Louis falara, ele não se sentia com disposição para isso no momento. Ele já não sabia o que ele e Louis eram; eram amigos; ou eram namorados de novo? Ele estava tentando lembrar porque mandara Louis embora em primeiro lugar. Fora algo que Louis falara para ele que fora cruel, mas seria importante o suficiente para ele o ignorar por quatro meses?
Harry fez uma careta, respirando fundo e enxugando uma lágrima que caía em sua bochecha. Ele nem sabia que estava chorando. Ele olhou a sua xícara de chá, quase nem notando seu reflexo, e a superfície ondulou quando uma lágrima caiu sobre a mesma.
Harry piscou rapidamente, esperando que a dor no seu coração fosse embora com o tempo. Colocou as mãos em seu peito, sentindo o seu fraco batimento cardíaco contra as pontas de seus dedos. A sua camisa pequena e branca se enrugou quando ele a tocou. Ele se lembrou de a vestir essa manhã, e Zayn enrolara as mangas para ele. O fundo da camisa atingia as suas coxas; ele não reparara que era tão comprida assim.
Harry observou outro carro estacionar no parque, com as luzes acesas e fazendo com que sombras aparecessem nas paredes à volta de Harry. A única luz acesa era um candeeiro do lado do sofá, o que fazia com que a sala pequena fosse acolhedora e quente. O tapete era branco e surpreendentemente não estava manchado. Louis devia ter melhorado a arrumar as coisas depois de si mesmo. Harry lembrou de quando havia roupas por todo o seu chão e sua cama nunca estava feita. Ele se perguntou se a cama de Louis estaria feita no momento.
O laptop de Louis estava na mesinha, assim como um livro aberto e algo que parecia ser um diário. Harry teve um pequeno impulso de o abrir, mas rapidamente espantou esse pensamento para longe e bebeu outro gole de seu chá. Já não estava quente, algo de que ele gostava. Havia uma pequena TV na parede, com uma escrivaninha por baixo com filmes empilhados em cima. Uma lata vazia de Red Bull também estava na escrivaninha, acompanhada por uma meio-vazia embalagem de Doritos.
Basicamente, o lugar mais bagunçado de seu apartamento era a cozinha, mas isso só acontecia por causa do problema de beber dele, visto que havia garrafas por todo o lado.
Harry suspirou de novo, enxugando seus olhos mais uma vez com a ponta de sua camisa. Ele estava checando as notificações no seu celular quando deixou de ouvir a água da ducha. Ele bloqueou a tela do seu celular rapidamente, o colocando no seu bolso de trás e dirigindo o seu olhar de novo para o exterior. Ele estremeceu quando um toque atingiu a janela, e semicerrou seus olhos para ver. Estava chovendo, como ele previra.
"Está chovendo," Ele murmurou para Louis, que entrara usando apenas uma calça de treino e uma toalha pendurada em seus ombros. Seu cabelo estava em todo o lado; espetado, meio molhado, meio seco. Parecia suave e doce e deixou Harry maluco. "Gosto do seu cabelo," Ele falou timidamente, incapaz de desviar o seu olhar do garoto.
Ainda havia algumas gotas de água em seu rosto bronzeado, e seus cílios estavam pingando, o que fazia os seus olhos brilhar. Sua expressão era suave e havia um pequeno sorriso em seus lábios. O seu tronco era magro mas tonificado, e Harry sabia que era à conta do futebol.
"Obrigado." Louis fez uma pausa, se aproximando, com seus pés descalços afundando ligeiramente no tapete. "Eu gosto de você."
Harry desviou o olhar, suas bochechas esquentaram. A chuva estava mais forte agora, e Harry pousou seus dedos gentilmente no vidro frio. Ele conseguia sentir um pouco das gotas por causa de estar chovendo tanto.
"Vejo que você gosta de chuva," Louis comentou, e a sua voz estava incrivelmente perto do ouvido de Harry. Estava também rouca, e suave, e doce e Harry amava mesmo a voz de Louis.
"Eu gosto de chuva, mas não de tempestades," Harry respondeu. Ele observou enquanto Louis tocava o seu antebraço, passando as pontas de seus dedos na sua pele pálida, pelo seu braço acima e do seu lado até seu braço estar envolvendo a barriga de Harry. Harry segurou automaticamente a barriga para dentro, mas Louis sacudiu a cabeça, depositando um beijo suave por trás de sua orelha.
"Você é lindo, Harry. Eu amo sua barriga, não segura ela para dentro."
Harry estava embaraçado e com vergonha, mas deixou de segurar a sua respiração e tremulamente entrelaçou os dedos de Louis com os dele.
"Desculpa," Ele sussurrou. Louis o silenciou, acariciando o ombro de Harry com o seu nariz. Ele estava de joelhos do lado da cadeira azul, a toalha fora abandonada no chão do lado dele. Ainda havia algumas gostas de água em seus braços, já que não as tinha secado completamente. Ele tinha o cheiro de sabão e champô, e Harry não conseguiu evitar inclinar a sua cabeça para trás para o cheirar.
"Você tem um cheiro gostoso," Ele comentou.
"E você também. Você tem o cheiro de um anjo." Louis se inclinou e cuspiu uma framboesa no pescoço de Harry, rindo e fazendo com que Harry se contorcesse e risse.
"Fofinho," Louis riu, passando o dedo ao longo da linha da sua mandíbula e beliscando suas bochechas. "Meu fofo pequeno anjo."
Harry sorriu e escondeu seu rosto no peito despido de Louis. "Eu não sou fofo," Ele falou fracamente, com seus cachos suaves roçando nas omoplatas de Louis.
"Oh, Harry Styles. Você nem quer começar comigo."
Harry levantou sua cabeça, hesitante, fazendo contacto visual com um Louis sorridente. "O que você quer dizer com isso?" Ele perguntou baixinho, o final da frase acabando num sussurro.
A escuridão do apartamento e a chuva abafando suas vozes causou algum tipo de entusiasmo no coração de Harry que batia rapidamente.
"Eu quero dizer muitas coisas. Eu estou apenas falando que que tenho essa coisas com muitas coisas em relação a você e se você quer realmente quer continuar a falar coisas como 'Eu não sou fofo' eu poderia falar um monte de coisas que arrasariam você, mas eu não quero porque você é demasiado inocente e doce."
"Eu não sou inocente nem doce," Harry falou, antes de se aperceber de seu erro.
Louis riu um pouco, suas sobrancelhas acreditaram em descrença, mas num jeito provocador. "Você fez isso de novo! Estou mesmo tentado a mostrar para você. Acho que sua visão do seu corpo pequeno e bonitinho mudará quando ler isso, anjo."
Os olhos de Harry abriram em choque. "O que está escrito?" Ele perguntou numa voz aguda.
Louis apenas sorriu, o azul em seus olhos estava tão escuro que o coração de Harry caiu até seu estômago.
Eu consigo ver meu reflexo em seus olhos," Harry falou.
Louis se inclinou ligeiramente para trás, semicerrando os olhos para o garoto. O sorriso em seu rosto parecia que quebraria suas bochechas, e Harry queria aquecer ele, porque ele não queria que Louis quebrasse o seu rosto. Não, isso não iria resultar. Mas ele não o fez, em vez disso deixou que Louis o encarasse, com seus olhos cintilando em cada traço do rosto de Harry e Harry estava um pouco desconfortável porque Louis iria começar a notar coisas, aquela estúpida espinha que ele vira em sua bochecha essa manhã ou a largura de seu nariz ou o tamanho de seus dentes de coelho. Ele iria reparar que Harry não cortava o cabelo faz algum tempo e as pontas de seus cachos estavam partidas, e haviam alcançado a linha de sua mandíbula.
"Harry." Louis desviou o olhar, a sua mandíbula cerrada assim como seus punhos que ainda embalavam Harry prensados contra a sua barriga. "Harry, eu não consigo acreditar que algum dia magoei você."
"Lou-" Harry começou, mas Louis beijou essas palavras para longe, depositando outro rápido beijo em seus lábios quando Harry ficou em silêncio. O seu hálito cheirava a menta, o que dizia a Harry que ele escovara os dentes enquanto estivera no banheiro.
"Deixa eu falar, amor," Ele sussurrou, encostando sua testa na de Harry e beijando ele de novo.
Harry acenou com a cabeça, sem conseguir respirar e derrotado. Louis sussurrou um "Obrigado" baixinho, acariciando levemente a bochecha de Harry com a ponta dos dedos, com uma expressão pensativa.
"Eu falei para você, lá em Blackpool com os outros garotos, eu falei que quando vi você prometi a mim mesmo que nunca chegaria perto de você. Que nunca machucaria uma alma... o que eu falei mesmo?"
"Tão linda como Harry Styles." Harry memorizara as palavras de coração, ele repetira o que Louis falara na sua mente vezes sem conta até que estava queimado na sua alma. E por alguma razão, agora, a sua voz estava saindo como choramingando, e ele se lembrou do quão intermitentemente feliz se sentira nessa altura.
"Sim. E agora eu deixei você mais quebrado do que quando a gente começou, em priemeiro lugar. E você não tem ideia da quantidade de coisas que eu fiz para me magoar a mim mesmo e compensar você por isso. Mas não interessa o quanto eu beba, não ajuda."
Harry olhou ele através de seus cílios com os olhos abertos, com o seu lábio inferior tremendo um pouco, e levemente acariciou as cicatrizes de Louis em seus pulsos com o dedo. Haviam cortes em seus pulsos também, não tão antigos e ainda não completamente curados, mas ele esperou que Louis não notasse isso.
"Mas você continua me fazendo pensar que está tudo bem. De toda a vez que você me olha eu apenas esqueço que deveria estar deixando você viver uma vida feliz, uma vida sem você, e eu simplesmente percebo que quero muito te abraçar. Eu apenas amo abraçar você, porque você parece tão pequeno em meus braços mesmo que eu seja mais pequeno e eu amo isso, eu amo que você seja o meu pequeno anjo e ninguém pode tocar você, e eu apenas fico lembrando de quando eu pus um halo nos seus pequenos cachos e você me olhou com os lábios vermelho escuro porque não parava de os morder, e sua bochechas estavam coradas por causa do frio. O seus olhos estavam tão verdes; ainda estão. E quando eu penso em você, eu só quero te abraçar, sabe?"
Harry estava chorando, e estava tremendo, e Louis pegou ele o colocando em seu colo.
"Eu te amo Harry," Louis falou suavemente prensando seus lábios contra a têmpora de Harry.

i sleep naked ♕ larry ♕ traduçãoWhere stories live. Discover now