- Mas e se achar alguém tão bom quanto ele? E se amar alguém diferente?

Jay riu, uma risada desdenhosa ao que puxava inconscientemente o cabelo de Louis, que fez uma careta.

- Se fizer isso, querido, você vai acabar levando a pessoa junto com você. Você vai privá-la de amar alguém já que sempre estará fadado a amar a pessoa inicial, seu coração sempre terá um dono, e não será ela. Nós não queremos fazer isso, queremos?

Louis negou avidamente, os olhos atentos no sorriso de sua mãe.

FLASHBACK OFF

- Não, não... – Louis murmurou baixinho ao que puxava seus cabelos em agonia, as lágrimas já saindo dolorosas de seus olhos ardidos. Seu peito doía em ofegos e tremendo em desespero, pegou-se apenas de cueca no chão, os pelos arrepiados com o frio noturno que entrava pela janela aberta.

Foi instantâneo. Seus dedos foram para seus braços e arrancaram a camada mais superior de pele, a dor dos arranhões recentes o atingindo de primeira, antes mesmo do sangue escorrer, e em seguida, ele já partia para as coxas, na lateral delas, com ainda mais força e mais necessidade de fazer sua mente focar em algo além das lembranças tortuosas.

Em vão.

FLASHBACK ON

- Eu já disse, Louis e esta é a última vez que irei repetir: eu não vou sair com seus amigos idiotas.

Louis fez um bico discreto ao que controlava um suspirar. Ele havia acabado de chegar da uni e estava no apartamento de Ryan, ambos no sofá ao que ele assistia algum jogo de futebol americano e Louis ensaiava silenciosamente – como ele fazia isso era um mistério mas ele daria seu jeito se fosse para evitar deixar Ryan irritado. No momento não estava tendo muito sucesso.

- Mas é o aniversário de Niall e—e—ele gosta de você e—eu realmente queria que vocês saíssem mais porque são as pessoas que mais importam pra mim e—

- O que?

Louis franziu o cenho para Ryan, que estava tão sério quanto jamais esteve. Subitamente, um nó tomou a garganta de Louis ao que ele se encolhia.

- Vocês são as pessoas que mais importam pra mi—

- Vocês? – Ryan riu descrente, quase desdenhoso. – Niall sabe dos seus segredos? Dos seus medos? Das suas frescuras? Dos seus problemas? Das suas carências excessivas e desnecessárias? Ele sabe quem você realmente é? Quem é o Louis por baixo dessa camada superficial de arrogância e atrevimento... quem você esconde ai por baixo dessas roupas atrevidas? Ele sabe da sua infância de merda e da sua família que fez é bem em se afastar do garoto problemático que é? Ele sabe disso, Louis? – Louis permaneceu quieto, o olho ardendo para conter lágrimas ao que suas mãos começavam a tremer e seu coração apertar. – Ele sabe que sua mãe te rejeitou? Que seu padrasto te repugna e suas irmãs te desconsideram? Até mesmo seu irmão mais novo se afastou de você para não ser contaminado. Ele sabe disso? Eles sabem—seus amigos? Sabem que ninguém gosta do Louis verdadeiro, só dessa fachada de garoto metido e provocativo que não sente nada e não liga pra nada. Eles sabem que você chora pra mim toda noite reclamando da sua vida de merda? Eles sabem que você não passa de um dependente miserável que grudou em mim como um sanguessuga, eles sabem? Aposto que não.

Louis abaixou a cabeça ao que lágrimas caíam por suas bochechas e molhavam seu pescoço e camisa. Foram segundos tortuosos que se passaram: Ryan o puxou pelo pulso de forma bruta, jogando-o para cima de seu colo e o obrigando a o encarar.

- Está chorando, seu inútil? Está vendo? É por isso que ninguém nunca vai ficar com você por tempo suficiente. Você é fraco, Louis, dependente, desnecessário, vive nas custas dos outros e serve os que te dão carinho. Igual a um cachorro. Assim que ganhou a confiança dele, pode jogar o osso longe que mesmo assim ele vai lá buscar e então... – Ryan ergueu seu rosto pelo queixo, o azul rodeado de vermelho nos olhos de Louis. – Você o deixa, e sem dono, ele fica perdido, faminto, desesperado, ridiculamente inútil, sem propósito. Você, Louis, é meu cachorrinho. Eu sou quem te dá comida e abrigo, carinho e amor. Não Niall, não seus amigos. E se ficar indo muito pro lado deles... eu irei jogar o osso longe. E quando você voltar com ele, eu não estarei mais lá para pegá-lo. – Ryan apertou as bochechas de Louis com força, dando ênfase e fazendo com que mais lágrimas caíssem. – Entendeu? – Louis fechou os olhos com força. – Entendeu, Louis? – ele assentiu fraco. – Palavras, caralho, palavras. Ou até nisso precisa que te ensinem? Entendeu?

once upon a plug {l.s}Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt