About cats and friendship

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- Não é isso... Só pensei que depois de eu ter dito aquelas coisas, você estaria com raiva ou sei lá. Desistido porque eu não vou cantar mesmo.

- Não sou egoísta! – Harry se ofendeu um pouco, mas compreendeu o motivo de Louis estar pensando aquilo. – Suas irmãs sumiram, eu não vou ficar pensando nessas coisas. Quero ajudar.

Louis o observou de lado mais longamente dessa vez. Tinha um olhar decidido. Alias, nem conhecia Harry e já sabia que se tinha algo que ele possuia esse algo seria determinação no olhar. E uma insistência irritante, ele deveria acrescentar.

Fechou os olhos cansado voltando seus pensamentos para as gêmeas. Nada disse ao garoto caminhando a seu lado. Harry interpretou isso como uma permissão para continuar o ajudando.

Chegaram as piscinas que tinham como único acesso uma catraca junto a uma espécie de guarita, onde um homem digitava coisas no computador. Louis foi perguntar se ele vira as gêmeas. Com expressão enfadonha, o funcionário começou a recitar como ele era responsável, como ninguém jamais passaria sem a autorização dele. Passou a falar do sistema de controle de entrada, perguntou se os dois tinham feito o exame médico, que jamais ele aceitaria qualquer história só pra deixá-los entrar etc etc.

Louis o encarava com a expressão fechada, enquanto Harry hora encarava o homem, hora Louis, como se estivesse tentando adivinhar se os palavrões para se referir aquele funcionário chato que passavam pela cabeça do outro eram os mesmos que passavam pela sua.

Louis estava mentalmente contando até mil. Ele não era uma pessoa muito paciente. Aproveitou o monólogo para dar uma espiada nas piscinas. Uma cerca alta e branca de madeira que permitia ver tudo pelo lado de fora contornava as piscinas. Não era muito alta, mas as gêmeas não conseguiriam saltar pra dentro. Começou a se preocupar ainda mais.  Se não estavam ali, onde estariam? Não havia mais onde procurar!

Harry o cutucou discretamente enquanto o homem na cabine se voltava para o computador explicando o sistema de controle da entrada sem tomar fôlego. Louis encarou o mais novo ombro a ombro consigo e este fez um movimento com a cabeça para que ele o seguisse.

- Então valeu ai. Vou falar pra Tia Megan o quanto o senhor agrada o sobrinho dela. Vou fazer recomendações a seu respeito e sobre o quanto o senhor foi útil! – Louis falou o interrompendo abruptamente.

- Me-Megan? Você que é o sobrinho da...dona da pousada...digo, Megan... – ele suou frio.

- Ah pois é, detalhes. Tchau. – ele e Harry saíram andando rapidamente enquanto o homem adotava um tom simpático e nervoso em seu novo monólogo.

Harry riu um pouco e Louis se esforçou para não rir. Ainda tinha que parecer distante!

- Porque falou da sua tia? – Harry tinha achado graça da posse de superioridade de Louis quando disse aquelas coisas.

- Gente como ele puxa saco de chefe! – ele deu de ombros ainda segurando um sorriso. – Mas ok te dou crédito por ter me acordado com o seu cutucão.

Os dois margeavam a cerca, espiando rapidamente entre as vigas de madeira.

- Eu te cutuquei porque lembrei de uma coisa. Por aqui.

Harry tomou a dianteira procurando algo. Andaram um pouco até ele parar de frente para a cerca pensativo. Observou e observou enquanto Louis estava ficando impaciente a seu lado.

- O que? – ele não agüentou e quebrou o silêncio. – Por que a gente...

- Eu lembro que tinha sim uma maneira de entrar nas piscinas sem aquele cara ver... – Harry colocou o indicador no queixo pensando. – Quer dizer, não que eu já tenha entrado sem permissão. Na verdade sua tia me deixa entrar, mas às vezes dá preguiça de renovar o exame médico... digo, ham...

The CureWhere stories live. Discover now