XVIII

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  Outro mês se passou, e nada daquele cupido voltar. Sobrava um pouquinho de esperança dentro de mim. Eu ainda o esperava.

  No entanto, um certo dia, Victor achou meu Facebook, e me adicionou. Conversamos sem parar por lá. Até que ele me chamou pra ir pra sorveteria que nos conhecemos. Eu aceitei. E fui.

  Cheguei na sorveteria, e lá estava ele, sentado em uma mesa, me esperando. Quando me avistou, rapidamente se levantou e chegou até mim.

  — Quanto tempo. – Ele falou, pegando minha mão e dando um beijo delicado. Eu achei aquilo bem fofinho da parte dele.

  — Um mês nem é tanto tempo assim. – Falei.

  Ele riu.

  — Então, que tal darmos uma volta pela orla, já que a sorveteria é bem pertinho da praia?

  Concordei, e começamos a caminhar pela orla da praia. A gente conversava sobre absolutamente tudo. Livros, filmes, seriados, se extraterrestres existem ou não, como era que conseguiam colocar cheiro na revista da Avon, a razão da existência humana, girafas... Enfim, eram assuntos muito aleatórios.

  Até que paramos e nos sentamos em um banquinho. Havia algumas pessoas andando de bicicleta, outras fazendo caminhada, outras indo embora da praia e outras chegando na praia.

  Olhei para uma quadra de futebol que tinha ali perto. Tinha umas crianças jogando futebol. Era bonitinho, mas elas eram tão ruins que até eu, que não entendo nada de futebol, fiquei com pena delas.

  Na mesma quadra, um menino levou uma queda, e a bermuda dele rasgou. Coitado.
 
  Minutos depois, tinha um monte de gente ao redor dele, e um homem, aparentemente o pai dele, o carregando. Quando olhei pra perna dele, parecia estar quebrada. Socorro, que desastre.

  Mas nem sei porque eu tava prestando atenção nessas coisas.

  Victor e eu continuamos a conversar. Ele era muito bom em fazer amizades, aparentemente.

  Quando, de repente, já era o pôr do sol.

  — Por que a gente não assiste o pôr do sol? – Sugeriu Victor.

  — É uma ótima ideia.

  Enquanto assistíamos àquele lindo fenômeno da natureza em frente àquela linda praia que só tem em Maceió, Victor falava comigo.

  — Sabe, eu te chamei pra se encontrar comigo porque... Eu queria te contar uma coisa.

  — Pode falar. – Eu disse, curiosa.

  — Eu... Como posso falar isso? – Ele se perguntou — Bom, vou desembuchar de uma vez. Desde o meu primeiro olhar com o seu, eu senti uma coisa diferente sabe? Foi amor à primeira vista.

  Olhei para ele.

  — Por que está me dizendo isso? – Perguntei, sem saber o que falar, porque eu sabia perfeitamente porque ele estava falando aquilo.

  — Porque eu estou totalmente apaixonado por você. Eu me controlei, achando que era uma coisa boba sabe, mas não me aguentei quando te achei no Facebook. Eu não conseguia parar de pensar em você, apesar de você ter conversado comigo sobre o amor da sua vida...

  — Eu tô tentando esquecer ele – Falei — Não aguento mais sofrer por ele, apesar dele ser o meu amor, eu acho.

  — Eu posso te ajudar com isso – Ele colocou a mão na minha bochecha, tocando de levinho — Me dá uma chance.

  Eu não resisti ao charme dele. Instantaneamente, eu me aproximei dele, e ele, surpreso, também se aproximou. Eu sentia a respiração dele, forte. Então, levemente, nossos lábios se tocaram. E tivemos um lindo beijo, no pôr do sol, em uma das praias mais bonitas que eu já vi. Isso pode ter sido a coisa mais romântica do mundo, mas eu não consegui sentir absolutamente nada naquele beijo. Ele beijava bem? Sim, beijava. Eu senti algo? Não.

Meu cupido é um desastreWhere stories live. Discover now