Capítulo 34-A chama de cada um.

En başından başla
                                    

Ele tem o cabelo loiro está tão sujo que na verdade assume uma coloração meio acinzentada. Os fios lisos e ensebados pela sujeira escorrem grudados na testa, cobrindo quase parcialmente os olhos azuis.

As madeixas loiras são longas e vão quase até a bunda. Ele poderia ser facilmente confundido com uma menina. Deve ter uns oito ou nove anos, mas os traços do rosto já se traduziam diferentes. As roupas eram trapos rasgados que não cobriam o corpo todo. Ele estava descalço e me olhava assustado.

Foquei meus olhos no rosto do garoto. Já o tinha visto antes...Sim! Eu me lembro. Miro o ursinho amarelo maltratado pendendo por uma das mãos do garoto. Eu o vi aquele dia com Sininho, quando estava no meio da provação, tinha acabado de pegar a turmalina do topo da árvore e descia para a próxima missão. Sininho mandou que eu ficasse quieta enquanto o garoto passava por nós.

Ele fez uma careta. Estava assustado. Os lábios se contorceram e os olhos se apertaram. A testa franziu e um gemido abafado escapou por entre os lábios dele. Estava prestes a chorar.

Eu entrei em pânico.

-Não, não,não,não,não,não,não,não ,não.- comecei a dizer emendando uma palavra na outra até não fazer sentido. Eu avançava sobre o garoto querendo tocá-lo, brandindo a espada no ar e ele recuava cada vez mais deixando romper um grito alto de choro.

Como você faz uma criança parar? Essa droga não vem com botão de desligar.

-Shh...Shh...Shh... Isso aqui?- digo para o menino e brando a espada energeticamente no ar. Os olhos dele se arregalam e ele explode num rompante de gritos, choros e meleca. – Não, não, não, não, é só um brinquedo vê? – falo rápido como um canhão tentando fazer aquela criança parar de gritar. – Viu, vou até guardar pra você. – falo e rapidamente embainho a espada.

-Tá vendo?- falo e ergo as mãos vazias ao ar, como se me rendesse.- Sem armas okay? Pode ficar calmo. Não vou te machucar.- o menininho para de gritar, lágrimas ainda escorrendo pelo rosto imundo e me analisa como se quisesse acreditar em mim.

-Pode parar de chorar. – afirmo dessa vez menos nervosa e mais doce, seus olhos escorrem até a espada. – Okay. Okay. Você venceu. – digo pegando o cinto com a espada e retirando-o da minha cintura, jogando o mesmo para longe.

Ele para e dá uma fungada barulhenta, engolindo boa parte dos soluços.

-Está tudo bem, não vou te fazer mal.- falo da forma mais gentil possível e acredito que tenha ficado um tanto forçado, no entanto o rosto dele se suaviza e ele para de recuar. – Qual seu nome?

Grandes bolas azuis claras como gelo. Já as tinha visto em algum lugar. Elas me encaram por tempo demais como se decidissem entre me responder e sair correndo. No final vejo a boca do menininho se entreabrir e leva quase um segundo para que qualquer som saia.

-Da-Da-Da-Darry.- ele gagueja assustado. Darry. É como se eu já tivesse ouvido isso antes.

-Nome bonito Darry.- digo tentando lhe oferecer o meu melhor sorriso para acalmá-lo. – O meu é Adaline.

Ele apenas assente com a cabeça e não diz nada. Abraça o ursinho amarelo com mais força contra o próprio corpo. Está inseguro.

-O que faz por aqui Darry? É perigoso para um menino andar por aí sozinho.- digo tentando fazê-lo confiar em mim. Se estava perdido eu não poderia simplesmente deixa-lo ali, não com aquelas criaturas todas lá fora.

Ele hesita alguns segundos antes de me responder.

-Estou procurando a minha irmã. Ela sumiu. – ele falou num suspiro tão baixo que por precisei conter o instinto de erguer minhas mãos até a orelha para escutar melhor.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin