Capítulo 11- A viagem - Revisado

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O brilho dourado voava de um lado para o outro com tamanha velocidade que era impossível acompanhar. Pairava por milissegundos no ar e depois continuava constantemente a se mover como faz o beija-flor.

A luz dourada se aproximou de mim chegando a tocar o meu nariz onde permaneceu parada. Foi nesse momento então que a minha visão conseguiu focalizar no que estava envolto daquela brilho dourado.

A pele era branca, clara como papel, quase transparente. Parte do brilho dourado reluzente lhe escapava os poros como feixes de luz. Um nariz arrebitado- que me lembrou o da Regina George em Meninas Malvadas- se unia com olhos grandes e bem desenhados da cor verde musgo adornados por duas belas sobrancelhas lindamente marcadas. As orelhas, muito mais pontudas do que a de Pan, faziam um conjunto lindo com o cabelo loiro arrumado em um coque perfeitamente redondo adornado com flores de todos os tipos no topo da cabeça.

Na parte superior do tronco fitas de folhas e cipós envolviam e apertavam apenas a zona do busto deixando os ombros e o restante da barriga descobertos, expondo a pele brilhante. Na região do quadril um arranjo de folhas envolviam a cintura até o meio das cochas como uma saia. A diferença era que uma das pernas era coberta por tiras de cipó enquanto a outra além das tiras tinha uma grande folha lhe cobrindo como aquelas saias com corte transversal, mas menos chique e mais confortável. Eu aposto  que ela poderia correr uma maratona e desfilar ao mesmo tempo. Não tinha curvas acentuadas, era pequena de não só de tamanho mas também de medidas. Uma mistura de ninfa com Lara Croft.

Nas costas, as asas surgiam em sulcos nas curvados nas costas. Pareciam asas de libélula. Transparentes, firmes, maleáveis, translúcida como água cristalina, brilhantes como se tivessem se banhado em glitter dourado. Se eu não tivesse certeza de que tudo o que está acontecendo na minha vida era real, diria que estava sonhando.

Olhar para ela era hipnótico. O rosto delicado, carregava um olhar meio indecifrável com um quê de malandragem. Poderia olhar pra ela por horas e mais horas sem parar. Tinha alguma coisa no seu jeito de ser que se parecia com um segredo a ser decifrado.

-Onde está Pan?- indaguei finalmente quebrando aquele silêncio que já começava a ficar estranho.

-Ele tá ocupado. Não pode ficar a seu dispor o tempo todo, ele tem coisas pra resolver na Terra do Nunca.- ela disse, sua voz tilintando no meu ouvido.

-Desculpa. Eu não sabia.- respondi levantando as mãos em redenção.

Ela revirou os olhos e bufou se virando e voando para longe.

-Vocês Darling são todos iguais.- ela murmurou.

Dei um impulso no ar e passei a seguir a fada que me guiava pela noite escura de Londres. Quando alcançamos as regiões mais movimentadas da cidade, passando por prédios iluminados, casas, luzes, pessoas rindo, sérias, trabalhando, solteiras, namorando, famílias... E nós não estávamos a uma altitude muito alta. Passávamos por meio dos prédios, em zigue-zague, dava até para espiar a vida alheia por algumas janelas.

-Eles não conseguem nos ver?- perguntei para Sininho que respondeu sem ao menos desviar o olhar do caminho.

-Eles veem o que querem ver.

-Como assim?- voltei a questionar , me aproximando dela.

-Pan já deve ter te explicado sobre A Visão, os estáticos e os dobradores. Vocês são incapazes de perceber a magia como magia. Não aceitam que as coisas não possam simplesmente ser explicadas. Excluem e ignoram tudo o que não entendem. Resumindo: não, eles não estão nos vendo. Os únicos estáticos capazes de enxergar a magia são as crianças, elas nascem com A Visão mas a perdem com tempo. –ela disse parando repentinamente no ar e descendo até quase estarmos no nível dos outros, apenas alguns poucos metros á cima.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora