Capítulo Três ♠

71 11 40
                                    

- Ele também não quer se casar. Olho para o rosto pálido dele. - Eu não sou a única, eu não sou a única que não quer se casar, ele também não me ama. Sinto seu braço apertar minha cintura.

- Então vamos fugir! Vejo um traço de empolgação cruzar o rosto dele. - Vamos fugir de tudo e de todos, vamos viver a nossa história, longe de reis e rainhas, longe de princípios, longe de obstáculos da realeza. Ele sorri e faço o mesmo.

- Eu amo tanto você, que só de pensar em te perder, uma angústia grande causa dentro de mim. Coloco a mão em meu coração e vejo que ele disparou. - Não posso cogitar a possibilidade de te perder. Sorrio fraco, abaixando a cabeça.

- Você só vai me perder se quiser. Levanta meu queixo devagar e deposita um beijo suave nos meus lábios. Isso me faz sorrir.

- Eu nunca quero te perder. Continuamos andando, quando ficava tarde da noite, costumávamos fazer isso, nos encontrar e passear por todo o castelo. - Eu vou te ter pra sempre. Olho para ele, e pela pouca claridade, ainda consigo ver seu olhar brilhante arder.
Andávamos em silêncio agora, parece que todos foram dormir mesmo, exceto por um pequeno feixe de luz, que vinha de uma das salas mais reservadas do último andar do castelo.

- Deve ser algum criado. Ele me tranquiliza. - Vamos voltar, não vão querer ver um guarda junto com a princesa, andando sem rumo por aí. Beija minha bochecha.

- Não, espera. Estou ouvindo vozes. Olho para a sala, parecia com a voz do meu pai. Tomo muito cuidado para não fazer barulho, agradeço por estar usando sapatilhas e vestidos mais curtos, para o caso de precisar correr. Olho para trás e o que ganho é um sorriso torto do meu amado.

- Vai em frente, estou bem atrás de você. Ele sussurra divertido. Mostro um jóia pra ele e caminho na ponta dos pés.

- ... Será mesmo rei Dominic? Era uma voz grave, rei Dante.

- Claro que sim. Eles vão saber administrar os reinos. Dessa vez era a voz do meu pai. Mas o que eles faziam aqui, nesta sala distante? Sinto o aroma do meu amado próximo a mim, então sinto sua mão tocar meu ombro. Ah, como isso me acalmava.

- Ambos os reinos iram se aliar. Mas é claro, com o nosso acordo, nós ajudamos o seu reino, casando sua filha com o meu filho, para ajudar vocês com nossos recursos financeiros, vocês vão sair dessa situação precária. Mas, em troca dos recursos, quero a sua filha para mim. Olho para o guarda que estava atrás de mim, ele pareceu entender o rumo daquela conversa, mas eu não. Ainda estava sem entender. O que eu sabia, era que nossos reinos iriam se aliar, pois a situação financeira do nosso reino estava ruim, mas o que era aquilo de ser do rei? Eu não iria me casar com seu filho? Que na verdade não vou me casar.

- Não tem outra opção? A voz do meu pai soa como uma súplica.

- Não, não tem. É pegar ou largar. Rei Dante diz convicto.

- Tudo bem. Ouço a voz de papai falhar. - Acordo aceito. Mas, sejamos discretos, para Branca e para Eleanor, é apenas um acordo financeiro que ajudará o reino, elas mal sabem que temos este acordo por trás.

- Sou discreto. Dante ri. - Seu reino vai se recompor e eu terei a sua filha, com todo respeito é a princesa mais bela e mágica que já tive o prazer de conhecer.

- Mais proeza ao falar da minha filha, ela ainda continua sendo a Eleanor de sempre. Meu pai parece ter se irritado.

- Eu não teria tanta certeza. Mais um riso. - Já que não temos mais nada a tratar, preciso ir. Ouço cadeiras sendo arrastadas.

- Rei Dante. Meu pai limpa a garganta. - O que pretende fazer com seu filho e sua esposa, depois de tudo?

- Lourenço, darei cabo dele, e inventarei uma morte bem bolada, bom, e Solange terá que ficar de bico calado, e aceitar que tenho uma amante belíssima. Gargalha. - O reino ainda estará nas tuas mãos Dominic, só acreditar em mim. Sua filha e meu filho jamais governará algo. Até por que, eu e você temos o mesmo propósito. Fico horrorizada com o que acabei de ouvir, eu não estava crendo no que se passou dentro daquele ambiente. Estou pasma, estou sem reação, como o meu pai foi capaz disso, por dinheiro e poder. Como?

- ... Eleanor? Está me ouvindo? Eleanor precisamos sair daqui. Sinto dois braços me segurar, ele havia me posto no colo e agora era carregada para não sei onde. - Você vai ficar bem.

- Eu... Eu não acredito... Não creio que...

- Psiu. Não diz nada, não diz nada até sairmos daqui. Mal ouvia sua voz.
Sou levada para o meu quarto, e colocada na minha cama, minha vista fica turva, não vejo mais nada e apago. Ao acordar, procuro pela pessoa que pode me dar auxílio. Mas não o vejo, entro em desespero. Então vejo a porta ser escancarada, e um rosto pálido ser revelado.

- Está tudo bem? Pergunta preocupado.

- Quero você aqui comigo. Dou leves batidas na cama. Ele caminha até a mim e se deita ao meu lado. Me viro para olhar o rosto mais lindo do meu reino, cabelos castanhos claros e bagunçados, pele pálida, olhos verdes, ele era o meu homem perfeito.

- Dorme minha princesa. Me aconchego no seu peito e sinto o aroma delicioso dele, como amo esse homem, como o quero para mim.

- Eu te amo Eleanor. Sussurra no meu ouvido deliciosamente.

- Eu te amo... Arthur. Então durmo.

Vote/Comente

932 Palavras

Obstáculos da realeza - Tudo pode acontecerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora