Cap. 8 - Through The Dark

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     Quando cheguei em London, estava mais quente do que na Irlanda, mas eu não iria tirar o casaco que a Gaby me deu, nem a bolsa que a Jessie me deu e dentro o álbum de fotos do Brad e no meu pescoço a minha corujinha e os colares que minha mãe e meu pai me deram, não queria tirar nunca mais essas pequenas coisas que me fazem chorar de saudade.

      A moça que segundo o Juizado era minha tia, o nome dela era Joe, ela disse que minha vida melhoraria em mil, era o que eu esperava, nós vimos muito cedo, não pude ir ao enterro dos meus pais, fiquei muito triste por não conseguir, eu tentava não chorar o tempo inteiro, mas não conseguia. A Joe que carregou minha filha até em casa pois apesar de eu ser a mãe eu não sabia como segura-lá direito e eu Tonha muito medo de machuca-lá . A Jack, moça do juizado visitaria minha casa cinco ou seis vezes para ver se eu posso ser cuidada pela Joe. Já fomos visitadas quatro vezes, foi tudo bom sem problemas, todos os dias eu falava com o pessoal da Irlanda, na frente deles eu tentava não chorar na frente da câmera, na frente deles.

Último dia de visita do Juizado

   Amanheci como todos os dias, com o casaco no meu quarto que agora era duas vezes menor, a Meggie ficava ao meu lado, sempre me mexi muito na cama mas com ela eu só tentava proteger de tudo e de todos. Desci para tomar meu café com a Meggie, antes de descer amamentei minha filha como de costume, eu a amamentava a cada duas horas, ela as vezes mordia e doia, mas fora isso era normal.

- Bom dia pequena ruivinha e moreninha!

- Bom dia Joe! - Disse pondo a Meggie no carrinho. Eu ainda estava sem jeito com a Joe e então falavamos pouco uma com a outra

     Ela não parava de falar, só queria que ela calasse a boca, mas não podia culpa-lá, afinal ela não tinha nada haver, eu nem a conhecia, mas assim que pude entrei no meu quarto para ler a bíblia em voz alta para minha filha, podem dizer que é estranho, mas eu gosto e tem várias histórias, minha mãe me deu quando eu tinha 5 anos, ela era ilustrada, eu contava para a Meggie da mesma forma que minha mãe contara para quando eu era menor, com o mesmo amor pelo menos.

     Quando era mais ou menos '7' horas da noite a Jack, a da justiça chegou, eu abri a porta rapidamente, ela entrou com toda educação e senteiou-se no sofá

- Boa noite

- Boa - Eu e Joe dissemos

- Bom eu vim aqui pela última vez. Só para a senhora assinar esses papéis e depois a garota e a filha dela são suas, pela lei - Jack disse se referindo a Joe

- Onde estão os papéis?

       Demorou alguns minutos, a Joe queria conferir tudo antes de assinar, assim que ela assinou a moça do Juizado saiu da casa e então ela me chamou para conversar no quarto. Quando cheguei ela pediu para sentar e então sentei na cama

- Bom garota idiota, você não é mais virgem? É não, você não é. Você me deu um prejuízo! Agora escolha você ou sua filha? - Não entendi o que ela queria fizer

- Ham?

- Além de idiota é lerda?! Vamos explicar para a lezada então. Eu sou uma... Como é que chamam mesmo? É... é... Ahh! Cafetina! E eu poderia vender sua virgindade mais você não é virgem! Criança idiota! Então escolha você que ser prostituta ou quer vender sua filha?

- Deixe minha filha em paz! - Disse chorando

- Ahh claro! Sempre assim. Sua filha vai para um orfanato.

- Nãoooooh!

- Sim! A gente tem negócios lá então se você não quiser que ela seja adotada, page!

- Não! Não! Não!

- Tá garota birrenta! Vou levar a coisa que você chama de "filha" hoje, da qui a pouco

- Eu pago! Eu pago - Os pais do Niall ainda me davam dinheiro e eu não podia perde-lá ela não! Não mesmo!

- Tá todo fim de mês! Você é novata e se você fizer sexo direito você vai ganhar dinheiro, eu sou dona de 54% de toda a grana que você vai ganhar. Você começa amanhã,  para você ver como sou boazinha querida - Ela disse pondo a mão no meu queixo

   Eu saí correndo peguei minha filha e comecei a chorar sobre ela, logo a Joe veio e a levou sem dor e nem piedade. Subi para meu quarto, eu queria contar para o Niall mas ele, ele... ele nem se quer foi me visitar, ele não deve ligar, isso doia, eu queria meus pais, eu queria a Irlanda, queria voltar para o Brasil, ter minha vida, eu estava com muito medo, medo dela fazer algo com minha filha, e eu aceitaria tudo para salva-lá e eu ainda tenho a esperança de que tudo vai voltar ao normal. A casa estava vazia, a Joe não voltaria essa noite, ela estava tomando conta de sua boate, disse que ia ver o quarto que eu ficaria. Eu estava com medo das pessoas, ela disse que eu me acostumaria, mas eu não conseguia acreditar.

     No dia seguinte ela me trouxe algumas lingeries, algumas fantasias para os clientes fixos, e outras pretas, vermelhas e brancas, tudo seria descontado do meu salário, eu moraria na boate.

  Quando chegou a noite eu usava uma lingerie preta com detalhes dourados, uma maquiagem forte, eu havia chorado todo o dia, Joe disse que não podia chorar, e se eu não tivesse pelo menos três clientes eu iria apanhar.

     Quando cheguei na boate estava cheio de homens nojentos com ternos de grife e seus charutos. Eu fiquei "dançando" na verdade eu só estava em cima do palco, quando quatro meninas vieram falar comigo.

- Você é louca? - Uma delas disse.

- Venha conosco! - Outra disse me puxando pelo braço até um canto da boate

- Quem são vocês? - Perguntei me afastando

- Sou Maya, mas como a dona daqui gosta de filmes ela me chama de Rocket, ela é conhecida como Blondie, Amber e Sweet, e sim eu e sim sou irmã da Sweet Pea - Ela disse apontando para cada uma delas *inspirado em "Mundo Surreal" / "Sucker Punch"* - Mas isso não é importante, você é babydoll. Se você quiser viver aqui dentro, você vai ter que aceitar. Aquele cara ali - Disse ela apontando para - ele é o mais carinhoso vou te levar até ele

    Quando chegamos ela me deixou só com ele, fomos logo ao quarto...

Over AgainOnde as histórias ganham vida. Descobre agora