Arranjo forças nas pernas, me endireito. O ódio me domina e quando vejo estou pigarreando chamando a atenção dos dois. A moça me olha assustada, Guilhemo fica surpreso e envergonhado.

- Eu sinto nojo de você! - disparo com raiva. - Falso! Você é um fraco, idiota!

- Anna... - Guilhermo tira a morena de cima dele, tenho vontade de vomitar só de olhar para os corpos nus e soados deles. - Amor...

- Não me chama assim! - grito tanto que minha garganta dói. - Você é um lixo! Um lixo!

Dou as costas a ele, não choro, não sinto tristeza, só sinto raiva, ódio, vontade de matar aqueles dois com minha próprias mãos. Nojentos!

- Anna, espera. - Paolo me segura, me deparo contra ele.

- Sai de perto de mim! - esmurro seu corpo na tentativa de me soltar, ele não se abala. - Sabia de tudo! Sabia e estava acobertando aquele idiota!

- Anna não é assim. Me ouve! - ele pede mas ignoro, só quero sumir daqui, esquecer que um dia namorei aquele traste.

- Anna! - a voz asquerosa de Guilhermo chega aos meus ouvidos como um incentivo para finalmente conseguir me livrar de Paolo. - Amor, me escuta.

Me viro e o vejo agora vestido com uma bermuda e uma camiseta, os cabelos bagunçados e o rosto corado. Meu estômago reclama, o ódio aumenta e quando vejo estou indo para cima dele, lhe dou um tapa que estrala alto pelo apartamento. Esmurro seu peito, o arranho e grito com ele enquanto o mesmo tenta me conter.

- Eu te odeio! Sinto nojo de você, sinto nojo de um dia ter te tocado, te beijado! - grito ainda com uma força descomunal tomando conta do meu corpo, a delicadeza me dando adeus.

- Me ajuda aqui Paolo! - Guilhermo pede ao amigo que me enlaça pela cintura, depois abraça meu corpo me prendendo pelos braços, eu grito, tento me soltar mas o cansaço começa a me dominar. - Calma Anna, eu posso explicar!

- Explicar o que? O que Guilhermo? Eu vi você transando com uma vadiazinha no seu quarto! - grito tentando ir até ele. - Eu não quero suas mentiras porcas!

- Amor, aquilo não foi nada. Amanda não é ninguém, é só alguém que conheci para...

- Para transar feito dois tarados? - nem acredito na raiva que estou sentindo, mas estou tão descontrolada que nem penso em nada. - Então fique com ela, porque comigo você nunca! Nunca, vai conseguir nada!

- Pelo jeito não mesmo! - ele grita em desabafo, Paolo lança um olhar sério para ele. - Você sempre recoa, nunca vai até o fim, mesmo que eu já tenha te tocado como nenhum outro homem!

- Cala a boca! - grito me debatendo.

- Queria que eu te esperasse? Sou homem Anna! Tenho minhas necessidades, não fico sem sexo!

- Você não é homem, você é um lixo! - cuspo as palavras e ele me olha irritado. Não sei de onde surgiu tanta raiva em mim. - Se fosse homem de verdade teria se separado de mim, teria terminado porque não podia realmente me esperar como disse tantas vezes!

- Eu gosto de você Anna, estou apaixonado! Não quero terminar!

- Eu quero e estou terminando! - me solto de Paolo, empurro Guilhermo que dá uns passos para trás. - Venho trazer a merda de um remédio para você e te encontro transando com uma vadia! Acha mesmo que te quero de volta? Nem em mil anos!

- Anna...

- Escuta bem o que vou te dizer. Não mencione meu nome mais, não me chame de amor, não dirija uma única palavra para mim se não você vai se arrepender! - o alerto com o dedo apontado para ele. - Sou capaz de usar as influências da minha família, coisa que nunca fiz, só para manter você o mais longe possível de mim.

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora