Capítulo 26 - Perigo se aproximando. {Ney}

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{Ney narrando}

Esperei anoitecer em cima de uma pedra próxima de uma corrente de um rio próximo daqui. Louis brincava com os peixes na superfície e eu o observava distraída. Até ele me olhar e sorrir do nada.

— Ei, quer brincar também?

Ele se levanta e vem andando na minha direção.

— Não, eu vou pra casa agora.

Disse séria voltando a encarar o pequeno rio.
Suspirei e olhei para cima tentando adivinhar que horas eram. Louis se sentou do meu lado e me abraçou de lado também olhando pra cima junto comigo.

— Tá pensando em quê? — ele pergunta baixinho sem se mexer do meu lado.

— Coisas.

Respondo tímida.

O cheiro de sangue seco nas roupas dele me incomodava.

— Por que esta noite não nos divertimos um pouco? Eu descobri uma casa aqui perto e...

— Louis, eu não tenho mais sete anos e também não estou com sede ou fome.

Me levanto da pedra e começo a andar pela floresta, ele logo me segue parecendo triste e murcho com minha resposta.

Louis não conseguia entender que eu não participava mais das suas brincadeiras. Sempre que anoitecia, nos saiamos para nos alimentar quando não conseguíamos controlar nossa fome ainda. Mas eu cresci, e mesmo que não pareça, eu já sou quase adulta. E ele ainda parece preso aos seus 16 anos.

— Por que nós não brincamos mais?

Ele pergunta fazendo voz de choro.

— Louis, eu já cresci, já passei dessa fase. Lembra?

— Mas era tão divertido...

— Você precisa parar com essas suas crises, não quero mais ter que correr atrás de você pra te segurar.

— Mas nós sempre fazíamos isso juntos, você não me deixava exagerar, não sabe quantas vezes eu surtei quando você não estava comigo. Durante esses dois anos eu me sentia sozinho, mas eu pensei que você não queria mais me ajudar, eu não queria mais pedi sua ajuda toda vez que saía pra me alimentar.

Eu parei e o encarei séria, eu só queria ver oque realmente ele estava querendo dizer. E seu rosto pela primeira vez estava indecifrável. Nós somos amigos desde que eu o conheci recém transformado por alguém desconhecido na floresta, sozinho. Mas agora seu rosto estava diferente, ele sempre está sendo sarcástico quando falamos desse assunto.

— Sinto sua falta sempre que eu exagero.

Ele levantou os ombros e olhou pra baixo parecendo constrangido em dizer isso pra mim. Mas mesmo assim eu lhe dou um abraço e ele retribui como se sentisse medo de me tocar.

— Então... Nós vamos?

Me solto dele e dou um tapa no ombro dele. Depois rio andando na direção da trilha que dava até minha casa.

[...]

Depois de ter matados meus pais que as autoridades escolheram pra mim quando eu fui pega naquele acampamento, eu fiquei com a casa na beira da estrada só pra mim e ainda conseguir esconder os corpos em um lugar que ninguém nunca vai achar.

Louis estava pulando na minha casa enquanto eu brincava de arranhar o carpete com um garfo entediada. Ainda não queria dormir e nem ficar sem fazer nada.

— Ei, você tá sabendo dos assassinos noturnos?

Olho pra ele confusa.

— Eles aparecem na Tv todo tempo, quer dizer... Só mostram oque eles fazem com as pessoas. Teve uma vez que uma mulher foi encontrada com pedras dentro do corpo no fundo de um rio. Os órgãos dela foram arrancados. Eu achei bem criativo.

Me levantei do chão e fiquei o encarando. A última vez que eu soube desse tipo de assassinato, eram vampiros que estavam por trás disso. E deu muito trabalho convencê-los a pararem com esse tipo de coisa na nossa cidade.

— Por que tá me olhando assim?

Ele pergunta confuso parando de pular.

— Podem ser os vampiros de novo, a última vez estavam atrás de recém transformados...

Minha voz morreu assim que meus pensamentos foram a Jake. Eu não me perdoaria se ele fosse pego por eles por culpa minha.

— Ah... E sabe... Aquele seu amigo lá, o Jack, ele é novo nisso né?

— É Jake e você está certo... Eles podem está apenas vendo se ainda tem alguém por aqui nessa cidade que podem os impedir de continuar esses assassinatos. E pra eles, matar pessoas constantemente é só um aviso que estão dando a nós. Eles sabem que nós habitamos essa cidade.

— Estamos ferrados?

— Sim... Mas Jake está em perigo agora.

Digo começando a andar de um lado para o outro tentando lembrar de alguns amigos meus que poderiam me ajudar.


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