Capítulo 18 - Menina estranha.

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Depois de ter comprado o lanche daquela menina estranha, sobrou troco apenas para comprar duas balinhas pra mim. Comprei a ela um misto quente e um refrigerante de latinha. Eu só estava tentando agradá-la, mas isso me custou muito.
Pelo menos ela tinha gostado de eu ter gastado todo meu dinheiro.

- Então... Qual é seu nome?

Perguntei enquanto abria uma das minhas balinhas com as mãos sobre o colo. Eu a olhei uma vez e parecia que ela estava me ignorando de propósito, mas depois tomou um pouco do refrigerante e abaixou os braços.

- Lina.

Pronunciou de uma forma esquisita voltando a comer seu misto. Eu fiquei meio tenso para continuar essa conversa com ela, mas depois eu vejo que João está se aproximando da nossa mesa. Ele iria assustá-la com certeza.

- Ei, eu não gostei daquilo, tá? Me magoou e...

Ele veio fazendo seu showzinho mas parou quando percebeu a menina o encarando e tomando seu refrigerante.

- Ham... Oi.

Ele fez um gesto pra ela e sorriu educadamente.
A menina também sorriu e abaixou seu rosto depois.

- Quem é essa, Jake?

Ele pergunta se sentando ao lado dela mas mantendo distância, seus olhos estavam nela.

- Lina... Eu comprei o lanche dela, porque você me fez gritar com ela.

- O que eu fiz?

- Ele gritou comigo achando que eu era você.

Ela disse séria terminando seu misto e limpando as migalhas das suas mãos. Depois o encarou abaixando os braços da mesa de novo.

Ela era bem educada para comer.

- Ata... Desculpa se esse idiota aí gritou com você.

- Idiota aqui é você, idiota - falo com raiva olhando pra ele.

- Cala a boca, idiota, não sou eu que saio por aí gritando com as pessoas por engano.

- Ah, lembrei de uma coisa, você precisa passar com um menino da nossa sala pra pegar as resposta da atividade lembra?

Eu vou puxando ele pra sair de perto dela. Ele reluta um pouco mas depois se rende. E eu continuo puxando ele pelo braço até que estivéssemos em uma distância segura pra conversar com ele sem ela ouvir.

- Que série ela é? Eu nunca vi ela por aqui... Será que veio no meio do ano no começo das aulas?

- Cala a boca, e vai pegar as respostas com o Matheus.

Empurro ele pra nossa sala, mas ele gira e para na minha frente de novo sorrindo igual besta.

- Só se você dizer mais sobre ela.

- Pelo amor de Deus, João. Depois você fala com ela.

- Eu não! Você vai.

- Eu não, você vai falar com ela depois - empurro ele de novo com mais força e o faço parar na porta da sala.

- Vai falar com ela depois? - Ele pergunta ainda insistindo e me deixando com raiva.

- Eu falo e digo que você quer falar com ela.

- Não!

- Oi...

Me viro rápido disfarçando meu susto. Era ela de novo e segurava alguma coisa na mão.

- Obrigada por pagar meu lanche.

Ela sorriu e estendeu alguma coisa pra mim que era coberta por papel brilhoso e rosa. Depois passou por nós em silêncio deixando João com raiva de mim por algum motivo.

Eu ignoro e vejo oque ela tinha me dado, e era uma trufa de chocolate. Instantaneamente eu fico feliz, até penso que ela pudesse ter gostado de mim depois disso. Mas nada além de uma amizade que eu poderia ter feito com ela hoje.

- Me dá isso.

João rosna e toma meu bombom me deixando irritado.

- Ei, me dá! Ela deu pra mim!

Grito avançando nele e tomando o bombom de novo colocando uma mão na cara dele.

- Me solta.

Ele me dá um empurrão e eu quase cair para trás tropeçando. O bombom ainda estava na minha mão, mas eu fiquei o encarando estranhando-o. Nunca brigamos assim a ponto de nos agredir.

- Desculpa.

Ele fala olhando pro chão e depois entrando na nossa sala empurrando a porta parecendo irritado mas triste.

Eu tinha que fazer alguma coisa pra ele se sentir melhor. Sabia que tinha ficado irritado comigo... Mesmo que isso seja idiotice e também só ele naqueles dias que precisa ser tratado como uma criança mimada. Me sentia obrigado a deixar ele normal de novo.

- João, espera.

Vou atrás dele entrando na nossa sala também. Ele me olha ainda bravo com suas sobrancelhas unidas, mas eu entrego o bombom sorrindo achando tudo isso engraçado de repente. E eu também decidir ir falar com a menina depois.

Minha Peste. Where stories live. Discover now