How To Make Two Boys Fall In Love - Frerard

Surrender The Night

 AVISO

Esse capítulo contém consumo de bebida alcoólica e referências ao uso deliberado de substâncias químicas, à automutilação e ao suicídio.

Reforçamos que não apoiamos tais práticas e as cenas descritas aqui são meramente fictícias. Se você não se sente bem lendo, por favor, não leia. Se precisar conversar, luv-u-all e eu estamos à disposição, ou procure a ajuda de uma psicóloga.

#Weforeverybody

Gerard sorriu para si mesmo ao ver o carro de Ray se afastando do meio fio, acelerando e sumindo no cruzamento. Ele sabia que aquela seria uma noite especial para o casal, mas não tinha ideia de que também seria uma noite e tanto para ele.
O platinado respirou fundo e olhou para cima, vendo o grande 24 piscando em néon vermelho enquanto o resto do letreiro, "Hours Of Trinket", piscava em azul. Gerard entrou no estabelecimento e pode perceber que havia duas pessoas no balcão, que ficava na parte de trás das gôndolas. Pela altura do rapaz que estava no caixa, ele assumiu ser Pete Wentz, um rapaz que trabalhava para os Toro's há algum tempo. Way estava prestes a ir até o balcão, quando um folheto de um Maltês desaparecido o chamou à atenção.

Ele se virou para ler quando sentiu alguém se aproximar. Uma mão pequena lhe tocou um ombro, algo naquele toque fez os pelos de seu corpo se eriçarem, mas nada se comparava a sensação paralisante que tomou conta de seu corpo ao ouvir aquela voz rouca, lhe oferecendo ajuda.
Ele conhecia muito bem aquela voz, aquela que era rouca, mas ao mesmo tempo suave. Que o fazia querer dormir mas também passar horas conversando só para poder ouví-la. Aquela que tirava e mantinha sua sanidade quando soava atrás de si, todas as manhãs, em tom de provocação. Aquela que em um momento difícil, o acalmou e manteve seus pensamos turbulentos longe.

Gerard estava completamente paralisado, não conseguia se mover, o único movimento que seu corpo ainda se permitia fazer, era deixar o peito subir e descer cada vez mais rápido enquanto seu coração acelerava e sua pressão arterial aumentava. Ray não podia ter feito aquilo com ele. Ele não estava preparado para encarar uma noite inteira ao lado da pessoa que passou anos odiando, ou quase isso. Havia uma pequena trégua, isso era claro, mas passar cinco minutos juntos não era nada comparado à cinco horas e esse pensamento fez as mãos de Way começarem a suar.

— Com licença, senhor? — A pessoa insistiu, e Gerard fechou os olhos por um momento enquanto engolia em seco. Ele não sabia de onde havia tirado coragem, mas se virou, com as pernas bambas.
As sobrancelhas finas e bem desenhadas de Frank se levantaram em surpresa e seus olhos se fixaram nos fios curtos e platinados de Way. O baixinho analisou o rosto do maior com admiração e sentiu o coração falhar uma batida. Gerard estava perfeito.
O mais velho dos Way corou com o olhar do outro sobre si e limpou a garganta olhando para o chão, fazendo Frank despertar de seus pensamentos e sorrir para ele.

— Uh, boa noite. Desculpe, eu não percebi que era você. Você está... Diferente. — Iero tentou não gaguejar ou se perder nas próprias palavras.

— É, eu resolvi mudar um pouco. — Gerard enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta de couro preta, dando de ombros, e fixando os olhos nos cabelos totalmente castanhos do menor. — Parece que você pensou o mesmo. — Ele levantou uma das mãos ainda dentro do bolso, para apontar para Frank.

— É verdade, já fazia um tempo que não mudava. —  Iero mudou o peso do corpo de uma perna para a outra.

— Você está igual à quando nos conhecemos, quer dizer, agora você tem barba pra fazer, mas ainda sim, igual. — Gerard  deu um pequeno sorriso ao ver o menino rir e concordar.