Epílogo

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"Quem disse que esse é o fim?"

GABRIELA

Estávamos no salão de festas comemorando o nosso casamento.

Várias pessoas estavam com a gente. Amigos íntimos, parentes, conhecidos, entre outras pessoas. Enzo estava do meu lado conversando com um dos seus antigos amigos.

Minha família estava presente, e por mais que uma pequena indisposição estivesse acometido a gente pelo segredo que haviam me escondido sobre a gravidez, eu os perdoei, e voltamos a ter um grande contato como antigamente.

Tenho entendimento que minha mãe e meu pai haviam feito isso para me proteger, e na época, eu estava passando por muita coisa, então, acabei olhando essa situação por um lado diferente, e não guardei rancor de nada advindo deles.

— Sua irmã é tão quieta assim? — Enzo me indagou.

Michelle estava em um canto, separada do restante das pessoas.

Minha irmã é assim. Há momentos que ela fica suspirando pelos cantos, e analisando tudo a sua volta. Sei que isso se deve a sua personalidade, e respeito. Apesar de tímida, quando ela se abre com alguém, se torna uma mulher muito participativa, e fiel.

— Sim. — Suspirei. — Ela é bastante tímida. Não sei mais o que fazer pra ela superar isso.

— Ela já teve algum namorado?

— Teve um, mas ele aprontou com ela na época. Michelle se apega fácil as pessoas, e se decepciona facilmente.

— Já pensou em... sei lá, apresentar alguém decente a ela?

— Alguém decente? — Comecei a rir.

— Isso. Alguém que compartilha das mesmas coisas que ela. Um homem que vê a vida de uma maneira diferente.

Enzo estava estranho. Por que será que notei um certo embaraço no tom de voz dele?

— Enzo... desembucha!

— O que foi? — Ele me olhou de uma forma curiosa.

— O modo de você falar foi estranho. Me diga o que está pensando.

— Tem certeza? — Ele sorriu.

— Quero saber. Sei que está tramando algo. — Ponderei.

— Há uma pessoa que pode ajudar. No meu entendimento, sua irmã é a mulher perfeita para ele.

— Os dois são muito iguais?

— Não. Totalmente diferentes.

Não entendi o ponto.

— Você disse que ela precisa de alguém que compartilha das mesmas coisas que ela. Não estou lhe entendendo, Enzo. — Cruzei os braços.

— Eu sei o que eu disse, Gabriela. Realmente, acho que ela pode se dar bem com alguém tímido, que seja de poucas palavras. Essas pessoas sabem demonstrar com sentimentos o que várias não conseguem. Só que... estou pensando por um lado diferente.

— Enzo... me diz o que está pensando.

— E se ela conhecesse alguém que é o oposto em certos aspectos? Um homem que já passou por muita coisa na vida, alguém que saiba dar valor em uma mulher de uma maneira diferente.

— Você tem um amigo assim? — Comecei a rir.

— Tenho sim. Não sei se ele mudou, mas não custa tentar, não é?

— Ele mora aqui em Miami?

— Não. Ele está se mudando para cá. Ele chega semana que vem. Éramos muito amigos.

— Sua ideia é apresentá-lo para minha irmã, pelo jeito.

— Somente se você aprovar. — Ele sorriu. — Sua irmã é muito bonita, e ele... bem, é um cara bastante educado e simpático. Acho que eles darão certo, mas se isso não acontecer, pelo menos tentamos.

Olhei para minha irmã isolada no canto da pequena festa. Está tão na cara assim que quero arrumar um namorado para Michelle?

— Minha irmã não é de falar muito, mas sei que ela quer um homem decente na vida dela. Ela já me confidenciou isso, mas sempre diz que ainda não chegou a hora.

— Pode ter chegado agora, Gabriela. O que custa tentar? — Enzo indagou. — Quero vê-la feliz também.

Pensei nas palavras dele por alguns momentos, e depois fui em direção à Michelle. Notei vários homens de olho nela, também pudera, considero minha irmã linda, e bastante atraente.

— Você chama a atenção por onde passa, Michelle.

— Não queria ser assim. — Ela sorriu.

— Que pena que nasceu bonita, irmã. — Caçoei dela.

— E tímida. — Ela complementou um pouco sem graça. — Estou trabalhando isso em mim, mas não sei se está adiantando.

— O que as duas estão cochichando aí, posso saber? — Claire veio por detrás de nós.

— Estamos falando da minha timidez. — Michelle disse.

— Hoje você perderá ela, não se preocupe.

— Queria que fosse fácil assim.

— Quero lhe perguntar algo, Michelle. — Parei. — Enzo quer lhe apresentar um amigo dele que se mudará para Miami, e pelo que ele me disse, vocês dois podem se dar bem.

Michelle me olhou com uma cara surpresa.

— Irmã... você sabe como sou, eu...

— Ela aceita! Lógico que aceita! — Claire emendou. — Amiga, você está ficando velha, não pode ficar escolhendo muito.

Essa frase foi o bastante para nós tres cairmos na gargalhada.

Por certos momentos, Claire conseguia quebrar o gelo que se formava em determinados assuntos.

— Se eu estou ficando velha, você está o quê? — Michelle piscou na direção dela.

— Bem feito! — Emendei.

— Eu podia ter dormido sem essa, mas... viu o tanto que seu humor melhorou?

— Eu consigo me abrir mais com vocês duas, mas com um homem... é diferente.

— Agora é serio, Michelle. — Claire olhou no fundo dos olhos dela. — Todos nós temos que superar nossos medos, e quero que tente enfrentar esse. Se não quer fazer isso por você, faça por mim ou por sua irmã. Queremos o melhor para você, e sei que você é um doce de mulher, e que quando gostar de um homem, irá até o fim por ele. Você nunca saberá o que te espera, se não tentar.

Michelle nos fitou por um tempo sem falar nada.

Em determinados momentos é difícil saber o que se passa na cabeça da minha irmã. Até mesmo para mim, que somos muito apegadas.

— Tudo bem.

— Ótimo. — Claire disse do nada. — Em breve casaremos mais uma mulher.

Caímos na gargalhada novamente.

Ficamos conversando por mais alguns minutos. Pensei que seria difícil convencer minha irmã sobre o amigo de Enzo, mas no fim das contas, foi mais fácil que o normal.

Voltei para o lado dele instantes depois.

— Deu certo? — Enzo perguntou.

— Sim. Claire me ajudou.

— O resto pode deixar comigo. Apresentarei meu amigo a ela, e acho que os dois podem se dar muito bem.

— Será?

— Saberemos em breve.

FIM

Doutor AmorWhere stories live. Discover now