Capítulo 14

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"Por certas vezes o certo parece errado, e o errado parece certo até demais..."

GABRIELA

Entrei pé por pé em minha casa, mas não contava com uma pequena surpresa me fitando.

— Você é mestre em me deixar preocupada, sabia? — Claire me fitou com os braços cruzados logo após eu passar pela porta da nossa casa.

— Bom dia, amiga.

— Não desvie o foco da conversa.

Comecei a rir.

— Só te dei bom dia, Claire. Não estou mudando o rumo da conversa.

— Sei... — Ela deixou a palavra vaga.

Fui em direção à cozinha, rindo um pouco da sua expressão.

— Você sabe que fico aflita quando some, não é? — Ela me seguiu, e pegou algo dentro da geladeira.

— Você não me deixa esquecer isso. — Pisquei a ela.

— Ainda debocha de mim! Você é uma péssima amiga, sabia? — Ela tentou usar um tom de voz severo, mas não conseguiu. Na verdade, ela nunca consegue.

— E você é uma ótima amiga, sabia? — Devolvi seu sarcasmo com um elogio.

— Isso eu sei! — Ela foi em direção ao sofá.

Após colocar algumas coisas em meu quarto, voltei para o local onde ela estava.

— Eu te avisei que sairia um pouco, e também que iria conversar com Enzo. Não te deixei totalmente no escuro, Claire.

— Eu sei. A questão é que você sumiu, e não me deu mais nenhuma notícia. — Ela me olhou desconfiada. — E ainda chega com essa cara em nossa casa. — Ela riu um pouco.

— Como assim?

— Você está com um rosto de quem transou a noite inteira, Gabriela.

Fui na direção de Claire e lhe dei um abraço.

— Nem me venha com mimos e carinhos. Estou irritada com você. Isso não irá funcionar. — Ela forçou uma cara emburrada.

Ahh, não? Que pena! — Usei de sarcasmo. — Iria lhe contar algumas coisas, mas... não irei te aborrecer com as minhas histórias, não se preocupe.

Olhei fixamente para Claire por pelo menos dez segundos. Ela fez o mesmo, não esboçando nenhuma reação.

— Você não presta, sabia? — Ela começou a rir balançando a cabeça em negação. — Você usa da pior arma possível para me fazer ceder, e infelizmente, sempre consegue.

— Que arma seria?

— Curiosidade.

— Você é curiosa?! Mentira! — Esbocei surpresa.

— E ainda continua debochando de mim. — Ela virou o rosto.

— Você sabe que te adoro, amiga.

Claire fixou o olhar na televisão que ela havia ligado há alguns instantes atrás. Ela não me respondeu por alguns segundos.

— Sim. Agora, desembucha, o que aconteceu?

— Sou fraca, amiga. Isso que aconteceu. — Fui sucinta.

— Você e Enzo transaram, ?

— Sim. E foi tão bom quanto da primeira vez, até melhor.

— Eu no seu lugar seria fraca também. Aquele homem... — Ela revirou os olhos, mas se deu conta que estava falando comigo logo depois. — Me desculpe, não posso fantasiar com um homem que é seu.

Doutor AmorWhere stories live. Discover now