Capítulo 12 - Quarenta e Seis

393 25 3
                                    


Estava pronto para ir para a casa. O relógio do quarto marcava quase meio dia. Não aguentava mais ficar naquele hospital e Gray me fez um grande favor me dando alta. Médicos não podem tratar familiares e amigos, porque não podiam ser imparciais e realmente não podiam. Não sei se todos ainda estavam lá de fora me esperando. Por algum motivo eu decidi que não queria visitas. Sei que é egoísmo e todos tinham ido até o hospital para me ver, mas eu recusei ver qualquer um. Até Gray se eu pudesse ter evitado eu teria. Estava envergonhado pelo exame que ele fez.

Pedi que Morgan comprasse algumas roupas para que eu pudesse ir embora e ela me fez esse favor mesmo eu tendo praticamente dito que a culpa de tudo o que tinha acontecido era dela. Ela me conhecia bem. Era minha melhor amiga e é isso que amigos fazem. Brigam quando se ama e se amam quando brigam.

– Está pronto para ir? – Perguntou Gray entrando no quarto.

– Estou – falei já vestido com as roupas que Morgan tinha comprado. Uma calça jeans azul escuro e uma camiseta cinza. Calcei um par de tênis que ela também tinha comprado.

– O protocolo do hospital insiste que você circule em uma cadeira de rodas para a prevenção de quedas – falou Gray me mostrando a cadeira de rodas que trouxe comigo.

– Nem pense nisso – falei já de pé caminhando na direção dele – eu não vou andar por aí como um pobre coitado.

– Você não precisa ser forte – falou Gray – ninguém espera que seja forte depois do que você passou, você é a vítima.

– Se você me chamar disso outra vez eu juro que eu desapareço vocês nunca mais vão ouvir falar de mim – falei me sentindo impotente ao ouvir aquela palavra. Eu realmente detestava ser visto como fraco, como uma vítima. Eu nunca precisei de ninguém na vida.

– Desculpa – falou Gray colocando a cadeira de rodas de lado. Ele abriu a porta e eu caminhei para fora chegando ao corredor. Gray caminhou ao meu lado em silêncio.

– Olha só quem está melhor? – Falou Morgan se levantando junto com Holly.

– Vocês ficaram aqui todo esse tempo? – Perguntei abraçando Holly.

– Claro. Queríamos ter certeza de que você ficaria bem – falou Holly simpática.

– Você está melhor? – Perguntou Morgan.

– Estou sim – falei forçando um sorriso para Morgan. Por mais que na minha cabeça ela tivesse uma grande parcela de culpa pelo o que aconteceu, a culpa foi minha no final das contas. Fui eu quem deixou Hugo entrar em minha cabeça e me iludir.

– Você está de pé – falou Oliver entrando no hospital com um copo na mão.

– Você ainda está aqui? – Perguntei olhando surpreso para Oliver.

– Claro – falou ele sorrindo – eu não consegui ir embora sabendo que você estava aqui. Você quase nos matou de susto.

– Desculpa incomodar você e sua esposa.

– Você não incomodou – falou Oliver olhando para o relógio – eu preciso ir agora, mas fico feliz que você está bem.

– Obrigado por tudo – falei entregando a sacola com as roupas e a sandália que ele me tinha me emprestado.

– Não foi nada – falou Oliver pegando a sacola e saindo do hospital.

– Eu posso perguntar onde está Eve e Kiff?

– Estão no seu apartamento – falou Morgan.

– O que eles estão fazendo lá? – Perguntei enquanto saímos do hospital.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant