Capítulo 4 - Desafio

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Acordei ofegante no meio da noite. Meu corpo estava molhado de suor e o meu coração batendo disparado. Era como flashes em minha cabeça. Imagens que apareciam e desapareciam da mesma forma. Um filme de terror interminável toda vez que eu dormia. Era sexta-feira, havia se passado dois dias desde que tinha encontrado o meu passado em um restaurante Sadie Francis. Ela era o motivo dos meus pesadelos. Eu tinha voltado a sonhar com o passado, com meu irmão... Toda vez que encontrava a paz algo assim acontecia. O passado sempre me perseguia onde quer que eu fosse.

O relógio na cabeceira marcava pouco mais das quatro horas da manhã. Era madrugada e eu estava acordado sem saber se o sono viria novamente. Fui até o banheiro e lavei o rosto. Não havia espelho no meu banheiro. Eu o tinha tirado desde que tinha me mudado. Eu não gostava muito de espelhos. Decidi ir até a cozinha e tomar um copo de água gelado.

Tomei dois copos inteiros sem a menor dificuldade pois a minha boca estava seca. O que mais me dava medo em tudo isso é que se eu não melhorasse logo eu teria que voltar a tomar os meus remédios. A morte do meu irmão Christopher mexeu muito comigo, ao ponto de eu ter que fazer visitar ao psiquiatra que me receitou Propranolol que é um bloqueador beta. Além de ser um remédio para o coração ele pode bloquear memórias ruins.

Eu parei de tomar esse remédio quando comecei a esquecer coisas as quais eu não queria. Faz mais de um ano que eu não faço uso desse medicamento e eu temo que agora vou precisar tomá-lo novamente.

Deitei-me novamente em minha cama e torci para que o sono viesse e que quando viesse não trouxesse novamente um pesadelo. Eu detestava pesadelos, especialmente os que andava tendo. Pelo menos uma vez o meu pedido foi atendido. O sono veio e eu não tive mais terrores noturnos pelo resto da noite.

Acordei às oito horas, precisava me arrumar para o trabalho. Morgan passaria para me buscar pouco antes das nove horas. Estava pronto para o trabalho na porta do meu prédio. Estava de óculos escuros e vi de longe o Porsche de Morgan.

– Bom dia – falei entrando no carro e colocando o cinto de segurança.

– Bom dia – falou Morgan com um sorriso seguindo com o carro – Como dormiu hoje?

– O que você acha? – Perguntei inclinando a cabeça para trás.

– Continua tendo pesadelos?

– Sim e estão cada vez piores.

– A culpa é minha – falou Morgan – eu não devia ter feito você ir naquela comemoração estúpida. Você encontrou aquela tal de Sadie e isso trouxe lembranças ruins.

– A culpa não é sua. Todos têm lembranças ruins.

– Mas as suas parecem ser péssimas.

– Realmente – falei respirando fundo.

– Se precisar conversar com alguém eu posso te indicar um psiquiatra muito bom.

– Obrigado. Se eu precisar eu prometo que te digo.

– Porque nesse tempo que trabalha para mim eu nunca te vi com ninguém? – Perguntou Morgan.

– Como assim? Você diz... romanticamente?

– Sim. Talvez esse seja o problema. Se você sair com alguém talvez você melhore. Não é bom estar sozinho.

– Obrigado, mas eu prefiro ficar sozinho.

– Você precisa confiar de novo Griffin. Você mesmo disse que não confia em ninguém. Olhe para mim. Eu trabalho com o meu Ex-marido e com a amante dele. Estou sendo superior a tudo o que aconteceu.

Príncipe Impossível (ROMANCE GAY)Kde žijí příběhy. Začni objevovat