— Sim.

— Então, Juliet. Eu sei que seu amigo Aber é um bom jogador, apenas falta oportunidade para ele, e eu posso dar. — disse ele.

— Ok. Ambos sabemos que você não faria isso apenas por bondade. Você quer algo em troca, me diga o quê. — respondi.

— Bom… Tenho 21 anos, e toda minha família diz que já está na hora de encontrar uma namorada. Obviamente eu não quero namorar. Mas minha família é extremamente religiosa, se eles estivessem aqui agora iam reprovar totalmente essa festa. Enfim, eu preciso de uma menina para fingir ser minha namorada, e você é perfeita pra isso. — explicou ele.

— Por que eu seria perfeita pra esse papel? Você tem todas as meninas da faculdade aos seus pés. — respondi.

— Tenho todas, mas nenhuma delas tem o seu comportamento. Você entrou aqui e logo percebi a sua desaprovação ao ambiente. Você é a típica nora que qualquer mãe quer ter. Seja minha namorada de mentira e garanta a Aber um lugar no time. — disse ele.

Você sabia disso, Evan?

Aposto que não.

Para o Bryce, as pessoas eram como quebra-cabeças, que ele pode manipular e encaixar da forma que quiser. E foi assim com você também.

Apesar de você nunca ter conseguido enxergar isso claramente.

— Aceita? — perguntou ele.

— Não. — respondi rapidamente.

— Seu amigo vai ter que ralar muito, então.

Foi a última coisa que ele disse antes de sair de perto de mim.

Fui até Aber, pois não dava mais para continuar ali.

— Agora sim eu vou. — comuniquei.

— Vamos. — disse ele.

A caminho de minha casa, eu contei a Aber o ocorrido, e como esperado, ele ficou aliviado por eu não ter aceitado.

Ele queria entrar no time por mérito próprio, e não por conta de um acordo tolo.

Aber me deixou na porta de casa.

Finalmente eu estava sozinha. Eu e meus pensamentos, e meu porquinho da índia.

Tomei um bom banho, apesar de não ter chegado perto do álcool, eu também estava com esse cheiro.

Me deitei no sofá, para assistir um bom filme, que logo foi interrompido por uma ligação.

Eu não conhecia o número, mas ainda assim atendi.

— Alô? — falei.

— Juliet?

Era você, Evan. Reconheci a voz assim que ouvi, mas eu fingi não conhecer.

– Quem é? — perguntei.

— Evan. Evan Cooper.

— Não sei quem é Evan. — respondi.

— O camisa 03 do time. Bom, era eu na piscina hoje.

— Ah, você! Prazer, Evan. Como você sabe meu nome? — questionei.

— Pâmela. Perguntei a ela sobre uma menina com suas características. Já havia visto vocês pelos corredores. Então imaginei que ela te conhecia.

— Tá explicado. — respondi, rapidamente.

— Está ocupada? Se estiver, ligo em outra hora.

— Não. Pode falar. — falei.

— Me desculpe, eu sei que é estranho ligar pra alguém que nem sequer me conhece, mas… Desde o dia do jogo, quando você riu daquelas garotas e eu te encarei daquela forma, eu queria pedir desculpas.

Essa foi a primeira conversa que tivemos.

Me lembro até hoje do frio na barriga, das mãos trêmulas e geladas, por estar falando com você.

E eu me pergunto até hoje o que eu faria se pudesse voltar no tempo. Se desligaria o celular, ou se atendia.

Se eu desligasse, ia me poupar muita dor. Porém, eu não teria vivido o que vivi.

E se eu atendesse, bom, você já sabe o que ia acontecer nesse caso, até porque, já aconteceu.

Evan, eis aqui o segundo motivo de nós não termos dado certo.

Você sempre me surpreendeu.

De forma negativa, e de forma positiva.

Mas você era sempre uma bomba relógio, que a qualquer momento pode explodir.

E eu não queria ser explodida.

Para sempre, JulietWhere stories live. Discover now