Dusk

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Saí de dentro daquela mata toda. Inclino minha cabeça para o lado, tentando enxergar onde estou. Só consigo ver o sol se pondo. Estou deitada em cima da terra, minha perna direita está dobrada. Fui colocada ali delicadamente por Tyler, e então, ele foi embora.  Apoio minhas mãos no chão, me levantando devagar. Tudo estava laranjado com o sol, inclusive, a terra suja. Me levanto por vez, com uma breve tontura.
  Jesper estava lá na frente, sem camisa, com suas asas escuras à mostras. Havia muita sombra. Ele estava parado, o que será que tinha acabado de ter feito? Estava ali, simplesmente atoa? Ele parecia estar sentindo frio, acredito que esteja tremendo. Mas estava tão calor...
  - Não se aproxime de mim, Hope! - ele gritou de longe. Nervoso.
  - Por que não? - me assusto.
  - Não estou em um bom estado agora.
Não liguei, e fui até ele. Jesper estava gelado, e tremendo, como eu imaginei... Seus olhos estavam negros e dilatados.
  - O que você fez Jasper? Por que está assim? - me sinto mal por toda essa situação.
  - O que eu faço. Da minha natureza. Mato pessoas, assusto gente. Até mato os demônios diferentes de mim. - ele fala gago.
  - Para, você não é assim. - me recuso a aceitar.
  - Sou Hope. Sou. Você ama um psicopata.
  Quando ouço essas palavras saírem da boca dele, me lembro de todo o tempo em que fomos amigos, que ele usava pra me conquistar. Jasper nunca foi um cara sensível, mas sempre foi esperto (o que eu mais admirava nele). - Eu amo você! Do jeito que te conheci, do jeito que você é. Não vai me assustar nem me mandar embora. Está ouvindo?
  - Eu não te assustaria. Você é tudo o que eu tenho. Minha única esperança, você faz eu me sentir melhor. Eu mato qualquer um por você Hope. Minto por você, roubo... - eu o interrompo.
  - Não precisa fazer essas coisas por mim. Pode só estar calmo.
  - Tudo bem. Mas eu não vou mudar por você, porque não tem como. Eu não consigo. Vai ficar comigo assim mesmo?
  - Que papo é esse Jesper? Eu já estou com você. Vem, vista esse casaco - o cubro com o pano preto que cobre suas asas, fazendo-as fechar.  - Eu estive no túnel, e vi que você e Poppy estiveram juntos.
  - Construímos aquilo juntos, sim.
  - Não, eu não estou falando disso. Passaram tanto tempo juntos assim? Vi vocês se beijando. Você não disse que éramos almas-gêmeas? Que o destino nos juntou?
  - Disse, porque é verdade. Fiquei com Poppy sim, nós criamos um caso, porque você ficava entre mim e o Tyler. E não se decidia. O que podia fazer enquanto isso?
  - Ora! - não acredito que ele pensa dessa maneira. - Me esperar? Me dar motivos para escolher você?!
  - Ah tá, Hope. Tá bom. - ele encerra a conversa. - ficando zangado.
  - Você não vai me dizer mais nada? - espero por uma resposta...
  - Não sei o que dizer. - ele faz uma pausa. - Não quero mais a Poppy, nunca quis, quero você.
  - Como está com o acidente? - tento mudar de assunto.
  - Estou bem. Tive alguns arranhões... Mas consegui sair da água. Você sabe, não é problema pra mim.
  - Sei. E você viu o meu estado no hospital?
  - Mas é claro que vi. Tyler fez questão de te fazer uma visita física e brigar comigo.
  - Vocês só brigam... - reviro os olhos.
  Ouço passos vindo perto de mim. - Fui, e estou aqui de novo para repetir. Esse acidente mostra o quanto você não tem potencial nenhum para mantê-la segura. Fazê-la feliz, ou afastar as coisas ruins de perto. - Tyler surge do além, entrando na conversa.
  - Ah! Lá vem... - Jesper solta um suspiro irônico.
  - Esse acidente só aconteceu porque você, com seu espírito ruim e energias negativas, trouxe o inferno pra mais perto da Hope. Porque você é isso, seus sentimentos de medo, pavor, pânico, matança, obsessão... toda a sua paranoia por ser psicopata é atraída para o lado dela. - Tyler aponta para mim, que permaneço calada, sem saber o que dizer. Será que o que ele está dizendo é verdade? - Você quer o quê? Acabar possuindo ela?
  - Hope é a única coisa de bom que há em mim. Então sai! - Jesper parecer estar mantendo a calma para não se transformar.
  - Acredita nele Hope? - Tyler faz uma pergunta como despedida. Disposto a não render mais este assunto.
  - Eu... não... - antes que eu acabasse de dizer, ele virou as costas, sumindo novamente.
  - Isso sim é um problema em corpo e alma! - Jesper faz piadinha. - Está anoitecendo. Quer ir à um lugar comigo? Quero te mostrar uma coisa.
  - Quero. - começamos a caminhar... reparo que estamos em nossa cidade. Lightgoowen. Vejo os postes de luz nas ruas distantes, onde a seguimos.
Sinto um pouco de medo de estar com Jesper, mas esse sentimento era bom.

Um Lugar Chamado LightgoowenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora