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     Acomodei minha pobre cadelinha linda, no canto mais seguro da casa, que justamento era entre as duas geladeiras, acredito eu que devido ao peso das duas, elas não deixaram a base do piso tremer e isso manteve aquela parte dele bem firme, já as outras, cederam e estavam arriadas, há um metro do nível da água mais ou menos. Não tenho tempo para consertar a base da casa, então priorizei agilizar a nossa fuga desse buraco. Eu fui ver o estrago da torre, infelizmente ela havia tombado, mas graças a Deus tombou para o lado certo e com isso, me bastaria por a escada lá na base perto da rocha para poder subir.

     Eu construí uma escada, construí também uma espécie de cinta que pegava no peito da Pepita, e encima dela eu criei um meio da corda ficar com uma armação triangular feita de bambu (o triangulo ficou com a ponta para cima), está armação ficava em pé e havia um motivo bem claro para isso, após eu subir, vou ter que puxar ela para cima e bastará eu conseguir encaixar o meu gancho, feito com o ultimo galho daquele tronco que me trouxe aqui, e a puxarei facilmente. Peguei tudo que seria essencial para a subida e a nossa proteção, depois levei as pedras que eu usava na minha fogueira para a base da parede de rochas e um pedaço de mais ou menos meio metro de bambu, com auxilio das pedras o mantive em pé, o mais firme possível, levei a Pepita até lá e prendi a sua coleira nele, mas com um laço enorme, apenas para caso ela acordar não caia no fosso, a ajeitei bem, deixando o triangulo bem para cima, para facilitar a pegada depois. Da forma que eu a coloquei, quando eu a puxar para cima, a coleira subirá facilmente.

     Tenho pouco tempo, não sei se a minha cadela vai sobreviver, mas se ela tem uma chance, precisa de um medico e rápido! Se o ferimento infeccionar ela pode morrer sem medicamentos. Posicionei a escada, subi por mais ou menos uns três metros com ela, ao chegar o seu fim, comecei a escalada com as mãos (este local era o mais fácil possível para esta subida, eu planejei tudo por dias), e assim eu vou subindo sem muitas dificuldades, está bem mais fácil até aqui do que pensei, foram só dois metros de subida até a base de rocha mais alta que eu podia alcançar, a parede de rocha daqui em diante é muito lisa e não há como eu escalar com as mãos, aí entra a outra parte do plano, laçar o galho quebrado da arvore que há lá no topo. Tentei varias e varias vezes acertar o galho, justamente a parte que parecia fácil, está me irritando e começando a me cansar, quando o laço parece que vai acertar ele vira, bate no galho e cai. Depois de mais varias tentativas, em fim eu consigo laçar perfeitamente o galho, dou um puxão estratégico que faz a corda ir mais para próximo do tronco da arvore possível (quem já soltou pipa, saberia dar estes puxões facilmente), aqui vem a parte mais cansativa, mas graças a Deus estou magro e bem fisicamente ao mesmo tempo, eu até me preparei fisicamente para este momento e treinei muito, pois havia colocado uma corda da casa até o chão do fosso, ao menos duas vezes por dia eu a subia só com as mãos, bem no inicio eu não conseguia mas treinando duro diariamente, depois de alguns dias fui conseguindo, e agora estou aqui, subindo facilmente a corda e rezando para ela me aguentar até o fim, afinal, é uma corda feita de matos. Subi, finalmente estou livre! Mal posso acreditar que sobrevivi, nossa! Estou cercado de mata, mas acharei a saída facilmente até onde está o carro que aluguei, só terei que seguir a água da cachoeira.

     ─ Grounnnnnnnnnnnn!

     ─ NÃOOOOOOO! SEU DESGRAÇADO! ─ o jacaré subiu na casa, provavelmente ele pulou na base da casa que estava mais baixa, próximo a água. Para o seu tamanho e peso, foi um pulo muito alto, ele quer mesmo matar a Pepita de qualquer maneira e sem mim por perto, vai ser fácil para ele! 

Preso no Fosso - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora