15 - Maggie

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Não esperava ser tão bem recebida pelo conde. A sua simpatia era deveras bonita, não imaginava que ele fosse boa pessoa.

O seu castelo era enorme, cheio de cor, de luz, era repleto de obras de arte. A entrada era majestosa, com uma passadeira coberta de desenhos, bem antigos, que ia até uma escadaria enorme, digna de filme e que fazia lembrar a escadaria da mansão do jogo "Resident Evil".

Fomos recebidos pelo conde e por uma mulher linda, com um vestido preto simples, mas que evidenciava a sua beleza. Aqueles olhos verdes mostravam certeza e dedicação. Não me senti ameaçada, senti-me bem-vinda.

- Podem deixar aí as vossas malas, serão levadas para os quartos que preparámos para vocês. - a sua voz era melodiosa e doce, como uma melodia tocada por Mozart. Senti-me encantada pela sua voz. Não tinha coragem de falar, estava demasiado nervosa para que o volume da minha voz saísse alta o suficiente, para que me ouvissem. - Sou Sienna, o braço direito do conde e serei a vossa anfitriã, quando o conde não estiver presente. - até o seu nome era brilhante e bonito.

Após alguma conversa banal, o conde fez-nos sinal para que o seguíssemos e assim o fizemos. Fomos para um salão enorme, cheio de luz e cor. No centro do salão existia uma mesa, não muito grande, preta com um castiçal no seu centro. Na ponta direita do salão estava uma lareira bastante luxuosa, em mármore branco com algumas fotos a decorar a mesma. Em frente à lareira, estavam bem posicionadas duas poltronas com um estilo antigo, mas que eu adorei.

Não conseguia parar de olhar para a beleza do salão. Nunca me passaria pela cabeça que ia encontrar um lugar cheio de vida. Estava a adorar estar no castelo do conde Dante, o meu tio.

- Vejo que gostaram do meu salão. Podem sentar-se, o chá e os bolos devem estar quase prontos. – a voz do conde apanhou-me desprevenida. Não sabia o que dizer.

- Realmente, não fazia ideia que tinha um castelo tão cheio de vida e de arte. – disse Cloud, que estava ao meu lado, de sorriso no rosto.

- Não sou o vilão que julgam. Sou um amante a vida, da arte, dos humanos. – fez uma pausa. Reparei no seu olhar triste. – Cheguei a ser feliz ao lado de uma humana. Tudo isto há 29 anos atrás.

Ele parou de falar. A sua mágoa era evidente, estava na sua alma, no seu olhar e no modo como o seu corpo se retraiu quando falou.

Não era apenas eu que precisava de ajuda, era também aquele homem. O conde é um homem doce, forte, poderoso e lindo, mas está só, perdido, amargurado.

Fui ao encontro do Conde, coloquei a minha mão no seu ombro direito, mostrando que estarei ao seu lado, não o abandonarei.

- Não precisa ter medo de falar. Eu e Cloud estamos aqui para o conhecer melhor. Percebi que apareceu na minha vida para me ajudar, mas também o quero ajudar. – ele merecia a minha sinceridade e dei-lha.

O seu olhar iluminou-se um pouco. Também o seu rosto estava mais leve, mais alegre e iluminado. Como era possível o rosto do conde ser tão parecido ao de Cloud? A sua semelhança é incrível.

- Por favor, sentem-se. Temos muito tempo para falar do passado. – a sua voz puxou-me para a realidade. - Vejo que ainda não desenvolveste todos os teus poderes, minha querida. Poderei treinar-te, se quiseres.

Treinar-me? Será que o conde me conseguirá treinar?

Não sabia o que dizer. Fiquei sem reação a olhar para ele e depois para Cloud, que acabou por perguntar ao meu tio "como" por mim.

- Ela deve combater com demónios. Mas deve sentir necessidade de proteger quem ama. Mas será um treino perigoso. O corpo de Maggie já está demasiado habituado a simulações e não irá ceder com tanta facilidade. – a explicação era impressionante. - Está decidido, serão os meus convidados e irei treinar ambos para serem verdadeiros caçadores. –

O Caminho para a EscuridãoWhere stories live. Discover now