017_ Prisioneiro do Coração

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O amor é a prisão domiciliar do coração

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O amor é a prisão domiciliar do coração.

- Aislan Fonseca

          Alexander estava parado em frente da piscina onde o corpo de uma de suas Acompanhantes de Luxo boiava. Ela estava sem roupa, seus longos cabelos pareciam um manto dourado e uma mancha escura de sangue se misturava com a água. Leonid lhe entregou um lenço branco que logo ficou sujo de carmim.

— Limpe isso. — Ordenou. Os olhos estavam mais claros e a voz levemente excitada. Terminou de tirar os vestígios de sangue em suas mãos e jogou o lenço junto aos seus pés. Já sentia saudades dos gritos recentes que tinham feito seu coração bater mais rápido que o normal. — Mande trocar a água da piscina.

— Sim senhor. — Respondeu. O guerreiro estava apreensivo com aquela onda de mortes que tinham se iniciado na mansão desde que tinham ido até ao Casino, pois o Sovietnik estava a descontar a sua raiva em tudo e todos. Até uma palavra pronunciada de maneira errada era motivo para alavancar uma fúria.

Petrovich deu meia volta, descendo as mãos para os bolsos e tinha parado de cantarolar a canção que os arrepiava, pois já tinha seus desejos saciados. Porém, deu de cara com Sasha que estava parado na porta com formato de arco. Olhos azuis, iguais aos dele, o fixavam sem pestanejar.

— Ela caiu. — Mentiu a olhar por cima do ombro para onde dois guerreiros puxavam um corpo das águas. — Ainda é cedo para você ver essas coisas, vamos.

O rapaz era franzino. Não muito alto para sua idade, tinha a pele mais escura e os cabelos cheios de caracóis. Usava um pijama quadriculado de flanela e meias nos pés. Era tão leve que Alex facilmente o carregou em seu colo e o conduziu até a sala de estar que se encontrava vazia. Sentou-se e o deixou por cima de suas coxas.

— Deixa-me adivinhar... Está com saudades de casa? — Perguntou e passou a mão pelos fios dos cabelos que saltitaram como molas.

Sasha concordou com a cabeça.

— E do seu ded também, não é? — Perguntou a balançar os joelhos e arrancou um brilho do menino que chegou a sorrir um pouco antes de fazer outro sinal afirmativo. — Devemos concordar que o seu avô lhe dá mais mimos do que deveria.

Alexander não sentia ciúmes do próprio filho por ter tudo aquilo que não teve na infância, pelo contrário, gostava que Sasha pudesse ter um crescimento decente enquanto não chegasse a hora de enfrentar o destino que lhe era esperado. O que o incomodava na verdade era o facto de sentir que seu pai tratava o neto como forma de se redimir por não ter cuidado de Vladimir.

— E está também com saudades dela. — Alex fez aparecer uma moeda numa mão aparentemente vazia e a entregou para Sasha cujos olhos se entristeceram prontamente. — Eu sei. Eu também sinto.

Timidamente, o rapaz levantou a mão e fez os sinais da língua gestual.

— Quem disse isso? — Ficou furioso e empalideceu. — É claro que ela voltará para nós. Alguma vez deixei de cumprir o que prometi?

Guns N'Cigarettes [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora