CAP.2

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Corremos por algumas quadras em direção a delegacia de Santana, na zona norte de São Paulo. O desespero já era evidente, policiais com armas em punho em meio aos carros parados devido a acidentes e pessoas correndo sem rumo... Uma verdadeira cena de guerra estava se instaurando ali!

- Preciso descansar um pouco. - Falei ao parar e recuperar o fôlego.

- Também preciso guri, mas que caralhos está acontecendo? - Isaac perguntava ao parar ao meu lado.

- Não sei que porra esta acontecendo, porém não tem sinal de telefone em lugar nenhum. - Minha irmã falava enquanto tentava achar rede.

- Isso já é estranho demais.

- Tenho que concordar contigo, mas agora precisamos arrumar um jeito de sairmos daqui e tentar falar com alguém. - Vinicius dizia enquanto olhava à nossa volta.

- Acho melhor metemos o pé!

Com a fala de Isaac, olhei para trás e vi aquela horda de infectados levando tudo oque havia no seu caminho. Voltamos a correr entre as pessoas que esbarravam em nós o tempo todo, após mais alguns minutos finalmente alcançamos a delegacia que estava cercada de policiais fortemente armados.

13:40.

- Podem nos ajudar? - Minha irmã perguntou ao policial na recepção.

- Não está vendo que estamos ocupados! - Respondeu de forma rude, enquanto procurava alguma coisa em sua mesa.

- Desculpe, mas o senhor não viu o caos que está lá fora? Precisamos de algum lugar para ficarmos! - Falei no mesmo tom rude que o policial havia falado.

- Acho melhor você abaixar o tom de voz mocinho, acha que está falando com quem? - Respondeu sem ao menos olhar para nós.

- Sabemos que o senhor está atarefado, mas só queremos um lugar para esperar nossos responsáveis em segurança! Se isso não for problema para o senhor.

- Ta, podem ficar aqui na recepção, mas não me atrapalhem! - Respondeu olhando ligeiramente em minha direção.

Seguimos para um banco que havia próximo ao guichê de atendimento. A todo momento policiais passavam apressados, com alguns deles com marcas de sangue em seus fardamentos, aquele lugar definitivamente parecia um inferno!

- Conseguiram sinal? - Vinicius perguntava para minha irmã que estava em pé ao meu lado.

- Graças a Deus consegui, agora vou ver se meu pai atende. - Minha irmã respondia enquanto secava seu rosto, completamente encharcado de suor.

- Pai, pai? O senhor está conseguindo me ouvir?

Poucos minutos depois.

13:57.

- É pessoal, agora é só esperar. - Minha irmã disse ao sentar-se ao meu lado.

- Olha lá! - Isaac falou ao apontar para a pequena televisão, que passava o noticiário.

- Falamos ao vivo em frente a Santa Casa de São Paulo, para onde pacientes com quadros semelhantes ao da raiva estão sendo encaminhados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde mais de cinquenta casos estão sob investigação, a grande maioria foram registrados na região central da cidade! Mas há relatos de surtos se espalhando pelas regiões Norte e Leste, as autoridades ainda tentam desvendar o que pode ter causado esse aumento repentino nos casos de raiva. Vamos ao vivo com imagens do nosso helicóptero que sobrevoa a região, Rodrigo.

- Mariana, boa tarde! Estamos neste momento sobrevoando a praça da Sé, onde podemos ver as forças policiais tentando controlar os manifestantes. A polícia formou bloqueios no raio de dez quadras no entorno da Praça da Sé, onde o maior número de manifestantes se encontram. Eles estão agindo de forma violenta e desordeira, a polícia pede que a população evite a região, até que a situação esteja sob controle!

História Z - Parte IWhere stories live. Discover now