Aborto

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Na visão Umbandista, somos  contundentemente contra o aborto, o suicídio e a eutanásia. Em nosso entendimento o principio da vida (o espírito ) é criado por Deus. O livre-arbítrio, que Deus deu a todo ser humano, possibilitando o direito de livre escolha pelos seus atos, é respeitado pela Umbanda, mas transmitir o conhecimento sobre as consequências de todos os atos dentro da visão umbandista é dever de todo Templo de Umbanda.                                      Os pais geram e concebem, mas não têm o poder de dar a vida ao feto e decidir se o espírito vinga( sobrevive ). Se fosse assim,  nenhum pai e mãe imploraria a Deus pela vida de um filho quando em seu leito de morte.                                                 Desta forma, devemos compreender que este mesmo Deus que detém o poder da criação concedeu à ciência o conhecimento do processo de geração de uma  vida e os mecanismos para evitá-la. Este já é um estágio alcançado por nós. São inúmeros os métodos contraceptivos existentes em tempos atuais, fáceis de serem adquiridos e eficazes, com índices de falha que vão de menos de 0,1%, na pílula anticoncepcional, e a 3%  no preservativo, além de evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.                                                Nos casos de aborto em gravidez decorrente de estupro, prevalece o livre- arbítrio da mulher, que neste caso não decidiu sozinha por gerar aquela vida e encontra-se em estado emocional e psicológico extremamente fragilizado: cabe a ela a decisão de permitir que esta vida se propague. No caso de espírito com maior lucidez espiritual, caberá a reflexão à luz da oração sobre por que foi acometida por este ato fatídico, já que temos a consciência  de que nada acontece por acaso.                                                                                                                Nos casos normais, em que a relação sexual não foi forçada, o livre-arbítrio já operou decidindo pelo ato sexual sem prevenção contraceptiva. logo, quando se diz que a mulher deve decidir pelo seu corpo, é preciso entender que o casal também decidiu pela realização do coito com a consequência da geração de uma vida que poderia resultar de uma gravidez indesejada. No momento em que se decide pelo aborto, a condição do pai e da mãe desta criança é de assassino perante as leis naturais que regem o universo, pois matar quem sequer pode se defender com o grito, com o corpo ou com a própria expressão do olhar é um crime bárbaro aos olhos da vida que pedimos para nós mesmos todos os dias.              O espírito abortado sofre sequelas traumáticas com o aborto e demora muitos e muitos anos para se recuperar e nascer de novo. Perdoar os seus genitores/assassinos é algo difícil para qualquer um. Imagine se, em vez de permitir que você nascesse, seus pais tivessem optado por ter lhe abortado? Você gostaria de ter sido abortado? E inúmeras pessoas que você ama: já pensou se elas tivessem sido abortadas? E tantas  outras que fazem diferença para os avanços da humanidade, já pensou se elas fossem abortadas?                                            Para  aqueles que já cometeram este ato e que se arrependeram, saibam que na vida sempre é possível o perdão seguido de recuperação.  Alimentar culpa e nada fazer não é melhor remédio. Inicie seu processo de regeneração pedindo em prece que Deus e os espíritos celestiais o ajudem a conseguir o perdão deste espíritos que seria seu filho, e peça que os mesmos o auxiliem em sua recuperação para um novo processo reencarnatório. Peça perdão por você mesma e rogue a Deus forças para regenerar-se com uma Entidade de luz em qualquer Terreiro sério, que saberá como aliviar a sua dor.                   O simples desabafo já é um de reparação, sobretudo porque muitos ainda mais ferida. Não são raros os processos de doenças e traumas que se desenvolvem após este feitos. Quanto aos genitores que são pais de espíritos abortados, saibam que, mesmo não tendo tomado conhecimento do aborto são responsabilizados igualmente, a menos que discordassem  e que de alguma forma não tenham conseguido evitar tal tragédia. A responsabilidade pela prática sexual e suas consequências é dividida igualmente para o casal. Quem ama Orixá e cultura ancestralidade não pode ceifar uma vida que pode ser retorno de alguém que às vezes já lhe conheceu em outra existência  na condição de mãe, pai, avó, avô, irmão,amigo, companheiro etc.                                                                                         Ao sermos contra o aberto, não se está dizendo que somos a favor da proliferação sem planejamento. Estamos dizendo que é absolutamente possível evitar que não se deseja, e mulheres e homens inteligentes dos tempos atuais sabem como fazer, basta querer.

Escritora: Flávia Pinto

Umbanda Where stories live. Discover now