E aqui estou eu, perdida nos olhos do Louis.

- Estás ai, amor? – O Brad perguntou do outro lado da linha.

- Sim, desculpa. – Apresei-me a responder. – Achas que podemos falar mais logo? Está aqui uma confusão...

Os olhos do Louis mostraram confusão mas logo ele soltou um riso sarcástico. Revirei os meus olhos a tamanha idiotice.

Idiota!

Eu não quero que ele ouça a minha conversa e muito menos consigo formar uma conversa clara com o Brad, tendo os olhos do Louis em mim.

- Tudo bem, linda. Olha, preparei algo para ti, sei que volto em dois dias mas não aguento a espera e vou-te enviar algo para veres, sim?

Ele volta em dois dias? Já?

- Algo? O quê? – Perguntei-lhe confusa, encarando os ténis azuis do Louis, que estava encostado à ilha da cozinha, à minha frente.

- Um vídeo. Quero que me digas se gostas, foi algo novo que eu escrevi. – Ele parecia entusiasmado.

- Está bem, Brad. Manda que eu vejo.

- Falamos mais logo então, meu amor. Amo-te.

- Também te amo. – Disse num suspiro, antes de desligar.

Encarei o Louis que tossia de uma maneira bem forçada, enquanto desviava o seu olhar do meu. Qual é o problema dele afinal?

Fiquei à espera de algo, de uma piada, de um gesto vindo dele... mas nada. Os seus braços estavam cruzados e ele olhava para o vazio.

- Que se passa? – Perguntei-lhe, vendo-o quieto demais.

É tão estranho vê-lo assim.

- Nada. – Ele deu de ombros. – Estavas a falar com o teu namoradinho? – Senti ironia na sua voz.

- Tu sabes que sim, estiveste a ouvir a conversa. – Ripostei, sem paciência para as coisas dele.

Não basta ele fazer o que faz comigo, ainda vem com estas atitudes para cima de mim.

- Não ouvi nada! – Ele exclamou.

- Claro, como queiras. – Respirei fundo, pegando num copo e enchendo-o com água.

Juro que eu estou constantemente a tentar ganhar paciência para este bichano, mas espero que ele saiba que ela não é ilimitada.

Depois de uns segundos a observar-me, ele finalmente falou.

- Mais calma? – O seu olhar era cuidado.

- Mais ou menos. – Encarei-o. – Ela ainda está muito afetada, tu viste como ela não conseguia parar de chorar enquanto nos contava tudo.

- Ela agora precisa dos amigos, principalmente das melhores amigas. – Eu assenti às suas palavras. – Estive a falar com o Dallas, acho que está na hora de irmos, o nosso trabalho está feito e vocês precisam de privacidade.

- Já vais embora? – Questionei-o, sem pensar.

E dei por mim a não querer que ele fosse para longe de mim. Ele pode ficar, ele é amigo da Pezz...

O seu olhar abriu-se, curioso, enquanto ele esboçava um sorriso de canto, com os seus lábios unidos.

- És amigo dela e ela gosta muito de ti, podes ajuda-la também. – Justifiquei a minha inquietação, usando a mais ridícula das desculpas.

E com isto, eu vejo que sou péssima a dar desculpas.

- É só isso? – Ele perguntou, sem perder o seu sorriso, e aproximando-se de mim.

Do Avesso 1Where stories live. Discover now