- Se eu falar o Anthony vai ficar morrendo de vergonha. - brinco fazendo todos rirem, com exceção dele que fica vermelho feito pimenta. - Quer dizer, é porque não bebemos, dormimos cedo.

- É uma pena que voltam hoje para Verona. - Gabriela decide salvar o enteado. - Queríamos que ficassem mais tempo.

- Nós também, mas não posso ficar, tenho muita coisa da faculdade para fazer e também eu tenho um trabalho então... - dou de ombros e ela assente sorrindo.

- É sempre bem-vinda nessa casa Pietra, pode aparecer quando quiser. - meu sogro diz carinhoso, adoro ele já.

- Vou voltar muitas vezes mesmo, porque estou aqui tem três dias e nem conheço a fazenda toda. - aviso sem qualquer vergonha. - Anthony ficou de me apresentar os cavalos e os outros animais, mas tá difícil...

- Vou te mostrar um pouco antes de irmos embora. - ele diz dando um longo suspiro. - Acho que ela só pensa nesses cavalos desde que chegou aqui.

Depois do café todos se dispersam, eu e Anthony saímos para um volta e fico pensando que pra aproveitar esse lugar eu teria que passar ao menos uma semana aqui.

Tem tantas coisas que eu queria fazer, passar um tempo com Anthony naquela piscina enorme, cavalgar um pouco por essas terras, fazer um piquenique...

Passamos pela garagem e vejo quatro carros, um deles tampado e estampando minha curiosidade. Peço para Anthony me deixar ver, ele insiste para que não, diz que é apenas o seu antigo carro, mas aí me deixa mais curiosa e ele acaba cedendo.

- Um jipe! - exclamo impressionada, sempre me imaginei em um assim, me aventurando pela Itália. - É lindo Anthony.

- É sim. - ele concorda e vejo saudade estampado em seu olhar. - Eu queria dirigir, mas no meu caso não é só querer... Quando fico de frente ao volante eu simplesmente travo.

- Um dia isso vai passar. Eu sei. - aviso olhando fixamente em seus olhos. - E a gente vai sair por ai nele, viajando pela Itália.

- Pietra... - Anthony me olha preocupado, procura palavras certas e volta a me olhar. - Não quero que se encha de esperanças... Eu prometi tentar, e vou, mas não é fácil e posso não conseguir superar todos os...

- Para! - peço ficando de frente para ele. - Vai conseguir! Agora chega desse assunto, vamos conhecer os cavalos e os cachorros.

- Os cachorros ficam na casa dos funcionários, é perto. Vem. - ele me puxa pela mão e voltamos ao nosso trajeto.

- Porque não tem nenhum aqui? - pergunto confusa.

- A noite eles ficam do lado de fora, protegendo a casa. - ele ri na hora que fala "protegendo". - Gabriela é alérgica, o que é uma pena pra ela já que sempre quis cachorros. Uma vez ela tentou, ficou dois dias espirrando, meu pai viu que estava ficando bem ruim e teve que deixar na casa do Alberto. O motorista.

- Ele mora sozinho?

- Não. Vive com a esposa e dois filhos adolescentes. - Anthony me conta enquanto eu admiro toda a paisagem, tem tanto verde, tantas flores.

Chegamos em um lugar que tem ao menos umas oito casas, são bonitas, de tijolinhos e cheio de flores, ainda bem que trouxe minha câmera.

Tiro umas poucas fotos, esse lugar é tão lindo que eu passaria uma vida inteira aqui.

Somos recebidos pelos cachorros assim que entramos na casa de Alberto. São quatro Dálmatas e eles pulam em nós, cheiram e me abaixo para ficar mais perto deles. Ganho lambidas e um fica mordendo minha mão tentando brincar. Que lindinhos.

- Estou me sentindo no filme 101 dálmatas. Só faltam 97 agora. - falo enquanto distraída brinco com os bonitinhos, escuto Alberto e Anthony rirem. - Anthony eu quero um.

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoWhere stories live. Discover now