35.I'm glad you came

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A cirurgia da minha mãe era à uma hora da tarde e agora eram exatamente onze e meia da manhã. Thomas não estava na cama,provavelmente já deve ter acordado. Me levanto e vou direto para o banheiro. Tiro minhas roupas,entro no box e ligo o chuveiro em seguida. A água cai gelada sobre o meu corpo e eu não me importo.

Minha mãe disse que estava tudo bem,mas não estava. Toda cirurgia tem seu risco,principalmente no caso dela,onde o tumor está no cérebro. Eu não imagino minha vida sem a minha mãe. Por mais que nós estejamos longe,ela aqui e eu em Los Angeles,é sempre ela que me apoia,me aconselha,me guia. Ela fez de tudo para que eu pudesse ir pra Nova Iorque e depois pra Los Angeles. Sempre acreditou em mim,no meu sonho,no meu potencial. Eu devo tudo que eu tenho a minha mãe. As lágrimas escorrem pelo meu rosto,assim como a água que caí do chuveiro e é impossível decifrar o que é cada um.

Depois de tomar banho,me seco e coloco uma roupa. Saio do quarto e vou até a cozinha. Ao chegar vejo que minha mãe e meu pai estão lavando a louça e secando,respectivamente.

-Oi minha filha,acordou cedo hoje.- Brinca meu pai.

-Muito.-Rio fraco.

Vou até ele e lhe dou um beijo na bochecha.

-Bom dia mãe.-Dou um beijo na bochecha dela.

-Bom dia,filha.

-Onde estão Thomas e Austin?

-Lá fora jogando futebol.

-Quer café,filha?-Pergunta meu pai.-Ou vai almoçar?

-Prefiro café,ainda tem?

-Não,mas eu faço pra você.

-Não precisa então pai.

-Que isso,é rapidinho.

-Oi mamãe.

-Oi meu amor.-Ele me dá um beijo na bochecha.-Tá todo suado.

-Eu tava jogando bola com o tio Austin.

-Tá explicado então.-Rio.

-Mamãe,posso ligar pro papai? Tô com saudade dele. Não fui lá esse final de semana.

-Pode sim,filho.Pega o celular da mamãe,e liga pra ele.

-Tá bom.Onde tá?

-Tá lá no quarto.-Ele sobe as escadas.-Aproveita e toma um banho.

-Tá.

-Nossa senhora que calor.-Diz Austin abrindo a geladeira e pegando a garrafa de água.

-Pronto,filha.-Meu pai me entrega a caneca com café.

-Obrigada,pai.

-Taylor,Austin venham cá.-Diz minha mãe e eu vou até ela,assim como Austin.-Independentemente do que aconteça,eu quero que vocês saibam que eu amo muito vocês,amo muito,muito,muito.

-Também te amo muito,mãe.-A abraço.

-Te amo mãe.-Austin nos abraça.

Meu pai abraçar nós três e ficamos assim por um tempo,e nos separamos.

Todos já estávamos chorando.

-Eu tenho tanto orgulho de vocês.-Diz minha mãe em meio a lágrimas.

(...)

Já estávamos a caminho do hospital. Thomas ficou na casa da vizinha da minha mãe,que tinha filhos da mesma idade. Pensamos em levá-lo pra casa da Anne,mas ela mora em um bairro longe do da minha mãe,e isso iria nos atrasar.

Assim que chegamos no hospital,minha mãe foi levada até uma sala,onde colocou aquela roupa azul e fez alguns procedimentos antes da cirurgia. Tivemos tempo de nos despedir dela. Na verdade não foi uma despedida,pois ela vai ficar bem. Eu a abracei,agradeci por tudo que ela fez por mim e disse o quanto amava ela. Austin fez o mesmo que eu e meu pai disse que amava muito ela,que ela iria ficar bem para os dois irem viajar pro Havaí e deu um selinho nela. Minha mãe então passou pela porta da sala de cirurgia e nós nos sentamos no sofá da sala de espera.

-Parentes da Andrea Swift.-Diz um homem de branco,julgo ser o médico.

Nós três nos levantamos e ele vem até nós.

-Oi boa tarde.-Ele cumprimenta cada um com um aperto de mão.-Eu sou o doutor Cooper e sou o cirurgião da senhora Swift. A cirurgia durará no máximo duas horas,isso se não houver complicações. Tenho que dizer que todas as cirurgias tem uma chance de algo de errado acontecer,mas todos dizem que eu sou o melhor no que faço,podem confiar. Vocês vão ser informados por uma enfermeira ou um enfermeiro sobre o que está acontecendo.

-Tudo bem,obrigado doutor.-Diz meu pai.

-Imagina.-Ele se retira.

Novamente nos sentado no sofá de espera. Olho ao redor e vejo uma família sentada no outro sofá. Uma médica chega perto deles e consigo entender ela dizer:

-Fizemos todo o possível,mas ele não resistiu,eu sinto muito.

Todos começam a chorar e eu penso em minha mãe como seria se ela,se ela. Prefiro não pensar nisso,isso não é uma possibilidade.

Já se passaram mais de uma hora e meia e até agora nenhuma enfermeira ou enfermeiro vieram nos informar.

-Vou perguntar na recepção.-Digo.

Me levanto e vou até a recepção.

-Boa tarde,a minha mãe Andrea Swift está em operação já faz quase duas horas e até agora nenhum enfermeiro veio nos dizer  alguma coisa.

-Só um minuto.

A recepcionista se levanta e vai até um interfone. Depois de dizer alguma coisa nele,ela volta e diz:

-Já estão vindo.

-Tudo bem,obrigada.

Ela sorri e eu volto pro sofá.

-E aí?-Pergunta Austin.

-Ela disse que estão vindo.-Me sento novamente e solto um longo suspiro.

Uma enfermeira aparece na sala de espera e diz:

-Parentes de Andrea Swift?

Nos levantamos e ela vem até nós.

-Infelizmente tivemos uma surpresa,o tumor se espalhou mais durante esses dias,e afetou uma pequena parte do hipocampo,responsável pela memória.

-Ah meu Deus.-Reage meu pai.

Austin se senta no sofá e apoia os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos.

-Está se espalhando rápido,e estamos fazendo o possível para que ele não se espalhe mais,teremos que retirá-lo ao invés de ressecar. Isso durará mais algumas horas.

Vou até o sofá,me sento ao lado de Austin,escondo meu rosto na curva do seu pescoço e começo a chorar.

-Nos mantenham informados por favor.

-Claro.

-Obrigado.

Olho meu pai,que vem até nós,se sentando do lado de Austin e nos abraça.

-Ela vai ficar bem,a mãe de vocês é forte.

Seguro na mão dele e ele beija as costas da minha mão,sorrio fraco. Austin levanta a cabeça e limpa suas lágrimas. Ele me olha e diz:

-Olha quem veio.

Olho pra frente e vejo Harry,parado na entrada do hospital me procurando. Quando ele me encontra,ele sorri de canto e caminha até mim. Me levanto e vou até ele. Nos encontramos num abraço e isso me conforta tanto.

-Que bom que você veio.-Digo.

Ele coloca suas mãos em meu rosto e me faz olhar pra ele. Com seus polegares ele limpa minhas bochechas molhadas e então deixa um beijo em minha testa,me abraçando de novo. Nesse momento eu o amava mais que nunca.





































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Rockabye, babyWhere stories live. Discover now