O Amor não vê Fronteiras

XII

A sensação dos lábios dele nos meus, fez com que meu coração acelerasse e minha mente demorou para raciocinar o que aconteceu.

Quando retomei o controle, empurrei Henry para fora da cama, fazendo-o cair no chão.

- Desculpa! - dissemos juntos

Ele levantou, desconcertado e envergonhado.

- Vou pedir para a camareira limpar seu quarto. - foi a última coisa que disse antes de sair batendo a porta

Segundos depois, o acontecimento veio à tona e as lágrimas também.

Passei meses da minha vida sonhando com o meu primeiro beijo. Sempre imaginei que seria um momento mágico com um garoto especial. E não um beijo roubado por um príncipe petulante.

Não sei quanto tempo fiquei parada na cama olhando para a parede do quarto. Até ouvir a camareira à porta pedindo licença para entrar.

Abri a porta para ela e fui ao banheiro me recompor, lavando o rosto.

Pensei novamente na minha mãe e no que ela me diria se estivesse aqui.

- Princesa? - ouvi a funcionária falar - Você precisa de algo?

- Não, tudo bem.

- Tem certeza?

- Você pode me ajudar a ligar para o palácio? - perguntei abrindo a porta do banheiro

- Claro.

Ela dirigiu-se para o telefone e discamos para o palácio, no qual pude falar com meu pai e Charlotte. Contei a eles como havia sido a viagem no trem, sobre o duque e a duquesa de Durham e a chegada a York.

Também tive notícias de Chris, o que me deixou mais calma.

Depois da ligação, eu já estava me sentindo melhor, apesar do ocorrido, e consegui dormir um pouco.

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*8º dia de viagem*

James chamou-me logo de manhã para o café. Ele estava com uma expressão serena no rosto como se quisesse que eu falasse algo. Mas eu não falei, simplesmente fingi que não nada havia acontecido.

Recolhi minhas coisas antes de sair do quarto e já coloquei toda a vestimenta real para voltar à viagem.

James continuava no corredor à minha espera e acompanhou-me em silêncio até o refeitório onde estava sendo servido o café da manhã.

Peguei um pequeno prato e servi-me de frutas. James também serviu-se e quando foi se sentar, vi que estava indo em direção à mesa em que Guilhermo e Henry estavam. Então eu procurei uma mesa vazia e sentei.

Alguns instantes depois, James juntou-se a mim.

- Aconteceu alguma coisa, princesa?

- Não.

- Não aconteceu ou você não quer falar?

- Os dois. - respondi comendo meu mamão

- O que eu posso fazer para te ajudar?

- Fale para o seu patrão ficar longe de mim! - falei, suprendendo-o

- O que ele fez?

- Não vou falar sobre isso, James.

- Está bem.

Ele abaixou a cabeça e permitiu que eu terminasse de comer em silêncio. 

Quando acabei, pedi licença e voltei para o meu quarto aguardando a nossa partida.