Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo Começo

Capítulo 18

Me sento ao lado de Anna e fico assistindo a conversa dos três amigos sobre futebol, eu mal presto atenção para ser sincero, só fico fingindo estar interessado.

- Anthony, eu estava pensando, o aniversário do papai está chegando como já sabe... - Anna diz chamando minha atenção e agradeço por ter uma desculpa para escapar da conversa dos três amigos. - E eu vou levar o Guilhermo, vamos aproveitar para que ele possa finalmente conhecer o papai e a Gabriella...

- Bom. Mas aonde você quer chegar com isso? - pergunto confuso.

- Pietra. Devia levar ela. - minha irmã sorri sugestiva.

- Anna, eu não acho que seja uma boa ideia...

- Porque? Que eu saiba você se abriu com ela então não tem mais nada pra esconder, certo?

- Sim, eu contei tudo a ela, mas talvez Pietra não esteja preparada para ir conhecer minha família... - Me odeio por ser inseguro.

- Se ela não quisesse nem estaria com você agora. Devia levar ela, talvez você até se sinta melhor. - Anna toca minha mão e afaga ela, não me afasto.

- Talvez esteja certa. - respondo e ela sorri. – Vou pensar sobre isso.
Guilhermo e os amigos conversam distraídos, a maioria dos papos são bem superficiais e as piadas não tem a menor graça. Anna parece gostar muito dele, vez por outra trocam uns beijos, mas fico pensando se o cara é mesmo bom para ela, eu só posso esperar que sim. Anna merece ser feliz, ela faz muito por mim e quero que ela se dê bem na vida.

- Olha quem chegou! - Quando o rapaz mais novo diz todos nós nos viramos ao mesmo tempo e então Pietra para ao lado da cadeira que estou sentada. - Oi Pietra, senta aqui do meu lado. - reviro os olhos, estou mesmo ouvindo isso?

- Oi gente. - Ela responde ignorando o coitado.

- Tá afim de uma bebida? - dessa vez quem revira os olhos é ela e eu sem paciência respiro fundo tentando me controlar.

- Não. - todos começam a rir e então ela me estende a mão. - Estou pronta, vamos?

Nem acredito no quanto ela pode ser linda e tão tranquila. Meu sorriso vem automático quando vejo seus olhos pedirem ansiosos por mim, pego sua mão sem desviar o meu olhar. Quando Me levanto beijo seus lábios de leve e ela sorri. É um ato automático, nem penso nas pessoas ao meu arredor.

- Já vai sequestrar meu irmão né espertinha? - Anna brinca com os olhos brilhando e só consigo achar estranho ela se emocionar assim. - Se divirtam.

Pietra se despede e eu apenas maneio a cabeça, eles acenam e saímos de mãos dadas.

Agora é um gesto comum pra gente.

- Sua jornada de me acompanhar até o ponto voltou. - Pietra avisa me fazendo parar no meio da rua, envolvo sua cintura e ela passa um de seus braços em meu ombro. - Tive que deixar meu carro em casa, fiquei com medo dele me deixar na mão no meio da noite. Vou pedir para meu pai dar uma olhada, concertar de novo pela milésima vez. - seu ar de tédio me faz sorrir, ela me beija sempre que faço isso.

- Podia dormir na minha casa. - sugiro beijando seus lábios de novo.

- Já dormi fora de casa ontem, não posso passar outra noite fora de casa. Não essa semana ao menos. - ela avisa mas do nada arregala os olhos. - Isso saiu bem infantil né? Por mim eu dormia lá hoje, mas tenho umas responsabilidades lá em casa, não gosto de deixar minha mãe sozinha sempre e tenho o TCC pra terminar.

- Eu entendo. - tranquilizo ela que sorri mais.

- Mas posso dormir daqui uns dias, mas vou ter que ser convidada antes, assim eu posso trazer um pijama. - ela diz e minha vontade é de dizer que por mim ela nem precisa usar nada.
- Sua mãe se importa que durma fora? - decido perguntar só pra garantir mas ela ri e adoro como o som é agradável.