Capítulo 25

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Segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018, 6:40 am.

Narração especial Thiago.

Já era quase sete horas quando finalmente Alberto estacionou em frente ao hospital, a viagem tinha sido longa e silenciosa, achei que ele falaria algo comigo em relação a como eu tratei a Amanda mas ele não disse nada, também não foi preciso, minha ficha já tinha caído, eu fui um completo babaca.

— Espera Thiago. — eu já ia saindo do carro quando Alberto me chamou, ele abriu o porta-luvas e pegou um bloquinho com uma caneta de dentro do mesmo, anotou algo e em seguida destacou a folhinha. — esse é meu telefone e o endereço do meu apartamento, devo estar aqui até amanhã, se você decidir fazer algo em relação a situação da sua mãe. —ele não disse mais nada, apenas estendeu o papel em minha direção, fiquei apreensivo por um instante mas depois decidi por pegar o papel.

Agradeci a carona e sai entrando em seguida no hospital, guardei o papel no bolso e fui em direção a recepção, conversei brevemente com a atendente e logo ela me indicou o quarto em que minha mãe estava, era na ala de observação, haviam muitas pessoas ali, por isso foi um pouquinho difícil de encontrá-la, no quarto dela havia outras várias camas, todas ocupada, avistei minha mãe de longe e já fui logo me aproximando, ao me ver ela abriu um sorriso, a primeira coisa que notei foram as escoriações no rosto e o braço engessado.

— Não acredito que você está aqui. —minha mãe disse enquanto eu me aproximava de sua cama, ao chegar próximo dela me abaixei para beijar sua testa.

— Como você está? — perguntei puxando uma cadeira para me sentar.

— Eu estou bem. —o sorriso triste em seu rosto fez meu coração se despedaçar. —atrapalhei seu feriado, não é mesmo?

— Isso não tem importância. — falei enquanto acariciava delicadamente os dedos de sua mão engessada, eles estavam gelados e sem cor. —até quando isso vai continuar? —continuei encarando sua mão.

— Eu só caí da escada meu filho. — sua voz ficou trêmula.

— Você vai realmente tentar mentir para mim? —ergui os olhos e encarei os dela, foi sua vez de não conseguir sustentar meu olhar. — até quando você vai fingir que nada está acontecendo? — novamente ela não me respondeu, instantes depois a ouvi fungar. — ele passou dos limites e eu não vou mais aceitar.

— E você pretende fazer o que? — só então ela me olhou assustada. —você vai denunciar seu pai?

— Não. —respondi. — você vai.

— Eu não posso fazer isso Thiago. — seu choro se intensificou. —ele é meu marido e seu pai.

— Ele é um monstro! — falei mais alto do que deveria. —e vai acabar te matando. —minha mãe balançou a cabeça negativamente.

— Ele me pediu desculpas, disse que não vai fazer de novo. —ela tentou justifica-lo.

— Quantas vezes ele já disse isso? —novamente quase gritei, aquilo me tirava do sério. —e quantas vezes ele voltou a agir igual.

— Thiago...

— Não mãe. —a interrompi. —eu to cansado dessa situação, você vai ter que escolher, ou eu ou ele. —fiquei de pé no mesmo instante.

— Não faz isso. — ela implorou. —não me faz escolher entre vocês dois.

— É sério que essa escolha é tão difícil assim? —eu estava indignado com o que ouvi. — eu vou dar uma ida em casa, a enfermeira falou que você ainda vai ter que fazer uns exames antes deles te liberarem, eu espero que você já tenha minha resposta até lá. — sai em seguida, eu não queria colocar minha mãe contra a parede, eu sei que ela estava mal e ainda muito abalada, sei que estava sofrendo, mas essa situação estava insuportável para todos nós.

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