Capítulo 17

7 0 0
                                    


Domingo, 01 de outubro de 2017, 23:30 pm.

—COMO VOCÊ PODE FAZER UMA COISA DESSAS? —minha mãe levantou furiosa. —VOCÊ PASSOU DE TODOS OS LIMITES AGORA!

—Eu só...

—NÃO QUERO OUVIR SUAS DESCULPAS ESFARRAPADAS. —ela me interrompeu. — VAI PARA O SEU QUARTO AGORA. —ordenou. —você está de castigo, está proibida de sair do seu quarto até que eu ligue para seu pai e descida o que vamos fazer com você.

Antes de sair dali dei uma última olhada para Lúcio, ele tinha recuado e se sentado na beirada da cama, a expressão de seu rosto era seria mas ele não disse uma só palavra.

Enxuguei as lagrimas do meu rosto, sai do quarto de minha mãe e voltei para o meu. Me sentei em minha cama, encostei minhas costas na cabeceira, não consegui dormir aquela noite, também não chorei mais, pode parecer loucura mais contar a verdade me deixou aliviada.

Antes do dia clarear eu fui até a cozinha procurar algo para comer, eu não estava com fome mais já sentia meu corpo bambu, quando voltei para o quarto, abri a janela e recolhi a margarida que já estava na mesma, eu não consegui ver a pessoa mas devo admitir que ela é bem ágio e silenciosa, também devo ressaltar que foi bom receber aquela flor, talvez o dono nem saiba das minhas merdas ou talvez até saiba e não se importe. Naquela manhã não me arrumei para ir ao colégio, minha cabeça doía muito e eu tinha certeza absoluta que esse dia não seria produtivo, mandei uma mensagem para a Carol explicando a ela que eu tinha contado toda a verdade sobre o vídeo da Beatriz a minha mãe, mal terminei de enviar e dona Deise abriu brutalmente a porta do quarto, levei um susto tão grande que meu coração acelerou.

—Eu liguei para o seu pai. — ela disse. — Alberto não ficou nem um pouco contente mas concordou que você vá morar com ele.

—O que?

—É isso que você ouviu Amanda. —minha mãe quase gritou irritada. — você vai morar em Minas com o seu pai.

—Mais o ano está quase no fim. — tentei em vão argumentar.

—Você devia ter pensado nisso antes. — me calei, nada que eu dissesse ou fizesse mudaria minha mãe de ideia, ela tinha razão em dizer aquilo, em nenhum momento eu tinha pensado nas consequências de meus atos.

—Quando eu vou?

—O mais rápido possível. — ela respondeu enquanto ia até a escrivaninha e pegava meu notebook. —me dá seu celular também. —respirei fundo e entreguei o aparelho a ela. —você está incomunicável até lá. — senti meus olhos marejarem. — você me decepcionou muito Amanda, não só a mim, ao Lúcio também. — Deise ainda disse antes de sair e fechar a porta.

Finalmente fiquei sozinha em casa, como não tinha nada para fazer fui ajudar Aparecida com o almoço, também queria aproveitar e comer antes que minha mãe e Beatriz voltassem.

—O que a senhorita aprontou dessa vez? — Aparecida perguntou como sempre de bom humor.

—A maior merda da minha vida.

—Tem concerto?

—Eu não sei. — respondi arqueando os ombros. —acho que minha mãe nunca vai me perdoar.

—Pois eu te garanto que vai. — ela disse segura. — uma mãe sempre perdoa um filho.

—Se você está dizendo...— não quis contraria-la.

Como planejado eu almocei antes de minha mãe chegar e depois me enfiei dentro do quarto, como eu não tinha absolutamente nada para fazer, acabei resgatando um livro antigo meu e comecei a lê-lo. Quase morri do coração quando a porta do meu quarto foi aberta violentamente, dessa vez não era minha mãe e sim a Beatriz, não que isso fosse uma coisa boa pois a mesma parecia querer voar na minha jugular.

Meu primeiro amor!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora