Capítulo 6

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Capitulo 6.

Segunda-feira, 21 de agosto de 2017, 6:30 am.

Acordei cedo aquela manhã, na verdade eu nem dormir direito, me levantei antes do despertador tocar, vesti meu uniforme, calcei meus pênis, penteei meus cabelos amarrando-os em um rabo de cavalo, depois de pronta fui até o banheiro lavar o rosto, encarei meu reflexo no espelho sobre a pia, eu estava horrível, as olheiras fundas abaixo de meus olhos deixavam evidentes minha falta de sono.

Depois de fazer minhas necessidades voltei para meu quarto, arrumei meu material na mochila, peguei meu celular, meus fones e sai, mal pisei fora no corredor e dei de cara com minha mãe saindo de seu quarto, ainda de camisola e cabelos bagunçados, ela me olhou como se acabará de ver um fantasma.

— Você de pé a essa hora?

— Estava sem sono. — me justifiquei, muito mal devo admitir, mas ela aceitou sem discutir.

Os próximos trinta minutos eu passei sentada na mesa de jantar, quieta, sem ao menos conseguir tomar café, minha garganta pareci travada, vez ou outra eu pegava minha mãe me olhando como se não compreendesse o que estava acontecendo, em seguida ela virava-se para o marido que parecia tão perdido quanto ela. Naquela manhã Lúcio estava calado e sério, esse definitivamente não parecia ser ele.

— Você está bem Amanda? — minha mãe perguntou, não tive tempo de lhe responder, pois no exato minuto que abri a boca para dizer algo, Beatriz apareceu na porta da copa, vestida para ir ao colégio, apesar da maquiagem em seu rosto percebi que sua noite foi tão ruim ou pior que a minha.

— Filha? — Lúcio, além de mim, foi o primeiro e perceber sua presença.

— Você deveria estar descansando Beatriz. — minha mãe se levantou e foi ampara-la abraçando-a de lado.

— Eu não quero ficar presa aqui.

— Não acho boa ideia você ir ao colégio. — Lúcio interviu na esperança que a filha mudasse de ideia.

— Pois eu vou. — Beatriz continuou firme.

— Se é o que você quer. — minha mãe concordou com a decisão da garota. — qualquer coisa me ligue e eu vou te buscar. — Beatriz assentiu e sentou-se para tomar café conosco.

O silêncio que já não era meu amigo, se tornou insuportável dali em diante, por mais que minha vontade fosse me levantar e sair dali, eu me contive.

Quando cheguei ao colégio naquela manhã, me surpreendi com um tumulto enorme no pátio, vários alunos formavam um círculo em volta de algo e gritavam em coro a palavra briga. Senti meu estomago gelar, procurei uma brecha no meio da multidão e entrei, minha surpresa foi ainda maior ao perceber que era o Guilherme e o Thiago ali no meio, os dois rolavam no chão em meio a socos, Gui parecia ter ganhado uma leve vantagem, pois em um descuido de Thiago se posicionou em cima do oponente e lhe acertou vários golpes no rosto.

A briga não durou muito, logo os alunos se calaram, o círculo abriu uma brecha e o diretor seguido por dois inspetores apareceram. Guilherme e Thiago foram afastados, mesmo ainda de longe eles se atacavam com o olhar, pareciam furiosos e com muito ódio um do outro.

— SEU COVARDE! — Guilherme gritou em acusação. — EU SEI QUE FOI VOCÊ QUE ESPALHOU AQUELAS MALDITAS FOTOS DA BEATRIZ. — minha respiração travou e meu coração foi parar na garganta, como ele poderia saber? E agora? Será que o Thiago vai me entregar? Maldita hora que eu confiei na Carol e principalmente nesse garoto.

— QUERO VER VOCÊ PROVAR! — Thiago respondeu na mesma altura.

— Chega vocês dois. — foi a vez do diretor quase explodir, era possível notar sua irritação a distância por mais que ele tentasse esconder. — Thiago, me acompanhe até minha sala.

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