3. A ACEITAÇÃO

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Por Elisa

O resultado de dormir chorando é que você acorda igual a um Baiacu, com a cara toda inchada e de quem bebeu todas. – Segunda de merda, dia de merda! – Esse era o meu mantra daquela manhã.

Alexandre não apareceu em meu apê, não me ligou e nem sequer me deu um sinalzinho que fosse de fumaça. Eu sabia que ele tentaria me evitar a todo custo, só não sabia até quando, afinal, trabalhamos juntos e o nosso encontro seria inevitável...

Tomei o meu banho, dispensei o café da manhã para tomar no estúdio.

Minha sorte é que hoje estou atolada em serviços e Alex passará o dia fora, como ele terá trabalhos externos para resolver, vou aproveitar​ esse dia que tenho para pensar em algo em que eu possa dizer a ele, não o quero longe da minha vida, por mais que me doa, eu preciso dele, nem que seja só para vê-lo e tê-lo ao meu lado todos os dias. Sei lá, inventarei um surto psicótico causado por excesso de sorvete de creme. Farei o quer for necessário para não precisar prolongar isso – pensei.

Peguei as chaves do carro e me dirigi à cidade, nosso estúdio fica em umas das principais avenidas de São Paulo, o ponto é estratégico, porque é de lá que vem a maioria dos nossos clientes.

Peguei um trânsito infernal e meu o humor, que já não é o dos melhores, ficou pior ainda, e eu de mau humor sou uma vaca (no geral, quando estou nos meus melhores dias, apesar dos pesares, sou uma florzinha, juro!). Deixei o meu carro no estacionamento que temos conveniado à nossa empresa e fui ao estúdio. Quando cheguei, estava do jeito como imaginei que estivesse, todo mundo correndo de um lado para o outro, para conseguir entregar todos nossos compromissos dentro do prazo.

Graças a Deus, eu não tinha sessões de fotos e vídeos. A minha única responsabilidade era a de concluir os sites que precisava entregar aos seus respectivos donos... Como o Alexandre, já havia feito o grosso, coube a mim a conclusão do trabalho e é aí que está nosso diferencial, apesar de termos alcançado os nossos objetivos e de, conseguirmos ampliar os nossos negócios, a ponto de sermos reconhecidos mundialmente, nunca, jamais, em hipótese alguma, deixamos outras pessoas executando o nosso trabalho final. Não é que não confiemos no potencial do pessoal que trabalha conosco, a questão é que queremos que os nossos clientes se sintam exclusivos, únicos, singulares e se nos procuram, exigem que o nosso trabalho seja feito pelas nossas próprias mãos, portanto, assim o faremos sempre. Por isso, todas as conclusões, sem exceções, são minhas e do Alexandre.

Entrei e fui direto à minha sala, dei um bom dia a todos e não estendi conversa. Percebi que a Joana me encarava... – ela "tentou" (exaustivamente) falar comigo ontem e digo isso em tom de deboche, já que "tentar", não é bem o termo que se aplica ao que ela fez ontem.

A louca ficou me enviando várias mensagens, perguntando como tinha sido tudo, e não satisfeita, começou a mandar áudios e longos. Quando ela percebeu que a vaca tinha ido pro brejo de vez, ela começou a ligar; só que eu estava no meu momento, curtindo a friendzone, eu não queria falar com ninguém, eu só precisava curtir a minha fossa ao som de "Evidências". Eu sabia que tinha que dar um parecer a ela, já que a mesma foi a grande MENTORA dessa merda que eu fiz, mas depois do toco que eu levei, eu só pensava em ficar sozinha. – Com certeza, a Joana já sabe que deu ruim, porque a cara que ela fez quando me viu, estava pior que a minha quando olhei para o espelho hoje de manhã.

Passo todo o tempo afundada em minhas obrigações – trabalhar me relaxa, tira o meu stress, e o mais importante, me dá a paz que necessito ter, mesmo que o meu trabalho exija muito de mim, não me sinto esgotada, ao contrário, me sinto realizada porque faço o que eu gosto.

Que cor é o amor [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora