Cena 3

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CENA 3

O delegado está andando pelo canavial. O número de engravatados só aumenta e agora chega um helicóptero com luzes para todos os lados. Ele pensa em como vai fazer para manter tudo isso em segredo. Seu telefone toca.

— Oi Vera. Pode falar. O que? Sandro? Mas, como... Marta! Eu sabia que tinha visto ela no meio do mato. Puta que pariu, aquela maluca, como ela conseguiu? Tá bom, Vera, ta bom, obrigado.

O delegado tira o chapéu e coça a cabeça. Está preocupado.

— Problemas, chefe? — diz o engravatado-mór com ironia.

— Coisas na delegacia, sabe como é, cidade pequena tem pouca mão de obra — mente o delegado com um sorriso amarelo.

— Por acaso não tem relação com o barulho que ouvi agora há pouco?

— Não sei do que você está falando... acho melhor tomar cuidado com esse helicóptero. As pessoas aqui não estão acostumadas com isso e está chamando muita atenção para quem quer segredo.

— Não se preocupe com isso, somos especialistas em disfarçar verdades com fatos irrefutáveis. — disse o engravatado com um sorriso de pedra e saiu andando.

O delegado saiu andando, de forma discreta, para a entrada do canavial. Olhava de longe aquele furdunço. Buracos com luzes que saíam do nada. Um monte de engravatados andando de um lado para o outro. Helicóptero. Barulho de rádios. Carros estacionados, sirenes ligadas.

— O que está acontecendo, aqui, meu Deus? Será que Marta tinha razão... — falava o delegado pra si mesmo.




Marta e Óscar - em busca do segredo perdido!Where stories live. Discover now