[13] Um passo de cada vez.

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— Espero que vocês não me envergonhem. — Rodgers resmungou, entrando em sua caminhonete verde.

— Isso nem passou pela minha cabeça, querido! — Eu disse.

Ele me mostrou o dedo do meio e acelerou para longe dali.

— Vocês tem uma relação estranha. — Scott riu.

Vocês? Ele trata todos como um saco de m*rda, não é exclusivadade minha.

— Ele é sempre mais duro com você, todos já repararam isso. Acho que tem alguma coisa de pai e filho aí – sugeriu, sorrindo. — Você deve ser o pupilo preferido dele.

— Vá para o inferno, Parrish. — Retruquei, irritado.

Ele estava prestes a dizer mais alguma coisa, mas se interrompeu quando alguém saindo pela porta dos fundos chamou sua atenção. Eu havia notado seu interesse por uma das professoras que conhecemos durante nossas apresentações as salas de aula. Era uma garota bonita aparentando uns vinte e três anos, cabelos ruivos e olhos escuros.

— Tô indo. — Sem nem ao menos olhar para mim, ele deu algumas batidinhas em meu ombro e já ia saindo.

Eu segurei seu ombro, e então ele me olhou.

— Não vá fazer nenhuma besteira. 

— É só um flerte inocente. Relaxa.

— Não se esqueça que você é um voluntário e ela é uma professora. Mesmo com um flerte inocente, quem vai estar na linha de fogo é ela. Você não tem nada a perder.

Ele pensou por um momento.

— Você era mais legal antes — ele retrucou, meio irritado. — Entra logo nesse carro antes que eu mude de idéia.

Metade do caminho de volta não foi muito agradável, por isso resolvi ligar o rádio e, quando os alto-falantes reproduziram o som da banda The Smiths, Scott ficou um pouco menos tenso.

Enquanto o carro se aproximava da entrada da Sigma Tau, observei um carro desconhecido estacionado perto da porta da fraternidade. Estacionei o carro e decidi sair também. Assim que pisei no gramado, a porta do Dodge Charger se abriu e o motorista enfiou as mãos no moletom, me cumprimentando de longe com um aceno com a cabeça.

— Você conhece? — Scott perguntou.

— É o meu irmão — respondi. — Melhor você entrar, a gente se vê amanhã.

Ele sacudiu a cabeça e caminhou para longe.

— Sem demonstrações de afeto — Rush disse, encostando as costas no carro. — Eu soube que você deu uma porrada no Todd, precisei vir te parabenizar pessoalmente por isso.

— Soube que você deu uma porrada no nosso pai — ele abriu um sorrisinho e balançou a cabeça, contente com o próprio feito. —Por quê?

— Era para ser no Todd, mas quando eu soube o posicionamento de Christopher, resolvi que ele merecia também. Sabia que você daria um jeito em Todd depois.

— Ele veio falar comigo... na verdade, ele foi me ameaçar, disse que eu disser alguma coisa, ele irá tirar tudo de mim. Carro, apartamento, dinheiro... tudo isso.

—Típico — ele revirou os olhos. — Como está Hazel?

Eu suspirei, sentindo meu peito pesar.

Rush se desencostou do carro e cruzou os braços, encarando-me franzindo o cenho. — Você recebeu minha mensagem, não é?

Fitei meu irmão, completamente confuso. Minha expressão suavizou com a memória de uma mensagem de número desconhecido que recebi semanas atrás.

Bad Wolf ✓Where stories live. Discover now