- Não, o Senhor Logan Price. - O homem fala me fitando.

Me levanto sem saber muito o que fazer e um dos homens me da passagem, caminho até o elevador com eles na minha cola e algumas pessoas que estão nos cubículos ou chegando me olham de um jeito estranho, sinto borboletas no meu estômago eu nunca fui ao 32º andar, aquele lugar é quase uma lenda na empresa e só vai pra lá quem tem alguma reunião com a presidência.

Será que vou ser efetivada e o dono da empresa quer me parabenizar? Talvez a chata da Janeth falou com o velho ontem e hoje finalmente vou ter minha promoção, penso enquanto entramos no elevador.

O elevador sobe e estou nervosa nunca vi o dono da empresa, tudo que sei é que ele é bem sério e tem uma barbona, ele sempre entra pela parte de trás do prédio e tem um elevador só pra ele, a empresa era do seu avô e passou para seu pai que passou para ele tem alguns anos, o homem é bem misterioso e dizem que é um pouco bravo, mas acho que ele vai ser bonzinho comigo, afinal trabalho aqui a cinco anos e nunca fiz nada de errado.

- Por aqui Senhorita. - O segurança fala assim que a porta do elevador se abre.

Saio do elevador e vejo algumas pessoas andando de um lado para o outro com algumas caixas e papéis na mão, todos parecem nervosos e com pressa e fico um pouco admirada com a decoração do local, é tudo tão bonito e elegante, os outros andares são bonitos, mas esse é perfeito, caminho com os seguranças ao meu lado e logo entramos em um corredor, as pessoas parecem afobadas, será que isso é normal aqui em cima? Lá no andar que trabalho é tão tranquilo!

Caminhamos pelo corredor e ao final dele chegamos a uma pequena recepção, não vejo ninguém ali, mas meus olhos voam nas portas duplas de madeira escura que combinam com o mármore branco, com certeza o Sr. Price fica ali dentro.

Respiro fundo enquanto caminho e tento me tranquilizar, não tenho motivos para ficar desesperada nem com medo e tenho que tomar cuidado para não ficar encarando a barbona do chefe, pelo que o povo fala ele é bem barbudo, já vi a Janeth falando que ele é gostoso, mas os padrões dela são podres, afinal ela tem um caso com o velho que deve ter uns 30 anos a mais que ela... tudo que preciso fazer e manter o foco e não pensar besteira.

- Entre Senhorita. - O segurança fala e arreganha a porta para que eu entre.

Faço um sinal com a cabeça em forma de agradecimento e caminho passando pela porta, vejo o Sr. Price de costas olhando pelas janelas, ele está de pé com as mãos nos bolsos da calça e como todos os homens que trabalham aqui veste um terno, passo os olhos rapidamente pela sala que é bem elegante e bonita, a mesa dele é bem grande e a cadeira de patrão é linda, há duas poltronas na frente da mesa, assim como uma pequena mesa de jantar do outro lado e no canto um sofá de dois lugares com uma poltrona e uma mesinha de centro, com certeza a sala dele é maior que o apartamento que eu alugo, ser rico é outro coisa...

- Bom dia Senhor. - Falo depois de alguns segundos.

Fico parada esperando ele se virar ou falar algo mais nada acontece, será que ele estava distraído e não me escutou?

- Bom dia Senhor. - Falo um pouco mais alto com a esperança de que ele me escute.

- Você não tem vergonha? - Ele fala ainda sem olhar pra mim a voz dele é grossa e sexy, fico até arrepiadas, mas do que ele está falando?

Ter vergonha de quê? Será que ele está falando das minhas roupas? Mudei meu visual tem dois dias e não estou entendendo, eu estou vestida como as mulheres que trabalham aqui se vestem, e como ele sabe que eu mudei meu visual? Será que a fofoqueira da Janeth falou com o Sr. Winster e ele falou com o chefe? Deus será que ele vai em demitir? Mas não tem nada de errado com a minha roupa! Droga se eu soubesse que uma mudança de visual ia causar essa confusão ia continuar me vestindo com meus terninhos larguinhos e sem graça e tinha mantido meus cabelos presos como sempre, se bem que estou bonita e não estou vulgar, então não tem motivo pra eu ter vergonha, até minha maquiagem é simples.

- Eu não tenho vergonha Senhor. - Falo baixo o fitando, não tenho motivo nenhum para me envergonhar e se ele acha que uma mudança de visual é algo grave talvez eu deva mudar de emprego, afinal a droga da mudança do meu visual chamou mais a atenção dele do que o fato de eu não ter sido efetivada.

- Sua descarada! - Ele berra se virando e olhando pra mim com fúria.

Fico surpresa pelo tamanho da barba dele, mas ela parece ser bem cuidada e ele deve ter uns 30 anos e é bonito, bem bonito! Mesmo com a barbona o homem é um gostoso, o terno dele é bonito e ele parece ser bem forte e é mais alto que eu.

- Eu não sou descarada! E estou bem decente! - Falo o enfrentando.

Não vou ficar ouvindo besteira sendo que não fiz nada de mais, ele deveria dar uma volta na empresa e dar bronca em algumas das funcionárias dele que usam decotes exagerados e saias curtas de mais, coisa que não é meu caso! A Janeth por exemplo as vezes parece uma vadia!

- Sua pirralha! Além de ladra é insolente! - Ele fala vindo na minha direção como um touro bravo.

- Eu não sou ladra! Que história é essa? - Falo surpresa e ele chega até mim segurando meu braço e me chacoalhando.

- Eu deveria te encher de porrada sua vagabunda! - Ele berra na minha cara apertando meu braço com força e sem pensar duas vezes sento um tapão na cara dele.

- Vagabunda é a puta que te pariu! Me solta seu ogro! - Berro tentado me desvencilhar dele que parece ter ficado ainda mais puto com o tapão que eu dei, então ele me segura pelo outro braço e começa a me chacoalhar e está me machucando, fico desesperada e meus olhos começam a lacrimejar.

- Eu nunca bati em mulher, mas você sua fedelha ladrona me bateu e agora eu vou te ensinar a nunca mais roubar ninguém! - Ele fala me soltando e erguendo sua mão para me sentar um tapa e nesse momento sem pensar duas vezes sento uma joelhada nas bolas dele.

- FILHA DA PUTA! DES... DESGRAÇADA! - Ele berra caindo de joelhos no chão levando as mãos para suas bolas.

Estou ofegante com meu braço doendo e estou chorando, sinto meu corpo tremer por conta do nervoso e tudo que quero fazer é sair correndo daqui, preciso pedir ajuda e ir na polícia, esse homem é louco e pode me bater, quando me viro para sair da sala a porta se abre e dois homens entram.

- Me ajudem! Me ajudem! - Falo me jogando para cima do homem que está na frente.

- Mas que merda está acontecendo? - O segundo homem que é um Senhor pergunta me olhando e olhando para o Sr. Price que está no chão encolhido.

- Ele me atacou e eu me defendi! - Falo apontando para o Sr. Price.

- A Vagabunda me golpeou! - O Sr. Price fala com voz rouca parecendo com dor.

- Eu não sou vagabunda e ele é louco! Eu entrei aqui e ele começou a me ofender e disse que eu sou ladra, mas eu nunca roubei nada na vida e não sei do que ele está falando, então ele veio pra cima de mim e apertou meu braço com força, me ajudem! - Peço aos prantos procurando proteção nos braços do homem que só me olha sem falar nada.

- Você enlouqueceu Logan? - O Senhor fala se aproximando do Sr. Price o ajudando a se levantar.

- A pirralha ladrona é uma descarada e teve coragem de voltar aqui depois de tudo... - O Sr. Price fala me olhando com ódio enquanto se levanta.

- Eu já disse que não sou ladra! E também não sou pirralha! Tenho 22 anos e trabalho aqui a 5 anos e se você me ofender outra vez vou chutar suas bolas! - Falo brava.

- Sua descarada! - Ele berra querendo vir pra cima de mim, mas o Senhor o segura.

- Logan nós não sabemos se ela também está envolvida! - O Homem que está me amparando fala calmamente.

- Ela trabalha com eles Scott, é claro que está envolvida! - O Sr. Price fala me acusando.

- Eu não sei do que ele está falando! Eu estou envolvida em quê? - Pergunto olhando para os três homens.

Com certeza isso é uma grande confusão, eu nunca fiz nada de errado!

Logan Meu Amado ChefeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora