Cap 5. Quando vou esquecer?

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Kadu

Hoje é 27 de fevereiro, Carol está fazendo 30 anos. Tantos anos que não à  vejo. A última vez que a vi, foi em novembro, há doze anos. Foi quando tranquei a faculdade nos Estado Unidos. Eu não aguentava mais, não conseguia prestar atenção em nada. Lembro-me que antes de voltar, liguei para minha mãe.

Alô mãe!

— Oi meu príncipe, tudo bem? Que voz é essa?

— Mãe, não aguento mais. Eu preciso dela. Preciso saber porque ela me deixou daquele jeito?

— Volta filho! Procure por ela e resolva sua vida aqui, no ano que vem você leva tenta levar ela com você.

— Ah mãe! Ela nem deve lembrar mais de mim, deve de estar até hoje torrando o dinheiro que seu marido deu à ela.

— Filho! Não sei quais foram as necessidades dela na época, mais eu vi o quanto aquela jovem te amava durante jantar.

— Foi ele mãe. Seu marido fez questão de estragar tudo.

Ainda me lembro do sorriso cínico na cara do meu pai me esperando no corredor ddeacessoao ao meu quarto. Ainda lembro das suas palavras...

Não falei moleque. Toda mulher tem seu preço, ofereci 100mil e ela recusou.

Eu feito um idiota sorri. Mas ele continuou.

— Mais quando abri a bolsa com 200mil, ela nem piscou. Pegou a grana e sumiu, e você ai, querendo jogar seu futuro na privada por uma interesseira. Bonitinha mais esperta. Só esperou eu subir o preço pra meter um pé na sua bunda.

— É mentira! Você fez alguma coisa à
ela, o que você fez pai? Me conta a verdade.

— Corre! Vai atrás dela. Ela deve estar no portão esperando o taxi que mandou eu chamar, garota abusada.

Saio correndo e quase não chego a tempo, ela já estava no taxi então gritei.

— Carol, aonde você vai?

Com o taxi já nem movimento ela só me respondeu.

— Me esquece e seja feliz.

E como aconteceu naquele dia, estou trancado no meu escritório chorando feito uma mulherzinha.

Lembro que quando acabei de falar com minha mãe, corri para meu quarto fazendo minhas malas e comprando a passagem ao mesmo tempo. Voltei ao Brasil. Eu tinha que tentar mais uma vez, quem sabe o dinheiro já não tinha acabado e ai ela voltaria para mim. Eu nem me importaria se fosse apenas pelo dinheiro.

Quando chego no Rio, pego um táxi e vou para o bairro de Ramos (zona norte do Rio), não tinha o endereço dela, apenas sabia que ela morava neste bairro. Passei mais de cinco horas rodando naquele maldito taxi, com os olhos bem abertos e perguntando se alguém conhecia a minha preta.
Mostrava nossa foto, uma que só eu tinha e que fica dentro da minha carteira. Eu sou patético, carrego essa foto comigo até hoje.

Em fim, parei em um bar para alimentar o taxista e ir ao banheiro, mostrei a foto para à atendende:

— Conheço sim, e a Carol. — gradeci a Deus naquele momento e meu coração se encheu de esperança.

— Aonde ela mora? — Perguntei ansioso.

— Ih moço! Ela enricou, mora lá pro lado de Botafogo.

Então ela ainda tem o dinheiro.

— Você tem o endereço?

— Tenho não, só sei que é perto de um hospital.

Agradeci e fui para um flet em Copacabana. Amanhã vou atrás dela em botafogo, nem que eu tenha que acampar lá, eu vou achá-la.

Não falava com meu pai, por isso não fui a casa dele.
Dois dias rodando em Botafogo, resolvo parar em frente ao Hospital mais uma vez, e foi aí que meu mundo desabou.

Quando vi aquela cena, minha Preta, a mulher que nunca esqueci, saindo do hospital com um sorriso no rosto, um bebê no colo e sendo conduzida carinhosamente por um homem.

Não conseguia respirar ou me mover. Desmaiei.

Acordei num quarto de hospital e pelo jeito, o mesmo que ela saiu, acordo com um único pensamento, ELA QUEBROU A NOSSA PROMESSA.
Maldita eu vou te esquecer.

Agora, aqui sozinho no meu escritório na Barra, me pergunto quando vou esquecer?

Alguém bate na porta, seco meus olhos e vou abrir.

— Porra Kadu! Sabia que você estava nessa deprê, cara esquece essa mulher.

Quem já entrou falando foi, o meu amigo e irmão André.

Quem já entrou falando foi, o meu amigo e irmão André

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— Já esqueci mano.

— Até parece! Todo ano é a mesma coisa. Sua mulher já foi para Paris ontem, apenas para não ver essa sua cara de enterro.

— Kamila é especial cara, ela me aceita desse jeito.

— Também, com a sua conta bancária, quem não. Só a burra da Carolina mesmo.

— Esquece isso, e aí o que você manda?— Não gosto que ninguém fale dela, só eu tenho esse direito.

— Falei com a galera da faculdade que voltou ao Brasil e estamos querendo curtir.

— São quantas pessoas?

— Contando com você seis, tudo macho. Vamos para boate amanhã?

— Pô mano, boate não. Estou querendo relaxar?

— Tranquilo, partiu Búzios então?

— Será? — penso um pouco. — Quer saber, eu vou e só volto na segunda.

— Tamo junto irmão, vou avisar a Graça para preparar tudo para a nossa chegada amanhã.

— Vamos bem cedo, não quero saber de escritório amanhã.

— Assim que se fala irmão.

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Beijos da Aline💋

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