- Obrigada Anthony. - ela sorri minimamente.

A moça que nos atendeu chega com nossos pedidos e soltamos nossas mãos.

Comemos agora em um clima mais leve do que dá primeira vez, até trocamos sorrisos e elogios a comida e ao ambiente.

- Infelizmente tenho que ir, está quase no meu horário e nunca chego atrasada no serviço. - Pietra diz entrelaçando sua mão na minha. - Vou pedir a conta.

- Eu pago Pietra.

- Ele deve ter algum problema de memória, só pode. - ela diz como se estivesse falando com alguém, depois me olha e sorri. - Disse que eu ia pagar e então é isso que vou fazer. - ela ergue suas mãos de um jeito elegante e a moça volta com um sorriso. - Pode nos trazer a conta, por favor?

Fico vermelho de vergonha, nunca saí com uma garota que pagasse conta alguma, me deixa desconfortável e só queria que ela parasse de ser cabeça dura e me deixasse pagar.

Quando está tudo acertado saímos do restaurante de mãos dadas.

Gosto da forma em que simplesmente unimos nossas mãos e nem compreendo muito de quem é a atitude.

- Vou te acompanhar até o seu trabalho. - ela assente sorrindo, se estica e me dá um beijo leve.

- Cuidado, está me acostumando mal. - sua resposta faz um coisa estranha surgir no meu peito.

- Gosto disso. - confesso fazendo seu sorriso se expandir.

Ela para no meio do caminho e fica de frente pra mim, enlaça seus braços em meu pescoço e me beija os lábios levemente. Quando se afasta ela beija meu rosto e fico meio sem reação, ela me desarma por completo.

Quando chegamos em frente ao bar o tal chefe musculoso está atrás do balcão, ele nos olha e sorri para a Pietra. Uma coisa esquisita me remexe e só queria ir lá é dizer pra ele tirar os olhos da minha ruiva.

Minha? Até parece que tenho a sorte toda de ter essa mulher pra mim.

- Bom trabalho. - falo antes de puxar ela pra mim e colar nossos lábios que estão ficando cada vez mais íntimos.

Minhas mãos entram em seu cabelo aprofundando o beijo, sua mão faz o mesmo e sinto nossas línguas dançarem um ritmo lento.

Nos afastamos com relutância, Pietra sorri com a boca marcada pelo beijo. Seu rosto cora levemente e acho bonito que seja um pouco tímida.

- Até mais tarde. - ela me dá um beijo e se afasta apressada, fica olhando para trás e quando não a vejo mais eu volto para casa.

Eu não sei o que dá em mim quando estou com Pietra, é como se tudo em mim se iluminasse, como se ela pudesse transformar o meu medo em esperança, em vontade de viver...

Nos conhecemos só tem três semanas, mal conversamos, mal sabemos um do outro mas meu coração se sente confiante sobre ela. É como se nela eu pudesse me desafogar do passado, me salvar.

Antes eu nem me importava se o tempo demorava a passar, eu apenas vivia no automático, confirmado com quem eu sou e com o tempo.

Minha mãe sempre me disse que eu encontraria alguém, que talvez não seria fácil mas eu teria de lutar.

Acontece que não sou mais aquele garoto de três anos atrás, que viajava pelo mundo, que era esperançoso, que sentia sede de viver intensamente.

Eu não devia deixar Pietra se aproximar de uma pessoa como eu, o que eu sou pode estragar quem ela é também, pode dilacerar ela até a alma mas acontece que sou um pouco egoísta, um egoísta que não consegue afastar, que quando diz que não vai mais ligar já está procurando pelo nome dela na agenda do celular querendo ouvir sua voz.

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoWhere stories live. Discover now