Capítulo 7

259 26 21
                                    

Felipe

Hoje por incrível que pareça consegui dormir até tarde, vou tirar o dia para descansar, na madrugada estarei de plantão, preciso estar fisicamente e mentalmente bem. 

Hoje é aquele dia raro que acontece uma vez na vida em que eu me recordo que tenho vida fora do hospital.

Minha coragem de levantar da cama é tanta que não tenho capacidade nem de me mover, apesar do horário meu quarto continua uma penumbra, nenhum raio de sol ousa passar pelas grossas cortinas da janela. Depois de perder as contas das vezes que coloquei o despertador na soneca,  jogando a coberta de qualquer jeito ao meu lado, sento-me na cama, me espreguiço e logo pego meu celular, confiro os registros de chamadas que por milagre não possui nenhuma chamada perdida, nenhuma notificação de mensagem de texto, ao contrário do app de mensagem que lotou meu celular. Faço um tour pelas redes sociais e só depois tomo vergonha e me dirigo ao banheiro.

O caminho até o banheiro foi uma luta, pois estava tudo escuro e o burro aqui nem para ter acendido a luz do quarto, entro no banheiro e me dirijo ao vaso sanitário, mijo e ja me dirijo até a pia para lavar as mãos e  escovar os dentes. Retiro a escova e o creme dental do pequeno armário, deposito uma pequena quantidade de pasta na escova, enquanto escovo meus dentes penso no que irei comer daqui a pouco, primeiro tenho que ver se tem algo na dispensa, focando na higiene dental termino de escovar, abro a torneira, com uma mão em forma de concha junto um pouco de água e levo até a boca, repito o mesmo jesto até enxaguar toda a boca e em seguida coloco a escova em baixo d'água e a enxaguo também. Após terminar minha higiene matinal me dirigo a um dos melhores lugares da casa, a cozinha, ninguém imagina a minha felicidade quando descubro que ainda tem pó de café, manteiga, bolacha água e sal, um resto de pão de forma e uma bandeja de mussarela. Para quem continua adiando a visita ao mercado, achei que ia passar fome de manhã.

Preparo um sanduíche rápido no aparelinho elétrico que não sei o nome, mas prensa o pão, vou até um armário, pego uma panela, dirijo-me até a pia, coloco um pouco de água nela, levando a panela até o fogão, esquento a água, enquanto em um coador de pano coloco duas colheres de sopa de café e duas de açúcar, pessoas entendam uma coisa, adoçante foi feito para diabéticos se você é alguém que não possue essa doença não troque o açúcar por ele, anota ai adoçante não vai te fazer emagrecer se tua alimentação não mudar e se atividades físicas não forem realizadas, por favor não vão culpar a nutricionista. Voltando ao café fiz como minha mãe me ensinou, ja uma paciente super simpática me falou pra colocar o açúcar direto na água quando for levar ao fogo. Sou tradicional, procuro evitar essas modernidades da industrias quando estou em casa, passo o dia todo tomando cafezinho de máquinas, assim como consumo aqueles sucos de caixinha. Praticidades do mundo moderno.

Quando terminei de comer, tive que travar uma séria batalha com a preguiça de limpar a bagunça que fiz, estou pensando sériamente em procurar alguma pessoa para cuidar da casa, eu como dono do lar sou um perfeito médico.

***
Faz pouco tempo que terminei minha residência, sou cirurgião mas também atendo como clínico geral, um dos pontos positivos é que tenho conhecimento de todas as áreas da medicina, tendo um domínio na parte cirúrgica.

Ao contrário do que muitos pensam não fui o médico responsável  pela Senhorita Victoria, a moça que esteve em coma. Tive que passar o caso a um especialista quando ela chegou ao hospital. Cuidei de seu caso quando a encontrei no local do acidente. Apenas permaneci por perto acompanhando seu estado clínico, esta foi uma opção da família que por algum motivo me consideram um anjo, sendo assim me desdobro entre o centro cirúrgico, as consulta e plantões.

Não irei falar muito sobre o meu trabalho no hospital pois preciso de descanso, pensar no trabalho me deixará apenas esgotado. Digamos que minha profissão é muito intensa.

A campainha toca me trazendo de volta ao presente, me dirijo até a porta abrindo-a em seguida.

Falando em gastar energia olha aí meu pirralho preferido.
Eduardo acabou de chegar aqui em casa, disse que minha mãe esta furiosa com ele e mandou que ele sumisse de perto dela até que ele tome um rumo na vida.

- O que aprontou dessa vez, caçulinha? - dirijo-me a meu irmão mais novo que joga sua mala na cama de um dos três quartos de meu apartamento.

Comprei este lugar com a ajuda de meus pais, o senhor Sharman não gostou do lugar onde eu estava comprando, segundo ele se dinheiro era meu problema ele daria a quantia que fosse necessária contando que eu tivesse um bom lugar para morar, eles não aceitaram nada menos que três quartos e dois banheiros, minha mãe disse que minha casa tinha que ter um lugar para ela e meu pai,no mínimo um para visitas, cargo que meu irmão se apossou, acredito que ja tenha reivindicado o quarto como dele.

Como Fernando e Kassia jamais fazem nada sem colocar condições, terei que pagar cada centavo que investiram no meu imóvel, concordei prontamente, assim como eles acredito que eu tenho que seguir minha vida e não esperar que os outros assumam minhas responsabilidades, até porque não sera sempre que meus pais estarão por perto. Infelizmente meu irmão não entende, Eduardo esta tomando um rumo muito preocupante que não o levará para lugar algum.

Finalmente respondendo minha pergunta ele solta a notícia.

- Ela acha que eu fiz uma merda, chegou uma carta em casa e ela olhou o remetente e ja começou a reclamar  - resmunga, fico em silêncio esperando meu irmão terminar de falar.

- Lembra aquele estágio que eu estava tentado conseguir e não dava certo?- aceno em resposta - Hoje saiu o resultado, eu fui selecionado, era isso que estava escrito na carta - dizendo isso ele começa a sorrir igual bobo.

- Parabéns irmãozinho - dou uns tapinhas em suas costas enquanto o abraço brevemente - Agora pode me contar de onde era está carta?

Eduardo não queria de maneira alguma contar detalhes sobre a vaga onde ele queria ocupar.

- É no fórum - diz com relutância  todo convencido.

Meu Deus estou pasmo, não é que o moleque conseguiu mesmo o que queria.

- Meu Deus meu pestinha cresceu, parece que foi ontem que a Mãe me contou que ganharia um irmão - analiso o pirralho.

- Cala a boca Felipe, quem te ver nesse momento nunca saberia que você é médico, está mais para ator de novela mexicana - resmunga, decido provocá-lo.

- Eu sei que sou galã mas não quero roubar o emprego de ninguém, vou deixar meus dois metros de pura gostosura para os plantões médicos. - eu não sou convencido só estou defendendo meu talento, fazer o que se sou bom no que faço.

- Caralho você está comendo pacientes ou enfermeiras, seu desgraçado, por que não me chamou para uma suruba? - cuspiu cada palavra indignado

- Opa eu não disse isso, cala a boca aí que ninguém aqui está fazendo putarias no hospital - me seguro para não dar um murro na cara desse babaca, Eduardo tem que crescer parece que ainda tem treze anos.

- Pode falar mano é aquela gostosa da bela adormecida da estrada? - debocha, eu não queria ser ele nesse momento.

- Cala a porra da sua boca e não fale na Victoria novamente ou dessa vez quem vai para o hospital será você, seu babaca - tinha esquecido como meu irmão é um pé no saco.

- Parei, mas que é gostosa ela é - faço menção de dar um soco em Eduardo mas o peste corre para a porta dando risada de mim.

Estou vendo que vai ser um porre esse moleque aqui em casa, vou mandar ele de volta para minha mãe em dois tempos deixa ele, o que é dele esta aguardado.

_________________

Tardo mas não falho, capitulo do meu Felipe para comemorar a marca de 1K q conquistamos, espero q gostem. Comentem o que estão achando por favor!
Estamos quase com 2K meu Deus estão tão feliz.

Bjss Looh

Secret Stories - Histórias Secretas (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora