Capítulo 6

369 30 14
                                    

Daniel

- Os slogans precisam ser finalizados até o fim da tarde, Daniel - ouço a voz do meu colega de trabalho e nem me preocupo em responder, minha mente vagueia pelos traços de uma morena deslumbrante, de um sorriso esplêndido e um olhar penetrante, cujo retrato está em minha mesa, mas nem preciso olhar para ele, pois já sei de cor.

Sou apaixonado por aquela moça desde que me entendo por gente, infelizmente ou felizmente, dependedo do porto de vista, ela é minha desde a época da escola. Uns acham cedo demais, que não aproveitei minha vida como se deve e outros como eu, acham que sou um sortudo, estou com a mulher mais incrível desde que nos conhecemos.

Um ponto conflitante é as visitas que faço para Victoria, fui poucas vezes, digamos que nosso atual status não está muito bom. Tenho medo de aparecer lá e ver a decepção nos olhos de Torrey ou Vivis como eu amo chamar ela. Lembrar de todas as brigas que tivemos dói tanto, o trágico acidente que a afastou de mim vem todas as noites me atormentar, não me deixando esquecer que a minha mulher passou por tudo aquilo por minha culpa.

Posso ser um covarde, um bunda mole ou como quiser me denominar, Victoria é o meu tudo. Quando esteve em coma senti um buraco, parte de mim tinha ido acompanhar Torrey naquela escuridão, vá a merda se acha meu desabafo muito gay, o sentimento é meu porra.

Travo uma batalha interna, mando ou não uma mensagem para a Vivis? Deixo ela saber como estou? Dou sinal de vida ou opto por deixar quieto? A última opção me atraiu muito.

- Flozinha você não me ouviu não? Está aí babando novamente no retrato da noivinha é. - Ouço Guilherme, um ser que eu tenho a infelicidade de dividir o ambiente de trabalho.

- Pra porra, cuida da tua vida. - rosno

- Vish alguém esta de TPM ou a noivinha não tá liberando antes do casamento? - O desgraçado disse e ainda gargalhou, cara inconveniente.

- Cala a boca, minha noiva tem nome, que pra você é Senhora Valesco. Agora se retire daqui, sua presença aqui é desnecessária. - Fui fino, queria ter mandado um foda-se, mas pelo respeito ao meu emprego, fui educado.

Recordando alguns acontecimentos, meu ódio por aquele cretino não é gratuito, o filho da puta é o responsável pelo começo das minhas brigas com Victoria, só não matei ele ainda porque minha noiva disse que não vai casar em uma cela com presidiário nenhum.

Vou explicar melhor o início do meu inferno pessoal. Vivis ficou puta pois o celular dela tocou e como eu estava perto atendi, segundo ela mexer no que não é seu é crime, invasão de privacidade.....traduzindo, uma puta falta de respeito.

Como eu já estou em um patamar elevado na escala dos relacionamentos amorosos, nós, Victoria e eu, estamos com o pé na fase felizes para sempre, não vi nada de mal em atender a chamada, pois ela estava no banho e poderia ser alguma ligação importante, talvez a família dela.

Olha a decepção que alguém pode sofrer com um simples alô, eis que era a desgraça com voz melosa no outro lado da linha, perguntando se a minha mulher tinha gostado do nude que ele mandou.

Pra porra, o filho da puta está ligando para a MINHA mulher, MINHA! porra.

Alguém pode questionar, mas o cara é tão idiota que nem reconheceu a voz de um homem no telefone, simples, não sou burro, o número estava como desconhecido só encostei na opção de atender e o sem noção começou a tagarelar.

Eu não disse nada ao desgraçado, ouvi cada palavra dele e as gravei para alimentar o meu ódio quando eu for esquartejar aquele bunda mole e jogar os restos mortais na puta que pariu.

Secret Stories - Histórias Secretas (PAUSADO)Where stories live. Discover now