Chapter 18

834 68 6
                                    

Brooke

Chegando ao galpão não havia nada. Não se ouvia barulho de carros, armas ou pessoas sequer. Tudo estava parado. Nenhum carro estacionado, nenhum vestígio da passagem de alguém por ali.

Examinei ao redor do local mais algumas vezes, peguei uma arma que escondia em baixo do banco de motorista, uma lanterna dentro do porta-luvas e saí.

O lugar estava escuro, havia apenas uma janela que iluminava parcialmente o centro do local e mostrava uma cadeira com uma pessoa amarrada e um saco na cabeça. 

Quem seria? Provavelmente mais uma daquelas vítimas que era impossível ter compaixão, mas confesso que não saber nada a respeito da pessoa que estaria perto de assassinar, me incomodava.

Segui meu caminho em direção à pessoa, sempre atenta aos cantos sem iluminação e com a arma preparada. Quando finalmente cheguei, meu corpo estremeceu, minhas pernas ficaram bambas e minha respiração mais pesada.

Não era mais um daqueles homens a quem estava acostumada dar um fim, era uma criança, uma menina. Seus cabelos loiros e longos caíam pelos ombros, por baixo do saco, seu choro agora havia se transformado em soluços seguidos de longas batidas na cadeira, ao tentar escapar. Fugir dali seria impossível, suas mãos estavam amarradas atrás da cadeira e seus pés estavam presos com fita adesiva na cadeira,  ao mesmo tempo que um pano estava amarrado em sua boca.

O que uma criança estava fazendo ali? Porque uma criança?Pense Brooke!Seu tempo está se esgotando.

Puxei o saco de sua cabeça e pude ver seus olhos inchados de tanto chorar. Retirei uma faca que estava escondida em minha bota e ela me olhou assustada e não conseguiu reprimir um grito.

-Não grita, pode ser pior- minhas mãos foram de encontro a sua boca e ela mordeu minha mão e começou a gritar novamente- Espera, isso saiu errado. Eu vou te ajudar, mas não grita.

Olhei para a minha mão, que agora tinha marcas de dentes espalhadas, peguei a faca e cortei as cordas e as fitas que a prendiam. Ela tentou levantar, mas seu corpo estava frágil demais e quase caiu. Tentei a erguer novamente e o barulho de sirenes nos cercou. Batidas na porta do galpão se transformaram em grandes estrondos e policias adentraram o local com armas apontadas e lanternas.

-Coloquem as mãos para o alto e abaixem-se.

A menina estava prestes a fazer o que queriam, mas eu não poderia ser presa. A quantidade de assassinatos que havia cometido era o suficiente para me manterem anos e anos na prisão.

Puxando a menina para trás de mim, saquei a arma e comecei a atirar. Alguns policiais foram acertados e outros disparavam tiros sem nem sequer ver. Minhas balas acabaram e tudo o que eu achei foi uma mesa escondida em um dos cantos e a virei, de modo a poder escapar de alguns tiros.

Após alguns minutos, levantei e vi alguns policiais caídos, olhei para o lado e vi Harry com duas armas, uma em cada mão, atirando sem parar. Enquanto os poucos policiais que restaram pediam por reforços, Harry foi até estávamos e nos guiou até onde seu carro estava. Levantei e ele me segurou pela cintura, mas logo retirou sua mão.

-Você está sangrando Brooke- falou enquanto me puxava para seus braços, segurei em seu pescoço e saímos, com aquela garotinha nos seguindo.

Chegamos no carro, escondido entre a mata que cercava o galpão e Harry me colocou no chão novamente.

-Então garotinha, qual o seu nome?- perguntei enquanto a mesma me olhava assustada.

-Hailey-respondeu num sussurro.

-Brooke, não podemos levá-la- Harry falou enquanto rasgava um pedaço de sua camisa.

-O que? Como assim? Então vamos simplesmente abandoná-la aqui? Quando eu cheguei ela estava amarrada.Você não acha que se quisessem ela viva, ela nem estaria aqui? Não vou simplesmente deixá-la aqui.

-Brooke não podemos levá-la- Harry repetiu.

-Porque você não para de repetir isso e me dá um bom motivo para deixá-la aqui?-perguntei enquanto pressionava minha ferida.

-Ela é filha do homem que assassinou seus pais.

The Lady Killer- H.S / Z.MUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum