Ligados Pelo Mal - Enclausurados - Livro 1

Capítulo 11 - O relógio

  Hugo se distraí cuidando da mãe, enquanto as garotas tentam arranjar uma explicação coerente para aquele diário; e Henrico se diverte a beira da piscina com os amigos.

- Oh Henrico, quem é ali na janela? - Otávio pergunta enquanto encara a janela

- Quem? - Henrico vira a face para a janela que Otávio olhava e não vê ninguém - É o quarto da Luiza, minha filha, mas não vi ninguém lá... - Henrico diz pensativo.

- Eu tenho certeza que vi alguém ali. - Otávio diz agora assustado voltando atenção à mesa com as cartas de baralho. - Eu vi.

- Não tem nada ali Otávio. - Rodolfo zomba do amigo - duvido muito! - ele fala enquanto olha para janela e vê um pequeno vulto, que agora coloca a mão no vidro da janela - Pensando bem, Otávio vamos embora! - Rodolfo larga as cartas na mesa rapidamente e se levanta.

- Demorô! - Otávio se levanta, pegando pequenas bolsas que eles tinham levado.

- Mas já? - Henrico pergunta sem expressão - Não se esqueçam que no final do ano eu vou comemorar meu aniversário. - Henrico os segue.

- Eu não quero voltar aqui tão cedo. - Rodolfo diz e logo depois se despede de Madalena junto de Otávio. - Madalena, obrigado por tudo! Até logo!

- Já vão? - Madalena pergunta - tá cedo.

- Tá na nossa hora. Foi bom conhecer vocês - Rodolfo se refere à mulher e as crianças.

- Nós que agradecemos. Até logo! - Madalena se despede. - Henrico, leve eles até a porta!

Henrico o faz.

- Mas vocês já vão mesmo? - Henrico pergunta agora confuso e observando os dois homens entrarem num carro gol preto.

- Desculpa falar Henrico, - Otávio começa - mas só nos chame para ir na sua casa quando você não morar mais aqui.

Com essas palavras, os dois homens saem do condomínio o mais rápido que podem.

- Eu juro que não entendi. - Henrico entra para casa novamente.

  Enquanto isso no quarto de Rita:

- E se a gente lesse algumas páginas anteriores? - Luiza diz enquanto caminha em círculos pelo quarto da prima.

- É, verdade. - Rita começa - Talvez nós tenhamos avançado muito... Vamos ler só mais uma página.

  22 de maio de 1943
Mariana veio para minha casa noite passada, ela disse que estava impossível dormir na casa dela, os pesadelos a atormentavam. Hoje de manhã, seu pai veio ameaçar destruir nossa casa, porém minha mãe disse que não deixaria isso acontecer, à menos que ela estivesse morta. Espero que nada aconteça.

- Por hoje chega. - as garotas falam juntas.

10 de maio de 1989

Henrico saí cedo para o trabalho, Hugo e Rita vão para a escola; Luiza falta por não se sentir muito bem e Madalena lê um grande livro de receitas para aprimorar seus conhecimentos. Até que a Campanhia toca:

- A Luiza está? - uma garota com aproximadamente sua idade com os cabelos tingidos pergunta, ao lado de um garoto aparentando ter a mesma idade.

- Sim, quem são vocês? - Madalena pergunta enquanto ainda segura a porta.

- Eu sou Lua - a garota aponta para si - Esse é Marcos, meu irmão gêmeo - ela olha para ele - viemos aqui ver a Luiza, somos da sala de aula dela.

- Mas vocês não deviam estar na escola? - Madalena questiona - e como sabiam que ela iria faltar?

- Intuição tia. - Marcos diz - Intuição.

- Com liçenca - Luana diz enquanto adentra a casa junto com seu irmão.

Madalena ainda um pouco sem reação com aquela situação os convida a se sentar:

- Sentem-se, querem água? - Madalena pergunta

- Não! Obrigado. - Marcos diz

- Outra hora. - Lua diz.

- Vou chamar a Lui... - Madalena começa a falar quando é interrompida pelas batidas na porta principal. - já volto.

- Henrico Mello Novaes está? - um rapaz com uma grande caixa de papelão e uniforme dos correios pergunta

- Não, mas sou esposa dele - Madalena responde.

- Assine aqui. - o rapaz entrega uma prancheta.

Após assinar, Madalena pega a caixa e entra; e também observa que a caixa não tinha remetente.

- Tia - Marcos começa - o que é isso?

- Ainda não sei, mas não tem remetente. - Madalena diz - agora eu pego a água de vocês - a mulher vai para a cozinha.

Os irmãos se entreolham:

- Nós não vamos falar nada! - Lua fala num tom rígido.