— Desculpe — ele diz recuando,

— Você sabe algo do Caio? A médica não me disse nada — disse me encostando no espelho na cama.

— Ele vai ter que ficar uns dois ou três dias aqui ou até mais, só quando ele tiver melhora vão poder transferir ele para Brad Ford — assenti.

— Você conseguiu ver ele? — lou negou.

— Estou preocupado, ele tava muito mal quando eu cheguei lá — lou suspirou e a felicidade dele parecia ter passado, dando lugar aos olhos brilhantes por causa das lágrimas.

— Eu pensei que ia perder vocês dois — a voz dele já estava toda atrapalhada.

— Você não vai tá bom? Caio vai melhorar, eu sei que vai — mas isso só fez com que as lágrimas começassem descer.

— Vem cá — digo puxando ele sem fazer força, lou engatinha na cama até estar próximo de mim e eu o abraço, porra como dói o machucado, mas não tem problema, podia aguentar aquilo.

Lou fica deitado com a cabeça escorada no meu ombro, e os braços na altura no meu abdômen, queria muito que Caio estivesse com a gente, suspiro fechando os olhos. Provavelmente vamos levar uma puta bronca por ele estar praticamente deitado no meu machucado, mas não me importo. Precisamos um do outro nesse momento, e essa dor do meu machucado não vai ser nada comparado a dor que vamos sentir se perder Caio.

Quando acordo novamente é para comer, e lou na está mais no quarto comigo, uma enfermeira me dá um sermão por meu machucado estar sangrando, mas não ligo muito. Depois de alguns minutos noto minha mãe sentada na poltrona de acompanhante, mas falar com ela é a última coisa que eu gostaria de fazer agora. Começo comer a comida que está na bandeja, fico em silêncio e quando termino deito fechando os olhos.

— Você não pode me ignorar pra sempre — viro pra ela e sorrio de canto.

— Sim, eu posso sim — ela levanta e senta na beirada da cama.

— Você não entende que tudo que fizemos foi para proteger vocês — dou uma risada que faz meu machucado doer.

— Não mãe, não adianta falar isso. Por mais que esse tenha sido o objetivo, você sempre se esquivou de falar dele pra mim, eu achava que ele era um fodido, mas as últimas horas que passei com ele me fizeram perceber que não é bem assim, eu não sei quem é mais sádico e louco você ou o Simon — ela suspira e sai do quarto em seguida.

Nada que ela tente falar agora vai reverter isso, meu pai vai continuar preso, Caio ainda vai estar em perigo, e logo logo todo o país vai saber desde maldito sequestro. Porque são coisas desse tipo que a mídia gosta de expor.

O dia passou sendo bem cansativo, pela parte da tarde tive que dar depoimento para polícia, pelo que percebi Simon tinha feito outras merdas antes. Mas o que eu não entendia era como ele conseguiu se safar de tudo. Caio ainda estava dormindo, lou vinha sempre que conseguia driblar a enfermeira, eu ri na vez que ele estava prestes a entrar no quarto e ela apareceu bem na hora.

Já conseguia levantar e me mexer, mas doía um pouco ainda, tomei uns analgésicos para isso. Yas conversou comigo sobre várias coisas, tentou me distrair o máximo que conseguiu, assim como Laura apareceu para me agradecer e falar várias coisas. Mesmo que ela e minha mãe se desculpem, é algo que só o tempo vai poder resolver.

Sai do quarto de noite e procurei lou na sala de espera, estava só ele e o ícaro lá, ao que tudo indicava os outros tinham ido para algum hotel descansar e comer algo que não fosse a comida da lanchonete.

— Olha lou seu ogro já consegue andar — ícaro disse fazendo eu rir.

— Sua sorte eu não pode me mexer muito, se não te dava umas porradas — ele ri e se aproxima me dando um abraço tímido.

Um Amor ProibidoWhere stories live. Discover now