Capítulo 2 - James

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- EM REVISÃO

Minha cabeça estava prestes a explodir e meu telefone não parava de tocar. Eu continuava sentado sem reação. Estava perdendo minha esposa, eu via ela escapar por entre meus dedos e não sabia como agir. Pela primeira vez na vida, eu não sabia como reagir.


Esfreguei meus olhos tentando afastar o cansaço das últimas noites sem dormir. Eu precisava dar um jeito nessa situação, meu estômago dava voltas e minha cabeça fervia só de pensar que Maria poderia ter passado a noite com alguém. Como nós deixamos que nosso casamento chegasse nesse ponto? Como eu pude permitir isso?

Durante todos esses anos que estive casado com Maria, eu me sentia orgulhoso por tê-la conquistado, por ela ser minha. Maria sempre foi um furacão, por onde passava ela deixava marcas. Quando a vi pela primeira vez em uma festa oferecida por meus pais, notei que não havia um só homem, desacompanhado ou acompanhado, que não estivesse sucumbido aos encantos dela. Eu não pude tirar os olhos dela durante toda a noite. Daniel havia sido mais rápido em chegar até ela, meu velho amigo que não podia ver um rabo de saia estava pronto para fazer mais uma presa, mas Maria não era nenhuma garotinha desavisada que caia aos pés de Daniel, ao final da noite eu sabia que ele estava tão encantado quanto eu. Graças a Deus, fui eu que a encontrei sozinha no jardim da família.

Os meses que se seguiram e esse encontro quase me mataram, Maria e sua beleza estonteante não só me deixavam louco de desejo, como também louco de ciumes. Em qualquer lugar que íamos, ela deixava homens de quatro por ela. Ela gostava da bajulação, da atenção que recebia. Ao final de cinco meses de encontros e alguns beijos que não serviam em nada para aplacar o desejo que ela despertava em mim, eu a pedi em casamento. Eu estava apaixonado por ela, entregaria minha vida nas mãos delas sem piscar e naquele momento a única coisa que me parecia certa era ter ela de todas as formas para mim, só para mim. Precisava ter a segurança de saber que ela me pertencia.

Eu me tornei marido de Maria Torres, me tornei o braço direito do pai dela, era um homem de sorte. Maria se entregava cada dia mais a mim, ela continuava a enlouquecer os homens que cruzavam seu caminho, mas era em meus braços que ela dormia, era meu olhar que ela buscava quando estávamos em lugares cheios. Aquele olhar de amor que ela dispensava a mim em todos os lugares que íamos me deixava orgulhoso, me fazia sentir um Deus.

Então minha vida foi se tornando cada mais vez ocupada, Alfonso resolveu se aposentar e deixou o controle das empresas em minhas mãos, mesmo ainda pertencendo ao conselho e tendo voz ativa no grupo, era eu que comandava tudo. Minha ambição em fazer jus a confiança de Alfonso e mostrar ao meu pai o quanto ela estava errado a meu respeito, me fizeram perder Maria de vista. Minha mulher tinha um gênio forte então começaram as discussões, Maria competia com meu trabalho como competiria com qualquer mulher que disputasse minha atenção. Nos últimos meses ficara pior, aquele olhar apaixonado que eu tanto adorava, havia sumido.

Apanhei meu telefone ignorando as diversas chamadas de Alfonso e Carl, que ainda não sabiam que Maria estava em casa e liguei para o escritório. Não podia perder minha esposa, não poderia viver sem Maria. Eu a amo tanto, que só de cogitar pensar nela longe de mim, eu sentia uma dor física.

Maria estava de pé em nosso quarto acabando de pentear os cabelos ainda úmidos. Me aproximei dela por trás e nossos olhares se encontraram pelo espelho. Ela estava linda mesmo sem maquiagem, eu podia sentir o cheiro da pele dela e a respiração carregada dela. Coloquei as mãos em seus braços e ela fechou os olhos.

— Eu não posso te perder Maria. — Ela abriu os olhos e me fitou com angustia. — Eu passei a noite maluco pensando que algo tinha acontecido. Pensei que você pudesse estar ferida ou algo pior, mas ao ver você chegar hoje, eu percebi que eu estou perdendo você e estou sendo um imbecil por não perceber isso.

Entre Nós  - DegustaçãoWhere stories live. Discover now