Só que não consigo assimilar muitas coisas, principalmente o fato de toda a merda do passado estar interferindo no futuro, não entendo o porquê de nossas famílias indiretamente terem ligação com a do Cassius. Alguma coisas poderiam fazer sentido, como a raiva que o Cassius sentia de mim e do Will, ele sempre tentou superar a gente em algo a troco de nada, talvez Simon quisesse manipular o próprio filho pra nos atingir, por não ter superado algo do passado. Eu precisava conversar com o Will sobre isso, mas se em mim já foi desastroso, não quero nem imaginar o que causaria nele saber disso. E ainda tem o lou, ele também está envolvido nisso, os pais dele morreram por uma tentativa de vingança falha.

Suspirei frustrado com tantos pensamentos, e foquei em abraçar o lou que tinha o corpo apoiado no meu, enquanto assistia o filme de desenho animado. Por uma fresta na cortina pude ver alguns floquinhos de neve caindo suavemente, talvez fosse a hora de ir falar com a minha mãe e me desculpar.

- Lou, vou subir para me arrumar e ir ver minha mãe tá bom? - ele assentiu saindo do meu peito e deitado nas almofadas do lado.

Subi as escadas e entrei no meu quarto, vesti uma blusa de manga comprida, uma calça e um casaco por cima da roupa, passei no quarto do lou e peguei uma touca branca, lá fora devia estar bem frio.

- Tô indo na casa da minha mãe tá? - digo parando em frente deles.

- Não quer que eu te leve? - will pergunta e eu nego.

- Obrigado, mas vou andando mesmo, quero curtir um pouquinho do frio - digo e ele concorda.

- Se cuida - yas diz e eu assenti saindo pela porta em seguida.

Minha casa não ficava tão longe da casa do Will, dava para ir a pé, a única dificuldade naquela hora poderia ser a neve, mas não estava forte então não tinha problema. Fui caminhando pela calçada com as mãos dentro do bolso do casaco, ele tava com cheiro do lou o que não estranhei nem um pouco, passei em frente a uma casa que tinha algumas crianças rolando uma bola de neve e fazendo um boneco, aquilo era engraçado mas realmente tinha perdido sentido pra mim a alguns anos.

O vento gelado causava uma sensação gostosa na pele do meu rosto quando tocava, continuei andando mas desviei do caminho por causa de um caminhão limpando a neve na rua, então não seria bom tomar um banho de neve em pleno frio. Atravessei a rua e entrei em uma parte que daria perto de casa, só teria que andar por mais seis ruas até a minha. Estava distraído chutando alguns pedacinhos de neve do chão, e também sentia saudades da minha mãe, e já ia bolando um discurso mentalmente.

Um carro freiou bruscamente perto de mim me dando um baita susto, pensei que seria atingido porque ele deslizou no chão, mas não aconteceu nada e não dei tanta atenção e continuei andando. Senti uma mão no meu ombro e me virei dando de cara com um homem usando uma máscara preta. O pânico se instalou instantaneamente em mim, tentei correr mas uma rasteira certeira atingiu minhas pernas, cai e meu joelho foi de encontro com o chão fazendo eu rolar de dor.

Outros homens saíram do carro, comecei gritar por socorro, mas não havia ninguém por ali, fui arrastado e jogado no banco de trás, tentei lutar e acertei o nariz de um dos caras. Ele puxou uma arma e mirou na minha cabeça, meu coração se apertou no peito, mas outro deles parou sua mão.

- Calma, se tu fizer algo o chefe te apaga também, deixa pra depois que você vai ter sua vingança - o homem me encarou e tirou um lenço do bolso molhando em algo, droga eu precisava sair desse carro. Uma faca foi encostada no meu pescoço e senti um arrepio pelo frio do metal, não tinha saída dali, eu tava fudido.

- Se você não cooperar com a gente, vai ser bem pior para você, então sugiro que fique quietinho e durma como um bom menino - tentei me mexer mas ele apertou a faca ainda mais, e senti um ardor da minha pele.

Um Amor ProibidoWhere stories live. Discover now