— Você não vai nada, é exatamente isso que ele quer. Chamar a nossa atenção. - O fato de voltarmos a falar sobre ele nos deixava a flor da pele. — Sabe como ele é, gosta de atenção da grande massa. Não podemos dar esse gostinho a ele, até sabermos o que Chase quer.

— Mais que raios ele está fazendo aqui? Como se livrou dele?

A loira parou de repente encarando-me em frente à sala de aula. Respirei fundo, olhando em seus olhos e falando baixo para que ninguém pudesse escutar.

— É uma longa história, como eu já disse. Isso inclui muitas tatuagens e uma Harley preta.

Disse por fim a vendo arregalar os olhos e abrir à boca em um perfeito "O".

Assegurei que iria lhe contar tudo o que havia acontecido mas não ali e nem no campus enquanto entrávamos na nossa sala de aula.

Depois das minhas aulas terminarem deixei meus livros no armário e olhei o relógio para ver quantos minutos eu ainda tinha para poder ir encontrar com Penélope. Cumprimentei algumas pessoas ao sair do prédio e desci os degraus recebendo olhares nada agradáveis de algumas líderes de torcida e um grupo de astronomia ao canto.

O sol estava quente e os estudantes aproveitavam para estudar nos gramados em volta dos prédios dos nossos cursos já a área é cheia de árvores, um bom gramado e um grande espaço de recreação como o reitor costumava chamar. Algo que eu e minha amiga vivíamos fazendo no nosso primeiro ano de calouras.

Sorri com a lembrança avistando mais a frente Chase que conversava com um grupo de garotas de alguma fraternidade e a minha animação desapareceu, fazendo instantaneamente o sangue do meu rosto sumir.

Com certeza o rapaz bonito e boa pinta estava já de mudança para a fraternidade dos Leões, sendo agora o mais novo integrante do time. Agradeci por ele estar de costas pra mim e não me notar, mesmo não conseguindo livrar-me da sensação que me tomará. 

Sai andando para o lado contrário indo em direção ao dormitório da minha melhor amiga torcendo para ele não se virar. E sem querer esbarrei em alguém deixando todos os livros dessa pessoa caírem pela calçada, agachei-me de prontidão para recolhê-los. Desculpando-me por ser tão desastrada e desatenta.

— Me desculpe, eu estava distraída e nem olhei por onde andava.

— Parecia estar querendo fugir de alguém. - O rapaz agachou-se a minha frente pegando o ultimo livro do chão comigo. Levantei os olhos para o ver melhor e o encontrei sorrindo pra mim de um modo gentil. — Sou Enzo.

— Alana, mas pode me chamar de "Lana".

O olhei melhor e sabendo que o conhecia de algum lugar, logo o reconhecendo do banner no campo a onde sua foto estava estampada como um dos nossos jogadores.

Seus cabelos eram bem curtinhos e tinha um topete cheio de gel e os pequenos olhos pretos que eram marcantes demais por carregarem um brilho extrovertido neles, com uma pinta em cima do lado direito de sua boca dando um charme a mais.

Levantamo-nos juntos e continuamos sorrindo um pro outro enquanto eu lhe entregava seus outros livros. Ainda sentindo-me culpada por esbarrar nele.

— Eu sempre perco a chave do meu armário por isso tenho que carregar meus livros pra cima e para baixo como se fosse uma "mula de carga".

Ri com sua confissão enquanto ele falava sem parar de como os amigos deles costumavam o zoar pela falta de noção do jogador. Balancei a cabeça em concordância ainda sorrindo. Ele parecia ser uma pessoa bem humorada e legal, parecendo demais com Penélope.

SMOKING HEART | HIATUSWhere stories live. Discover now