Ela & Eles (CONCLUÍDA)

Sexto capítulo

— Tá pronta?

Scotty apareceu de carro na minha frente, no mesmo segundo em que eu estava saindo pelos portões da escola.

— Estou. Vamos.

Me despedi da Clark com um abraço.

— Até amanhã.

— Depois eu quero saber todos os detalhes. E cuidado, hein.

— Tá bem. Se a minha mãe começar a ligar muito, você me da um toque.

— Okay. Mas vê se não vai errar a hora.

— Pode deixar.

Dei uma piscadela pra ela, entrando no carro e me acomodando no banco dos passageiros.

***

Quinze minutos depois que começamos a rodar, eu fiquei pensando que àquela poderia ser uma boa oportunidade para conhecer melhor o Scotty e talvez tentar descobrir o porquê do Gus querer que eu ficasse longe dele.

— Então... esses seus amigos, são todos da mesma idade que a sua idade?

Nossa, que pergunta mais tosca! Percebi isso depois que ele me encarou e deu uma risadinha.

— Sim, todos eles são da minha idade.

— Foi mal, eu não sou muito boa em puxar assunto, principalmente quando tenho que puxar assunto com garotos.

— Até que você mandou bem. O que aconteceu?

— Como assim?

— Pra você ter tanto medo de falar com garotos.

— Nada, eu que sou tímida demais e tenho muita vergonha.

Não é o que eu diria de alguém que irá sair com dois essa noite. Bum!!!

— Todo mundo tem isso, assim como todo mundo tem aquele lado mais... soltinho.

— Tá bom, eu vou te falar, mas por favor, não ria.

— Prometo.

Respirei fundo.

— Uma vez, na sexta série, fui falar com o garoto que eu gostava e sem querer acabei fazendo risada de porco, e cheguei até a dar uma cuspidinha na cara dele.

— Nãããooo... O quê?

Tentou controlar os risinhos.

— Você não fez isso.

— É, eu fiz. E me arrependo amargamente disso até hoje.

Não conseguindo mais se conter, Scotty acabou caindo na gargalhada.

— Você prometeu que não ia rir!

Lhe dei um tapinha no braço, também entrando nas risadas.

— Me desculpa, é que... foi hilário! Eu queria estar lá só pra ver.

— Foi constrangedor, isso sim. Ele saiu zangado e nunca mais olhou na minha cara. Daí eu meio que fiquei traumatizada.

— Então pode ficar tranquila, não precisa ter medo de falar comigo.

Tocou levemente a minha coxa com uma de suas mãos gélidas, me fazendo suspirar e engolir em seco.

— M-mas vamos parar de falar de mim. E você?

Cruzei as pernas, fazendo com que ele tirasse a mão.

— O que tem eu?

— Quero saber mais sobre você.