Despedida

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Às vezes na angústia do silêncio
Relembro - me ouvindo
Seu coração
Deitado sobre teu seio nu
À mercê da penumbra da escuridão.
Apago as luzes do quarto
A fim de te sentir
E fantasiar a ideia
De que você ainda está aqui.
Em compensação me lembro
Da minha falta de sorte
Na noite em que deitei sobre
Teu peito
E os únicos ruídos eram semelhantes
Às antigas cantigas da morte.
Por fim eu era o náufrago
Que não se afogou em sangue
No momento em que aquela bala
Lhe atingiu,
Apenas um pobre coitado
Tentando não ceder ao fluxo
Da morte,
A qual você viu.
Descanse em paz, meu amor.

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